Bate-papo: Caio Gomes sobre a websérie “Happy New Cerrado”

14
Jan
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Sou suspeito para falar do trabalho dos meus amigos Caio e Pedro Gomes, irmãos escaladores, por quem tenho bastante apreço. Mas eu não sou daqueles que diz que algo é bom só porque é amigo. Quando é bom, é porque é bom mesmo. E é assim nos trabalhos dos dois, seja nas fotos do Pedro, ou no trabalho de edição de vídeos do Caio. Os dois são bons, e os dois trabalhando juntos, só podia sair algo bom. Ano passado os dois se juntaram para abrir uma produtora de vídeo, a Gomo Filmes, e já têm realizado bons trabalhos para diversos clientes por aí.

Mas, a paixão dos dois é a escalada, paixão passada de pai para filhos, e claro que uma hora ou outra eles iam produzir algo sobre escalada. Esse dia chegou, e hoje os dois lançam oficialmente a sua primeira websérie de escalada, a “Happy New Cerrado”, um registro da viagem de final de ano da dupla para a meca do bouldering no Brasil, Cocalzinho. Serão ao todo 4 episódios de 6 minutos cada, lançados semanalmente.

Tirei um tempinho para bater um papo com o Caio, sobre a produção e um pouco sobre o vídeos de escalada, servindo de aperitivo para o lançamento do primeiro episódio, hoje às 20h (horário de Brasília) no canal da Gomo no Youtube.

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Finalmente saiu a primeira produção de escalada da Gomo Filmes heim? Porque demoraram tanto?

Pois é, né?! Eu e o Pedro (meu irmão e sócio da Gomo) sempre tivemos muito cuidado em misturar trabalho e escalada. Mas se você buscar lá atrás, o primeiro vídeo que assinamos como Gomo Filmes foi no vídeo da Lulu (Luana Riscado) encadenando um boulder em Cocal. Olha a coincidência hahaha. O Happy New Cerrado surge como um teste para a produtora. Com essa websérie vamos medir o alcance do programa, com isso, vamos estudar e avaliar outros produtos com escalada. Por isso o HNC tem que bombar.

Vocês são de Niterói, porque não fazer a série em Itacoatiara por exemplo e sim em Cocal?

Então, pra quem acredita, eu diria que foi algo como a conjunção dos planetas. Nós já tinhamos comprado as passagens pra Cocal e até o dia 30 nada foi falado sobre série. Na verdade, nós filmamos toda a trip sem falar em série. De volta a Niterói, olhamos o material e ficamos amarradões com o tanto de imagem massa que tínhamos. Então Pedro sugeriu um formato de websérie com episódios de até 6 minutos. E daí chegamos aqui.

Como foi a divisão de trabalho da produção? Quem fez o que?

Então foi uma coisa muito orgânica. Gosto de trabalhar com o Pedro porque ele é muito proativo e compra as minhas ideias hahaha. Eu dirigi todo programa, mas muita coisa interessante que entrou nos episódios foi “freestyle”, e muitas dessas vezes, foi “feeling” do Pedro. Ele ficou responsável pela produção, still e direção de arte da série. Além da direção, a montagem e finalização também é minha. Ainda sobre “quem fez o que”, o Rafa Gomes de Goiânia se mostrou um bom assistente de câmera hahah Fez vários planinhos bacanas! Além de um bom fisioterapeuta e escalador, o cara se mostrou um bom câmera!

Vocês planejam continuar produzindo material de escalada? Já têm alguma nova idéia à vista?

Idéia com conteúdo de escalada sempre tivemos. Mas somos uma produtora que também tem que pensar em lucro. Então tudo vai depender desse retorno. Não descarto uma possível websérie pelo Rio, não só em Itacoatiara. Mas tudo vai depender do retorno do HNC.

Acho que valia um filme a história do clã “Gomes”, o que vocês acham? rs

Acredita que pensei nisso ontem? Daria um longa metragem! Muitos causos, muita coisa boa. Tem uma história por trás que ninguém sabe, que foi maior dificuldade no meu inicio na escalada que seria um bom conteúdo. Mas isso fica pra um outro papo.

Produzir vídeo tem bastante coisa técnica, mas também tem um lado artístico, e na arte a gente sempre tem referências. Quais as referências de vocês no mundo dos filmes de escalada?

Foda essa pergunta. Mas, a gente tem que beber de diversas fontes. Não adianta só se inspirar em escalada, em vídeos de escalada, porque senão, produziremos sempre os mesmos materiais, já que as referências de filmes de escalada são bem finitas. Isso eu aprendi mês passado quando fiz o curso MIMPI, um curso de audiovisual focado em surf e skate. Mas eu não vou fugir, acho que o Josh Lowell ditou uma nova linguagem para os filmes de escalada nos anos 2000. Aqui no Brasil eu curto muito o Seblen Mantovani, diretor do programa “Montanhistas”, com quem eu tive o prazer de trabalhar por 3 anos e aprender muito com ele.

O que você acha da produção de vídeos de escalada nacional?

