O longo caminho de volta

12
Aug
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Não sei se vocês sabem, mas eu estou lesionado já faz praticamente três meses. Depois de um longo ciclo treinando pesado eu acabei sentindo um certo desconforto no ombro direito, ao qual acabei não dando muita bola. Resultado? O desconforto evoluiu e virou dor. Não chegou a ser algo muito grave, desenvolvi uma tenossinovite na cabeça longa do biceps, que vem incomodando desde então não me permitindo escalar.

Como eu já lesionei duas vezes o mesmo ombro anteriormente, resolvi tirar um tempo distante dos treinos e da rocha, e tentei me tratar sozinho. Como não enxerguei resultados procurei um ortopedista, e acabei fazendo fisioterapia. Mas como das outras vezes, é frustrante fazer tratamento com profissionais que não entendem a atividade que você faz, e nem se dão ao trabalho de tentar entender. Uma dica interessante que acabei lendo em um texto norte-americano, é sempre levar imagens, vídeos, de preferência seus, para mostrar ao médico exatamente o tipo de esforço que você faz. Ficou anotado caso necessite de uma próxima vez (que eu espero não precisar).

Ainda via demorar um tempinho pra voltar a fazer isso ai (ou quase)

Ainda via demorar um tempinho pra voltar a fazer isso ai (ou quase)

Depois das sessões de fisioterapia, sentindo até uma certa piora nas dores, resolvi mais uma vez deixar de lado e tentar outra vez sozinho. A internet foi de grande ajuda nisso tudo, pois consegui ver bastante relatos de escaladores com lesões semelhantes e alguns exercícios que poderiam ajudar. Passei a fazer exercícios de fortalecimento do ombro com a Theraband dia sim, dia não, e aplicando gelo no local todo dia, pelo menos duas vezes ao dia. Quando senti o incomodo diminuir bastante, resolvi voltar ao muro de leve. Apenas travessias bem fáceis, fechando sempre com alongamento e os exercícios de fortalecimento. E parece estar surtindo efeito.

Esse final de semana escalei na rocha depois de praticamente três meses. Só fiz vias mais fáceis, sexto grau no máximo, e não senti nenhuma dor enquanto escalava. Um bom sinal. O incômodo aparecia somente na hora de fazer a segurança, motivo pelo qual já vou avisar que não vou fazer seg para ninguém da próxima vez (melhor desculpa que eu já consegui para fugir da seg :P ). Foi legal voltar, sentir que ainda não estou fazendo tão feio, a técnica ainda está lá e o psicológico nem estava dos mais ruins. Só apanhei um poquinho pra fazer um sextinho bem técnico, meio aderência, com uns abaulados meio nojentinhos. Mas de resto, me senti bem escalando.

Boulder por enquanto está fora de cogitação. Os movimentos exigem demais do ombro e tentar fazer boulder agora só vai atrapalhar a recuperação. Vou tentar ficar nas vias por enquanto, sem exagerar também, até não estar mais sentindo dor ou incômodo algum na articulação. E mesmo quando parar de doer ainda vou dar um tempo antes de voltar a treinar mais forte ou fazer boulder. Mas aos poucos eu vou voltando. Dentro dos limites, sem exagerar. E assim eu vou trilhando esse longo caminho de volta para a escalada, pra quem sabe entrar numa nova fase mais cuidadosa, e livre de lesões.

Postado por admin em : Pessoal, Relato

Diário de treino XII

17
Apr
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Eu devia tá aqui escrevendo sobre a minha última semana de treino e de como eu ia dar o último gás nessa reta final pro campeonato brasileiro e descansar semana que vem pra chegar inteiro na competição e dar o meu melhor, independente de que posição isso me leve. Mas ontem eu acabei tendo que abortar esses planos.

Logo no começo do treino, depois de pagar uma série de barras, senti um incômodo embaixo do braço, na parte de trás. Segundo meus amigos mais entendidos, um educador físico e o outro médico, o problema foi no grande dorsal. Ainda tentei continuar o treino, que seria uma sessão de “power endurance” num novo circuito, mas nas primeiras entradas senti realmente incomodando. Não chegava a doer realmente, mas pra prevenir e não piorar o negócio, eu resolvi parar o treino por ali e voltar pra casa.

Parece até besteira, mas quando senti a lesão, e me vi sem conseguir treinar como eu queria, fiquei realmente abatido. Fiquei então imaginando como deve ser para um atleta profissional. Se comigo, que não fazia muito mais do que um mês que eu estava me preparando pra uma competição, me lesionar na reta final já foi extremamente broxante, na falta de uma palavra melhor, imagine então para um atleta que se prepara meses, as vezes até anos, para uma competição, e na reta final se machuca. Deve ser algo devastador.

Quanto a mim, vou me conformar com a idéia de que uma semana a mais de treino não vai fazer grande diferença na minha performance, então vou realmente tirar a semana de descanso mais cedo. No máximo, fazer treinos leves de resista no final de semana, mais pra sentir como está. O que eu quero agora é chegar no Rio sem sentir nada, e poder competir, mesmo sem dar o máximo, sem estourar nada. É foda, é chato, é frustrante, mas é a vida. Vamos ver no que dá.

Postado por admin em : Diário de Treino

Por onde anda Patxi Usobiaga?

12
Sep
sem betas
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Pra quem tem acompanhado os campeonatos de escalada esse ano acho que já deve ter percebido a ausência de um grande nome, o espanhol Patxi Usobiaga, bi-campeão da Copa do Mundo em 2006 e 2007, e campeão mundial em 2009 (completando assim todos os títulos que se pode ganhar na escalada esportiva). Esse ano não se viu Patxi participar de nenhuma competição, nem notícia alguma de cadenas importantes na rocha, onde foi a primeira pessoa do mundo a escalar um 11b à vista em 2007.

A notícia boa é que Patxi não deu uma de Didier Berthod e foi morar num mosteiro.  Na verdade ele está se recuperando de uma hérnia de disco, resultado de um acidente que sofreu em junho do ano passado e quem tem incomodado muito o escalador, a ponto de ter dias onde mal consegue levar a cabo as atividades normais.

Patxi tem buscado manter a motivação se concentrando em outras atividades relacionadas a escalada, como o trabalho de route setter. Ele fez o curso de route setter em 2007, mas nunca havia tido tempo para tirar o certificado. Esse ano, sem competir, resolveu conseguir o certificado e passou pelo teste final, que era equipar uma via na Copa de Espanha. Ele também tem se dedicado a escalar vias longas, onde o esforço físico é menor. Para ele se manter escalando é o principal, não importa o grau.

Patxi ainda está longe de se recuperar, segundo ele mesmo, e tem buscado formas alternativas, como o surfe, de manter a forma e a mente sã longe da escalada. O Desce daí, doido! espera que Patxi se recupere o mais breve possível, e volte a mostrar nas competições e nas rochas que determinação, disciplina e dedicação podem trazer grandes resultados!

Fonte: Desnível

Postado por admin em : escaladores, notícias