Felipe Ho fica de fora das semifinais do boulder em Arco

O boulder era para ser a especialidade de Felipe Ho, mas em se tratando de competições internacionais, é praticamente impossível disputar com os europeus nessa modalidade sem estar no circuito. E Felipe Ho sentiu isso na pele ontem em Arco.

Felipe Ho no boulder 4 das qualificatórias. (Foto: Cesar Grosso)

Foram 4 boulders tentados e apenas uma agarra bônus dominada. Pode parecer pouco e decepcionante, mas basta olhar o resultado geral da competição para ver que os route setters não maneiraram para os garotos do Youth A. Apenas 6 atletas conseguiram mais de 1 top nos quatro boulders, e a grande maioria ficou mesmo apenas nas agarras bônus. Bastaria para Felipe ter conseguido apenas um top em 4 no máximo tentativas, e ele estaria nas semis, mas infelizmente não deu.

O que acontece? Geralmente nas qualificatórias os route setters criam os boulders mais estranhos possíveis, que necessitam de uma leitura apurada, boulders muito técnicos, que requerem bastante equilíbrio e bom posicionamento. Tudo isso para realmente deixar o máximo possível de atletas pelo caminho, já que apenas 20 podem ir para as semifinais. A julgar pelas fotos dos boulders de ontem, a grande maioria era assim. Pés pequenos, muito equilíbrio e uso “abusivo” dos módulos sem uma agarrinha sequer. Nesse cenário, quem se dá bem são os europeus, que participam da Copa do Mundo Juvenil, e já estão acostumados com o estilo. Para os de fora, incluindo até os americanos, fica mais difícil. Até mesmo o maior nome americano hoje, Kai Lightner, ficou de fora das semifinais.

Nas semifinais o estilo parece ter mudado (não houve transmissão online como divulgado pelo IFSC), já que os americanos que sofreram nas qualificatórias, acabaram garantindo duas vagas na final, com Shawn Raboutou e Benjamin Hannah, e gente como o suiço Baptiste Ometz, atual campeão europeu juvenil e um dos primeiros nas qualificatórias, acabou ficando de fora da final. Só quem manteve o bom desempenho das qualificatórias, foi o japonês Yoshiyuki Ogata e o francês Hugo Parmentier, o resto seguiu a regra “os últimos serão os primeiros”.

Fico imaginando se a história tivesse sido um pouco diferente, e Felipinho tivesse conseguido um top para ir às semis como ele se sairia nessa nova leva de problemas. Tenho a impressão, mesmo sem ter visto os boulders, que devem ter sido problemas mais dinâmicos, que favoreceriam o talento brasileiro, mas infelizmente não temos como saber.

Contudo, a competição não terminou para Felipe Ho. No final da semana ele volta para disputa em Arco, dessa vez nas vias. Vamos ver como ele se sai nessa nessa modalidade e qual resultado consegue trazer para o Brasil. Vamos continuar torcendo!

 

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