Pois é, aí entra o papo de beber em outras fontes. Acho que, tirando os documentários, acaba que as coisas são muito mais do mesmo. O que sempre me incomodou no audiovisual de esportes radicais, principalmente na escalada, é a falta de enredo, falta de um roteiro bacana, com uma história legal. Não um monte de via e boulder randômicos. Mas ainda sim, todos os méritos devem ser dados àqueles que foram lá e fizeram. Os meninos do Pedra Viva hoje produzem um material de primeira qualidade – Alô Castor, vamos produzir! Estou com saudades dos vídeos. O Eliseu nos primórdios com o Lobotomia motivou uma geração, a minha principalmente. Mas de resto, não há muitas produções nacionais. Infelizmente!

Qual foi o melhor filme de escalada que já assistiram até hoje?

Sem duvidas foi o Rampage (2000), quando foi a primeira vez que eu vi o Sharma escalar!

E o pior?

Memento – A Boulder Life Line (2006)

E pra fechar, e quem quiser contratar a Gomo Filmes pra produzir algum vídeo, como faz?

A Gomo está inserida no mercado publicitário, mas temos dois braços independentes: artes e esportes. Qualquer pessoa que tiver uma sugestão de conteúdo ou quiser contactar a gente é só manda uma mensagem lá na página do Facebook (https://www.facebook.com/produtoragomo/) ou no e-mail [email protected] . Estamos às ordens!

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Reel Rock 10 disponível para pré-venda

19
Nov
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Todo final de ano é assim. Dedos coçando e mãos suando, esperando ansiosamente o lançamento da edição anual do Reel Rock, coletânea de filmes da Sender Films e Big Up Productions. E pra quem já não tá mais aguentando de ansiedade já podem colocar ai na agenda. O download do filme vai estar disponível a partir do dia 27 de Novembro e já está em pré-venda no Vimeo On Demand por $ 19,90 (não tão módicos R$ 75,00).

RR10

 

Ai você fala: “caramba que negócio caro!!”, “vou baixar pirata mesmo”. Não vou mentir, já baixei muito filme de escalada piratão, do emule, de torrent e o escambau. Fazia mais isso na época em que só existia opção de cópia física do filme, em DVD, que ia demorar séculos pra chegar aqui e ainda pagar imposto. Mas desde que se popularizou o download HD como opção, tenho procurado sempre comprar os filmes que assisto. Tem sido assim em praticamente todas os lançamentos das edições do Reel Rock e em outros filmes de outras produtoras. Acho legal pra dar um pouco de retorno pros caras, e mostrar que existe mercado no Brasil pra essas coisas, estimulando as marcas a olharem mais pra gente aqui. Sei que é caro, mas nada impede de você rachar com um amigo, e comprarem o filme pra cada um ficar com uma cópia. Ok, não é o ideal, mas pelo menos você deu uma contribuição e não gastou tanto em época de dólar na estratosfera.

Mas chega de “sermão” e assiste logo ai o trailer (se ainda não tiver visto) da nova edição do Reel Rock, que traz como destaques a produção  A Line Across The Sky, sobre a travessia do maciço do Fitz Roy por Tommy Caldwell e Alex Honnold; High and Mighty, sobre a brincadeira nem um pouco segura do highball bouldering, com Daniel Woods e Nina Williams; e Dawn Wall Exclusive, com a cobertura do ataque ao cume da Dawn Wall, por Tommy Caldwell e Kevin Jorgenson.

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Resenha: Reel Rock 8

12
Dec
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Esse ano infelizmente não pude ir assistir a uma das apresentações do Reel Rock, que aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim sendo, tive que aguardar até que o download dos filmes desse ano estivessem disponíveis (e o meu cartão de crédito fechar a fatura) para poder acompanhar a nova edição. E tenho que dizer que mais uma vez não me decepcionei. Com certeza hoje o Reel Rock reúne alguns dos melhores filmes de escalada produzidos, e vem mostrando acertado o caminho tomado pela Big Up e a Sender Films, de produzir filmes mais curtos, onde a história realmente é a base de tudo.

Na edição que está disponível para comprar em HD, vemos logo de cara que um dos filmes da mostra ficou de fora, que é o Stonemasters, sobre as gerações de escaladores do Yosemite. Pelo jeito o filme vai participar em alguns festivais ainda e não pode ser incluído. Uma pena. Mas os três outros que ficaram com certeza ainda valem o dinheiro pago, e já estaria de  bom tamanho mesmo sem a  inclusão de um presentinho dos produtores. Nos extras temos a versão completa de La Dura Dura, retomando a história do filme do ano passado, e incluindo as cadenas de Adam Ondra e Chris Sharma, no que pode ser a via mais difícil do mundo.

Yuji Hirayama em The Sensei

Yuji Hirayama em The Sensei

O primeiro filme do pacote principal do Reel Rock é o ótimo The Sensei, com Yuji Hirayama e Daniel Woods. A dupla, aparentemente muito dispare para estar no mesmo filme, se mostrou muito bem selecionada. A experiência e sabedoria de Yuji casou muito bem com a energia e a juventude de Daniel Woods, e rendeu uma bela história.

De início somos apresentados a Yuji, uma lenda viva da escalada mundial, que do alto dos seus 43 anos ainda busca um último desafio: uma linha jamais escalada no Monte Kinabalu em Borneo. Para ajudá-lo na tarefa, Yuji recruta Daniel, que ele enxerga como alguém com grande potencial. E como nos filmes de artes marciais, o jovem aprendiz passa por uma série de “testes” antes de realmente receber o convite para a expedição. Um dos testes é o boulder Hydrangea V15, que exibe uma verdadeira aula de como se filmar e editar uma cadena de boulder.

Com a parceria formada, a dupla segue para Borneo acompanhados de James Pearson e Caroline Ciavaldini. Enquanto Yuji volta para seu projeto, Daniel busca se adaptar a esse novo ambiente. Mais acostumado ao estilo leve de preocupações da prática do boulder, Daniel paga o preço do despreparo, mas é muito interessante de ver como ele ainda consegue se manter centrado e aproveitar a experiência. E talvez seja essa a parte mais interessante da história de The Sensei, Daniel Woods explorando e ampliando suas habilidades, conquistando vias, travando de medo em ficar pendurado numa corda, saindo da zona de conforto de ser o melhor boulderista da atualidade para tentar se tornar um escalador mais completo, com uma ajudinha do Sensei Yuji.

Hazel Findlay em Spice Girl

Hazel Findlay em Spice Girl

De Borneo o próximo filme nos leva para o Reino Unido, terra da cena de escalada mais “hard core” do mundo. Uma cena de escalada que é descrita como algo para quem tem “culhões”. E o fantástico do filme é ver que o protaganista é na verdade uma mulher, a escaladora Hazel Findlay, a nossa Spice Girl do título.

Se você ainda não conhecia Hazel, que já apareceu em alguns vídeos por ai, com certeza vai ficar com queixo caído com o que essa baixinha, loirinha, de vozinha aguda, consegue fazer. Num território dominado por homens, ela encara as assustadoras vias tradicionais inglesas com uma calma e controle mental de fazer inveja a qualquer marmanjo por ai.

Acompanhamos um pouco a história dela, de como começou a escalar, ainda bastante criança, com o pai, e o quanto isso formou sua mentalidade de escaladora. A filosofia dela é: “biologicamente nunca seremos mais fortes que os homens (…) mas não há razão para não sermos tão destemidas quanto, ou tão mentalmente fortes quanto os homens”. E ela leva isso à risca, se tornando a primeira mulher a escalar uma via de graduação E9. E aqui é só assistindo pra saber o que significa um E9.

Mas não contente em escalar muito na Inglaterra, no filme Hazel ainda leva suas habilidades para longe e resolve encarar uma grande parede no Marrocos, acompanhada da escaladora esportiva Emily Harrington e fazendo uma ascensão “ground up” com direito a bastante perrengue. Bela inspiração pra mulherada (e pro macharal também).

Ueli Steck e Simone Moro em High Tension

Ueli Steck e Simone Moro em High Tension

O terceiro filme do pacote principal é o High Tension, que conta a história do incidente envolvendo Simone Moro e Ueli Steck no Everest. Para quem estava desligado do mundo, esse ano Ueli e Simone quase foram linchados no Everest por um grupo enfurecido de sherpas, que acharam que eles desrespeitaram o grupo e as regras do Everest. O caso aconteceu durante uma tentativa de Ueli e Simone de fazer os dois cumes, Everest e Lhotse, em um mesmo ataque. Fazer cume no Everest, descer pelo colo sul e seguir de lá direto para o Lohtse sem retornar ao acampamento.

High Tension cobre os acontecimentos de forma bastante imparcial, sem se decidir muito sobre se Ueli e Simone estavam certos ou errados. Apesar da tensão no acampamento, algumas cenas ainda foram feitas da agressão por parte dos sherpas. Vemos Simone levar um belo tapa, chutes, e acompanhamos com ansiedade os sherpas arremessarem pedras contra a tenda onde Ueli está.

Além da situação em si, o filme leva um tempo também em mostrar a situação atual do Everest, tomado pelas expedições comerciais (a fila indiana com mais de 50 pessoas presas a uma corda Everest acima é de assustar), e como é a logística desse tipo de expedição. Com isso o filme meio que se coloca do lado de Ueli e Simone e atiça a discussão: existe espaço no Everest para escaladas independentes e ousadas?

Mas com certeza, a cereja do bolo do Reel Rock não está no filme principal, e sim nos extras. Em La Dura Complete, nós voltamos a Oliana e acompanhamos os esforços de Adam Ondra e Chris Sharma na La Dura Dura. Boa parte é quase uma reprise do filme do ano passado, com alguns novos depoimentos por parte dos dois escaladores, mas o final guarda o registro das duas cadenas, apresentadas quase sem cortes. Aqui é possível sentir toda a dificuldade da via, e analisar bem a diferença de estilo entre os dois escaladores. Ondra, apesar de magro, parece incorporar mais o estilo da “força bruta”. A afirmação do filme anterior, de que ele sobe como um foguete, fica clara na cadena, onde praticamente voa os primeiros lances até o primeiro crux. É impressionante a velocidade com que ele escalada. Já Sharma, parece muito mais compassado, usando mais de técnica para se posicionar bem e ficar nas agarras do necessariamente vigor físico. E é emocionante ver o final da cadena para os dois, duas emoções diferentes mas baseadas na mesma paixão. Realmente fantástico. Um registro para se assistir infinitas vezes.

O único senão do pacote do Reel Rock 8, foi a “enchida de linguiça” nos extras, com filmes que já puderem ser vistos gratuitamente na internet, caso dos dois boulders de V16 de Ondra, e o New Vision com Ueli Steck. Mas mesmo com essa pisada de bola, o Reel Rock 8 vale muito a pena (assim com valeram os anteriores) e é item indispensável na videoteca de qualquer escalador! Ficou com as mão suando? Então assista o trailer!

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Resenha: Exposure Vol. 1

2
Dec
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O novo filme do diretor Chuck Fryberger, Exposure Vol. 1, já está disponível para download e aproveitei para conferir a nova produção. A expectativa estava grande, já que o trailer estava de suar as mãos, e a última produção do diretor tinha sido o ótimo The Network, que trouxe uma abordagem diferente da tradicional do diretor.

Exposure, contudo, não consegue segurar o “hype” e fica bem abaixo do que se esperava pelo trailer, e de outras produções de Fryberger. Obviamente, todo o espetáculo de imagens que o diretor já havia mostrado nos outros filmes retorna nesse. As câmeras conseguem ângulos incríveis, sempre em movimento, criando tomadas de tirar o fôlego e conseguindo transformar até uma simples caminhada no deserto em algo épico. As “forçadas”  de barra com câmera lenta em situações completamente non-sense também estão lá, mas nada que já não se esperasse de Fryberger.

O filme apresenta algumas caras novas, como o escalador “dirtbag” Mason Earle e o jovem Cheyne Lemple, assim como famosos como Dave Graham e Matt Wilder, que tem o melhor trecho do filme ao retratar um pouco sua vida de casado e pai de família. Angie Payne também tem uma boa participação como única representante do sexo feminino. Mas o filme em si, se desenrola arrastado, com trechos desconexos, que acabam antes do clímax e deixam você com a impressão de “cadê o resto?”.

Não existe nenhuma linha narrativa mínima que una os diversos trechos. São apenas pequenos episódios colocados lado a lado formando um filme de 1 hora. Claro que isso não é problema nenhum. Um dos melhores filmes de escalada que eu assisti até hoje é o Dosage IV, e ele é completamente episódico, contudo era assim que ele se vendia. Já Exposure passa uma ideia de algo realmente insano, perigoso, pessoas em situação extrema, se expondo talvez a algum grande perigo. Mas ao assistir o filme você fica se perguntando o porque do título.

Exposure Vol. 1 não é um mau filme. Tem seus momentos. Mas fica longe de ser um daqueles filmes marcantes e que você TEM que ter na coleção. Se você é um viciado em filmes de escalada como eu, talvez valha a pena ter na coleção, mas não agora. Quem sabe daqui um ano ou dois, quando ele já não estiver custando $24,99.  E com certeza, depois desse, não vou ter pressa de assistir o Vol. 2, seja lá quando ele sair.

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Reel Rock 8 terá exibições no Rio de Janeiro e em São Paulo

29
Oct
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Esse ano o Reel Rock Film Tour, exibição de filmes de escalada das duas maiores produtoras norte-americanas, a Sender Films e a Big Up Productions, vem mais uma vez ao Brasil. As datas foram confirmadas na semana passada pela organização da América Latina, e devem acontecer nos dias 09/11 no Cine Odeon no Rio de Janeiro, e dia 19/11 no Cine Sesc em São Paulo. É a segunda vez que o Reel Rock tem exibição em terras brasileiras, a primeira vez ano passado, quanto tive a oportunidade de assistir a exibição em São Paulo.

Esse ano os filme que serão exibidos são The Sensei, com Yuji Hirayama e Daniel Woods tentando liberar um projeto no Monte Kinabalu na ilha de Borneo; High Tension, acompanhando os incidentes de violência contra Ueli Steck e Simone Moro no Everest; Spice Girl, com a escaladora britânica Hazel Findlay, fazendo o que muito marmanjo não tem sequer coragem de tentar; e The Stonemasters, contando a histórias dos 50 anos de escalada no Parque Nacional de Yosemite.

Os ingressos podem ser adquiridos nas lojas The North Face, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Quem estiver nessas cidades nos dias das exibições, não pode perder. Confiram o trailer abaixo.

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Resenha: The Network

17
Apr
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Essa semana foi lançado o mais novo filme do diretor Chuck Fryberger , The Network, e o Desce daí, doido! já adquiriu sua cópia e conferiu o filme.

Depois de uma estréia promissora com Pure, e em seguida ter conseguido emplacar um dos melhores filmes de escalada feitos até hoje com Core, fica difícil manter o pique e cumprir as expectativas. The Scene, apesar de ser um bom filme, não teve a mesma energia de Core. The Network também não tem, mas por outro motivo, bem mais compreensível.

The Network foi divulgado como uma parceria entre a Chuck Fryberger Films e a RedBull, mas assistindo ao filme fica claro se tratar mais de uma encomenda da empresa dos energéticos ao diretor do que outra coisa. Isso fica patente pelo estilo, que deixou de lado os takes “nonsense” e as piadas internas do mundo da escalada, presentes em seus filmes anteriores, sendo substituídos por uma abordagem mais contida, documental.

Mas o fato de o filme ter sido encomendado não diminui em nada a sua qualidade. Na verdade acrescenta qualidades que os outros não tinham, embora tire um pouco do caráter “get psyched” mais presente em filmes como Core e Pure. O filme ganhou uma cara mais de documentário, partindo do pressuposto de que quem está assistindo o filme não sabe nada de escalada e nem nunca ouviu falar daquelas pessoas e seus feitos incríveis. É uma abordagem bastante interessante e que acaba amarrando bem a história, guiada pelo conceito da rede de atletas que se interligam, tendo como ponto de partida Kilian Fischhuber.

Kilian é claramente o protagonista da história. Todos os elos da rede se ligam a Kilian de alguma forma, e a escolha de Kilian também é clara: ele é talvez o atleta de escalada mais destacado patrocinado pela RedBull. Isso de forma alguma é ruim, já que Kilian é um grande escalador, tanto em competições quanto na rocha, o que confere momentos bem diferentes para o filme. Acompanhamos Kilian durantes etapas da Copa do Mundo de Boulder e no Mundial, sendo superado pela esquadra russa. E seguimos com ele para picos de boulder como Rock Mountain National Park e os Grampians. Também podemos ver algo que não vemos com frequência. Kilian Fischhuber escalando vias esportivas! Intermediando as cenas de Kilian, vemos alguns outros grandes nomes da escalada mundial, como Sean McColl, Daniel Woods, Paul Robinson, Dave Graham e Nalle Hukkataival, garantindo alguns bons momentos ao filme, com cadenas de vulto com o FA do Meadowlark Lemon V15 por Paul Robinson, o FA do Mystic Stylez V15 por Daniel Woods e a cadena do Big Paw V15 por Sean McColl.

No aspecto técnico, The Network mantém o nível dos anteriores. Trabalho de câmera preciso, bela fotografia, edição fluida e dinâmica, e belos gráficos para completar o pacote. O único porém da parte técnica é o uso um pouco frequente do zoom digital (zoom na edição), que acaba criando cenas com qualidade de imagem bem inferior ao resto do filme, desfocadas e pixeladas. Deixa até a impressão de que as famosas câmeras RED de 4k de resolução não foram usadas aqui.

No geral, The Network é um bom filme, bem no estilão OFF Films, indicado até para a galera que não conhece nada de escalada. The Network está disponível em download HD pelo site iClimb ao preço de $19,95 (cerca de R$40).

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Review: Chasing Winter

30
Jan
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Chasing Winter é a quarta produção da Prak Media de Paul Robinson (The Schegen Files, Welcome to The Hood, On The Circuit) e com certeza o melhor até agora. Usando o título como ponto de partida do filme, Paul Robinson explica que para cada atleta existe um patamar de temperatura e clima para se obter a melhor performance. Para os  boulderistas o ideal são os climas frios e secos, explicando o porque de viajarem o mundo “caçando invernos”. Mas essa explicação toda fica somente por ai (e no final do filme, numa tentativa de amarrar a história), sendo esquecida no restante da produção que se desenvolve como qualquer outro filme de boulder, com muitas cadenas e trilha sonora instigante.

Mas Chasing Winter consegue dar um passo a mais do que os filmes anteriores de Paul Robinson. Neste podemos pelo menos sentir o que é ir numa “trip” para o outro lado do mundo. Paul aproveita para colocar um pouco da cultura da África do Sul, com trechos onde eles visitam locais comuns de Cape Town, provando a comida típica do lugar,  por exemplo. Estão no filme também os momentos de descontração em casa, nos dias de chuva. O cozinhar a própria comida (onde Carlos Traversi aparece como o “chef” da casa), e até mesmo praticar outras atividades como o surfe, onde tanto Paul Robinson quanto Carlo Traversi mostram que como surfistas são ótimos boulderistas.

Quanto à escalada no filme, essa é filmada e editada com precisão. Aparentando estar usando equipamento de primeira, Paul Robinson consegue capturar grandes cadenas em imagens nítidas e bem compostas, que são muito bem acompanhadas pela trilha sonora muito bem selecionada, fugindo um pouco do 100% eletrônico. Algo digno de nota no filme, é o fato de Paul Robinson claramente assumir mais a postura de produtor e deixar que os demais sejam os destaques. São de Carlo Traversi as duas cadenas mais fortes (Paranormal Activity V14 e Mirta V14), ambas primorosamente filmadas e editadas, com uma trilha de deixar você querendo ir escalar na mesma hora, formando o clímax da primeira parte.

O outro grande destaque do filme é a pequena Ashima, que domina a segunda metade da produção. Aqui podemos ver o quão realmente Ashima é impressionante. Desde o  primeiro V11 flash feminino com o boulder Black Demon, até as cadenas dos boulders Fragile Steps e Steady Plums Direct, ambos V13. O filme deixa claro que Ashima só não escala mais forte por não ter alcance suficiente para a maioria dos boulders. Como diz Paul Robinson em determinado momento “quando ela ficar maior, não vai ter boulder que consiga pará-la”.

Com esse Chasing Winter, Paul Robinson se recupera depois do fraco On The Circuit e deixa de novo a esperança de grandes produções da Prak Media no futuro, ainda com muitos boulders fortes e cadenas incríveis, mas com espaço para um pouco mais de história.

Chasing Winter tem no total 55 minutos e está disponível em download HD (1,98 GB) pelo site 27Crags, pelo custo de $ 14,98 (aproximadamente R$ 30,00).

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Resenha: Brasil Vertical

20
Dec
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No começo da semana o escalador Felipe Camargo lançou o seu curta Brasil Vertical, que registrou algumas das suas cadenas durante o ano de 2012. O filme teve uma boa recepção pela comunidade escaladora, tanto daqui quanto de fora, e em poucos dias já ultrapassou a marca de 10mil visualizações no Youtube. Aproveitando esse sucesso todo, resolvi escrever uma pequena resenha sobre o que achei do filme.

Antes de tudo, vale ressaltar que essa resenha vai levar em conta que o filme é uma produção amadora, com poucos recursos, tendo centrada apenas em uma pessoa (o próprio Felipe) as tarefas de diretor, câmera, editor, designer e ainda por cima “marketeiro”, e mais importante ainda, que é a primeira experiência de Felipe Camargo com produção de vídeos. Dito isso, vamos ao que importa.

Felipe Camargo na Comando Vermelho 11a

Brasil Vertical (ok, o nome não saiu tão original quanto o planejado né, Felipe?) começa com Felipe falando sobre a sua oportunidade única de ter podido escalar fora com alguns dos melhores escaladores do mundo, e da sua motivação para fazer o vídeo, que era de mostrar a escalada brasileira (principalmente a escalada de vias difíceis) para os gringos. Depois dessa breve explicação o filme não perde tempo e já nos leva direto para São Bento do Sapucaí, onde vemos Felipe fazer a primeira ascensão de dois fortes boulders, Sal Bento V10 e Segundo Sol V13. Já dá pra ficar “psyched” só com a pressão que você vê ele fazer durante a cadena do Segundo Sol.

Deixando São Bento, Felipe entra pra falar um pouco da Serra do Cipó, de longe um dos melhores picos de escalada esportiva do Brasil. Aqui acompanhamos mais 3 FAs, das vias Hooligans 10c, Premonição 11b (a via mais difícil do Brasil na atualidade) e Comando Vermelho 11a; ganhando ainda o extra da via Poder Paralelo no Sítio do Rod, em Lagoa Santa. Aqui o claro destaque fica na cadena da Comando Vermelho, que percebe-se ter sido a que teve um maior material filmado, permitindo à Felipe chegar num ótimo resultado na edição, explorando as tentativas mal sucedidas, e os vários ângulos e closes da cadena, construindo assim muito bem a dificuldade da via.

De Minas vamos para o Rio de Janeiro, onde Felipe conta um pouco a história da Coquetel de Energia, via que foi por muito tempo a mais difícil do Brasil, e mais uma vez vemos um bom trabalho de filmagem e edição. Os ângulos foram muito bem escolhidos e os closes nos movimentos são precisos, chegando a causar aquela sensação esquisita quando ele aperta o reglete e se ouve (não sei se o som é disso mesmo, mas dá pra sentir) os dedos estralando. No final Felipe ainda inclui a tomada “real” da cadena, que por ter sido feita à noite não permitiu ser aproveitada para o filme.

No final das contas Brasil Vertical é um bom filme. O estilo escolhido, chamado pejorativamente de “climb porn”, caiu como uma luva para intenção de Felipe que era mostrar um pouco da escalada brasileira para os gringos e motivar os escaladores nacionais a escalar mais forte. As pausas na “ação” com os comentários ajudaram a quebrar o ritmo das cenas seguidas de escalada, renovando o interesse no que vem a seguir. Isso fica claro no final da sequência de Minas, onde mais uma via ali começaria a ficar maçante. Por ser o primeiro filme de Felipe nota-se que ele experimenta bastante na edição, nem sempre acertando, testando alguns recursos de correção de cor, como o “cut out” no final da Hooligans, e um recurso meio “picture-in-picture” para mostrar um “close”, que acabou não funcionando tão bem quanto um corte limpo teria funcionado. As imagens de arquivo poderiam ter sido melhor utilizadas, principalmente se tivesse usado o vídeo original da Coquetel de Energia e não a tela do Youtube, mas acabaram cumprindo o seu papel. No geral o filme foi bem filmado, com boas escolhas de ângulos e bom trabalho de câmera, feito em grande parte por amigos, e a edição de Felipe ficou muito boa, levando-se em consideração ser esse o seu primeiro trabalho. Obviamente nota-se alguns altos e baixos na parte técnica, tanto no vídeo quanto no áudio, mas que eram esperados devido aos poucos recursos do filme. Talvez a parte que ficou mais aquém do “conjunto geral da obra” foi o design gráfico dos títulos, que poderiam ter usado uma tipografia mais interessante e ter mantido um padrão  nos tamanhos e efeitos, e terem sido melhor posicionados na tela. Mas como o Felipe não é designer, eu relevo, mas deixando a dica para chamar um designer pra ajudar na próxima (tamo aí, Felipe!).

Para uma primeira produção o resultado ficou bem acima da média, e creio que com mais experiência Felipe Camargo pode acabar ficando muito bom nessa “brincadeira”, seguindo o exemplo do escalador Paul Robinson, que além de escalar muito, tem se mostrado muito bom na produção de vídeos.

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Bate-papo com Felipe Camargo sobre o filme Brasil Vertical

17
Dec
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Hoje o escalador Felipe Camargo liberou seu curta, Brasil Vertical (o vídeo você confere abaixo), resultado de quase um ano de filmagens das cadenas de algumas das linhas mais difíceis do Brasil. Aproveitando o ensejo, eu bati um papo demorado com ele pelo Facebook  (demorado porque a internet dele não ajudou) sobre o filme e os projetos para o próximo ano.

Desce daí, doido: Hoje você está lançando o seu curta, Brasil Vertical. Diz aí como surgiu a ideia de produzir esse vídeo.

Felipe Camargo: A ideia surgiu vendo os vídeos do pessoal de fora, principalmente do Paul Robinson que me motivou bastante! E junto a isso a vontade de escalar mais pelo Brasil esse ano. Sempre estava viajando e nunca ficava no Brasil no inverno, a melhor época pra escalar aqui. Entao tinha muita via dificil e muito projeto que ouvia muito e não conseguia tentar nunca. Ai acabei juntando as duas coisas, a vontade de aprender a mexer com vídeo e a de ficar e explorar mais as escaladas daqui e resolvi fazer o video.

DD: Tu citou ai o Paul Robinson, e ele é um dos caras lá de fora que meio que tá liderando essa tendência dos escaladores profissionais de filmarem e editarem o próprio material. Mas pra ti, quando foi mesmo que tu parou e pensou: “Poh, eu posso fazer isso. Posso fazer meus próprios videos”?

FC: Cara não sei! Hahaha! Resolvi tentar, não sei ainda se posso ou não. Vou saber se a galera gostar! Se não passa pra outro fazer esse trabalho! Hahaha! Brincadeira. Mas resolvi tentar aprender, é uma área muito legal de trabalhar!

DD: O fato de ter participado do Reach, do Nathan Bancroft, junto com o Jon Cardwell, de alguma forma te influenciou nessa empreitada?

FC: Não influenciou muito não. Com o Nathan eu não tive que me preocupar com nada, só escalar. Ele é muito profissional e muito bom nas filmagens, fazia tudo acontecer natural, não precisava ficar repetindo os movimentos muitas vezes nem nada, e eu não fazia ideia de nada de edição. Só agora mesmo que resolvi ir atrás e aprender um pouco. Mas com certeza o nivel do meu video vai ficar bem longe do nível do Nathan! Hahaha!

DD: Obviamente que tu não fez tudo sozinho, afinal de contas alguém tinha que escalar. Mas como foi o processo, quem te ajudou nas filmagens?

FC: Como o video foi feito bem “low budget” contei com a ajuda de amigos, ninguem profissional não, só com uma boa noção de trabalhar com câmera e com vontade de ajudar! (Obrigado a todos mais uma vez ) e também fiz muitas imagens com tripé, imaginando a cena e deixando a camera fixa!

DD: Mas a parte da edição ficou por tua conta mesmo, né?

FC: Sim. Meu irmão me ajudou com alguns detalhes, mas a grande parte foi por minha conta. Tinha um ano todo pra aprender e ir fuçando. Na parte de edição mesmo, música/escalada estou bem satisfeito! Na parte gráfica ainda da pra aprender a usar After Effects e melhorar muita coisa.

DD: Tenho aqui uma pergunta do editor e escalador Caio Gomes: É cada vez mais frequente o aparecimento de “produtoras de escalada” com escaladores diretores, editores e roteristas. Você, que desempenhou esses três cargos em seu curta – diga-se de passagem, muito bem -, pensa em realizar mais trabalhos como esse dando início à uma própria produtora ou buscará ajuda de uma já estabelecida no mercado?

FC: Cara ainda não sei. Definitivamente me motiva isso de trabalhar com vídeos, mas ainda tenho um longo caminho de aprendizado pra querer trabalhar com isso de verdade! Mas acredito que nos escaladores que mexemos um pouco com isso, devíamos nos unir e pegar trabalhos juntos! E acho que assim vamos evoluir muito.

DD: No total…quanto tempo levou pra filmar e editar o video?

FC: Comecei as filmagens em março e só lancei agora dia 17 de dezembro. Entre encadenar vias, filmar e editar é um longo processo.

DD: Das vias que estão no filme, qual tu considera a que ficou melhor?

FC: Uma das que eu mais gostei foi a Poder Paralelo, pela estética da via, a linha é perfeita! Mas uma das mais bem filmadas foram o Coquetel de Energia que o Bie filmou pra mim. E uma das imagens que mais gostei foi essa de longe da Premonição que e a capa do video, que o Pedrinho (Pedro Leite) quem filmou.

DD: E qual a que deu mais trabalho pra registrar?

FC: Acho que o Coquetel também, pela via ser tão abrasiva e ter que ficar repetindo os movimentos foi duro! Hahaha!

DD: Tu já tinha comentado que o filme ia seguir um estilo de mais escalada e menos conversa, o que a galera acostumou chamar de “Climb Porn”, as vezes até de forma pejorativa. O que te fez escolher por esse estilo?

FC: Porque acho que principalmente por ser um video de via e não boulder, poderia facilmente ficar tedioso. E acho que sendo uma edição rápida, com cortes rápidos e dinâmicos e pouca fala consegueria evitar isso. Mas também porque gosto mais de ver videos de ação, com música boa, que te motiva pra ir escalar e treinar! Sem mto bla bla bla…a não ser que seja uma super história muito interessante.

DD: Agora sobre o nome. Esse eu sei que deu trabalho…

FC: Hahaha! Ô se deu!

DD: Depois de definido rolou um pequeno problema com direitos…como foi que tu contornou isso?

FC: Acabei fazendo na afobação e nao pensei direito sobre o nome. Queria algo simples e direto, e que tanto brasileiro como os gringos entendessem. Mas existe a marca Brasil Vertical, do Bito e da Karina. Mas conversamos e ficou tudo acertado.

DD: O filme acabou sendo meio que uma retrospectiva do teu ano de 2012 na rocha. Qual é a avaliação de 2012? Ficou faltando alguma coisa…algum projeto?

FC: Cara, a gente sempre acha que poderia ter feito mais né? Fiquei satisfeito com a quantidade de vias sim. Mas o Brasil é muito grande e tem muita coisa ainda. Passa Vinte e Corupá são dois lugares que gostaria que entrassem no vídeo e ficaram de fora. Fica pro proximo! hehehe

DD: E o ano que vem? Quais os planos? Algum projeto especial?

FC: Hehehe, várias ideias! Mas nada em concreto ainda. Vamos ver o que acontece.

DD: E o Nordeste? Faz tempo que você diz que vem e nada? Em 2013 vai aparecer por aqui mesmo ou é só conversa? rs

FC: Hhahaha! Em 2013 certeza!!! Tô louco pra conhecer esses negativos dai!

DD: Valeu ai Felipe pelo bate-papo! Espero que o filme espalhe ai pra todo canto e alcance o seu objetivo!

FC: Tomara! Valeu a ajuda ai, em todo o processo!

Confira abaixo, na íntegra, o curta Brasil Vertical, com Felipe Camargo! Recomendo colocar em 720p e em tela cheia!

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Resenha: Autana

3
Oct
sem betas
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Uma montanha proibida e sagrada no meio da amazônia venezuelana, Leo Holding e Sean Leary na expedição e Alaister Lee registrando tudo isso. A julgar pela mistura e pelo ótimo resultado do filme anterior de Alaister Lee, The Asgard Project, poderia se dizer que mais um grande filme de escalada estava chegando. Mas não é bem assim. Autana não alcança o mesmo resultado de The Asgard Project, nem mesmo em seus melhores momentos.

O novo filme do diretor Alaister Lee começa com o trio da expedição, Leo Houlding, Sean Leary e Jason Pickles conversando em  uma praia do caribe venezuelano sobre as dificuldades que irão enfrentar para chegar até Autana. De cara já soa estranho eles estarem tendo uma conversa dessas naquele ambiente, e de forma tão descontraída. Mas o que incomoda mesmo é a sensação de cena completamente dirigida. Não se sente uma gota de espontaneidade, indicando que na verdade eles já sabiam tudo que iam fazer, estavam ali apenas explicando pra câmera. Daí o filme parte pra mostrar a jornada do trio até a montanha sagrada de Autana, atravessando rios, evitando os contrabandistas e a polícia, e tendo que participar de rituais xamânicos para conseguir a permissão de escalar a montanha, gerando uma sequência completamente dispensável de “livre interpretação visual” das viagens de Leo Houlding após tomar o famoso chá de Ayahuasca.

Desde essa primeira parte já começa a incomodar a falta de tensão no filme. Diferente de  Asgard Project, onde a todo instante se temia pela continuidade da expedição, aqui mais parece que eles estão num passeio, apesar de estarem indo para uma montanha isolada no meio da selva. Nem mesmo a lesão nos pés adquirida por Leo Houlding, serve para acrescentar alguma dose de preocupação, tanto que ela é completamente esquecida no decorrer do filme e em nada  interfere na escalada.

As cenas de escalada são sim muito boas. A parede é linda, e as imagens capturadas pela câmera de Alaister Lee continuam fantásticas. As cavernas gigantes que existem no meio da parede são algo realmente incrível e apresentadas com toda a grandiosidade que elas merecem. Mas fora isso, mais uma vez vemos uma escalada sem emoções, sem contratempos, sem perrenques, tudo que se esperaria de uma escalada dessa natureza. O filme termina e você fica com a impressão de que foi tudo muito fácil para eles, tudo saiu como planejado. E talvez tenha sido. Talvez a idéia de ir até Autana tenha sido de se meter em um grande perrengue que acabou não se concretizando, gerando um filme morno, e que não vai ficar na lista dos melhores filmes de escalada já feitos.

Autana está disponível em download HD através do site da Posing Productions e custa o equivalente a salgados R$ 44,00. Adquira a seu próprio risco.

 

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