Resultados do segundo dia do Campeonato Mundial de Escalada

13
Sep
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Entramos no segundo dia de disputas no Campeonato Mundial de Escalada. Mais uma vez apenas fases classificatórias, para os homens na dificuldade, e as mulheres no boulder. E mais uma vez os “tops” fizeram o dever de casa e passaram para as semifinais sem muito esforço.

Na dificuldade masculina, Adam Ondra passeou nas vias e completou as duas linhas propostas com facilidade. Da mesma forma fizeram Ramon Julian, Sean McColl, Jakob Schubert, Magnus Midtboe, Romain Desgranges e Cedric Lachat. Nessa modalidade não tivemos nenhum brasileiro na disputa, apenas alguns sul americanos, mas que não chegaram a passar para a semifinal.

No boulder feminino a mesma história se repetiu. O primeiro lugar das qualificatórias ficou com a norte-americana Alex Puccio, que fez top nos  5 boulders, em apenas 6 tentativas. Anna Stöhr, Melissa Le Nevé, Akyo Noguchi e outras 6 escaladoras também conseguiram 5 tops cada, garantindo a vaga para as semis e deixando 10 vagas para as restantes. Dez vagas que poderiam ser apenas oito, não fosse a ausência de Sasha DiGiulian e Mina Markovic. A paulista Thais Makino, representante do Brasil na modalidade boulder, acabou terminando a fase classificatória na 47ª posição (a melhor entre os brasileiros), com apenas 1 top em duas tentativas e 2 agarras bônus em 10 tentativas.

Hoje também rolou a segunda parte das qualificatórias do Paraclimbing, na qual participa o escalador paulista Raphael Nishimura. E nessa segunda via Raphael foi ainda melhor do que na de ontem, onde conseguiu o nono lugar. Ele ficou na terceira colocação e garantiu a vaga na final da sua categoria na sexta colocação! É Brasil na final em Paris!! As finais acontecem amanhã, a partir das 9h (horário de Brasília) e vamos torcer para Raphael conseguir um lugar no pódium e voltar com uma medalha inédita para o Brasil!

Resultados – Dia 2

Paraclimbing – Arthitis+Neurological PD – Final

1. Manikandan Kumar (IND)

2. Andras Szijarto (HUN)

3. Mathieu Besnard (FRA)

4. Noel Colin (FRA)

5. Alessio Cornamussi (ITA)

6. Raphael Nishimura (BRA)

 

Dificuldade Masculina – Semifinal

1. Romain Desgranges (FRA)

1. Ramon Julian (ESP)

1. Cedric Lachat (SUI)

1. Sean McColl (CAN)

1. Magnus Midtboe (NOR)

1. Adam Ondra (CZE)

1. Jakob Schubert (AUT)

8. Sachi Ama (JAP)

9. Thomas Ballet (FRA)

9. Stefano Ghisolfi (ITA)

11. Mikhail Chernikov (RUS)

11. Manuel Romain (FRA)

11. Jorg Verhoeven (HOL)

14. Jihwan Park (COR)

15. Mario Lechner (AUT)

15. Eduard Marin Garcia (ESP)

17. Thomas Joannes (FRA)

17. Valeriy Kryukov (RUS)

19. Akito Matsushima (JAP)

19. Hyunbin Min (COR)

21. Victor Esteller Ocaña (ESP)

21. Thomas Tauporn (ALE)

23. Klemen Becan (ESL)

23. Jabee Kim (COR)

23. Urban Primozic (ESL)

23. Domen Skofic (SLO)

23. Evgeny Zazulin (RUS)

 

Boulder Feminino – Semifinal

1. Alex Puccio (EUA)

1. Melanie Sandoz (FRA)

3. Anna Gallyamanova (RUS)

3. Melissa Le Nevé (FRA)

3. Akiyo Noguchi (JAP)

6. Petra Klinger (AUT)

6. Anna Stöhr (AUT)

8. Yana Chereshneva (RUS)

9. Hannah Midtboe (NOR)

9. Katharina Saurwein (AUT)

11. Monika Retschy (ALE)

11. Juliane Wurm (ALE)

13. Cecile Avezou (FRA)

13. Olga Bibik (RUS)

15. Barbara Bacher (AUT)

15. Olga Yakovleva (RUS)

15. Angela Payne (EUA)

18. Jenny Lavarda (ITA)

19. Jain Kim (COR)

19. Tamara Kuznetzova (CAS)

 

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Primeiro dia do Campeonato Mundial de Escalada

12
Sep
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Hoje foi o primeiro dia de competições no Campeonato Mundial de Escalada, acontecendo no ginásio de Bercy em Paris. As disputas começaram bem cedo no horário brasileiro, por volta das 4 da manhã, o que dificultou um pouco acompanhar tudo. Hoje tivemos as qualificatórias femininas da modalidade Dificuldade, as qualificatórias masculinas do Boulder e a primeira via qualificatória do Paraclimbing.

Nas disputas do boulder, sem grandes surpresas. O que chamou mais a atenção foi a ausência de Daniel Woods e Adam Ondra. Os dois apareciam no “startlist”  inicial, mas acabaram não competindo. No caso de Daniel Woods, pode ser o caso de ele nem sequer ter ido a Paris, já que o boulder é a especialidade dele. Já para Ondra, pode ser mera estratégia para se guardar para as disputas da Dificuldade. Isso vamos saber amanhã. Dmitrii Sharafutdinov passou em segundo para as semis fazendo 5 tops, algo que foi alcançado também por 10 outros escaladores. Kilian Fischhuber, Rustam Gelmanov, Guillaume Glairon-Mondet e Sean McColl também passaram com facilidade para as semifinais. O brasileiro Pedro Nicoloso terminou sua participação na 58ª colocação, com 2 tops e 4 agarras bônus. No total foram 22 os escaladores qualificados para a semifinais, devido a 3 escaladores empatados na 20ª colocação.

Nas qualificatórias da Dificulade feminina a grande surpresa também foi a ausência de duas grandes favoritas: Sasha DiGiulian e Mina Markovic. As duas ficaram de fora da disputa devido a lesões. Tirando isso, nenhuma grande zebra. As favoritas se classificaram para a semifinal, na sua maioria fazendo top nas duas vias, que estavam cotadas em 9c e 10a. A brasileira Janine Cardoso não teve uma boa participação e terminou a competição na 49ª colocação. Para as semifinais passaram 26 atletas.

Na disputa do Paraclimbing, o brasileiro Raphael Nishimura escalou a primeira via classificatória da categoria Arthritis+Neurological PD. Me confundi no horário e acabei não vendo ele escalar, e como o site do IFSC ainda não atualizou os resultados da categoria, vou ficar devendo a posição do Raphael. 

Na disputa do Paraclimbing, o paulista Raphael Nishimura ficou com 9ª colocação depois da primeira via qualificatória. Um detalhe interessante na categoria de Nishimura é que a pontuação é calculada utilizando um “coeficiente de habilidade” determinado pela equipe médica do mundial. O coeficiente de habilidade de Nishimura é 3,64, o mais alto entre todos os atletas da sua categoria. Multiplicando esse coeficiente pela pontuação bruta da via, se chega na pontuação final, que no caso de Nishimura foi de 61.9, por ter alcançado a agarra 17. Os primeiros colocados fizeram Top e tem um coeficiente de habilidade de 1.27. Isso indica, que na opinião da equipe médica do mundial, Raphael Nishimura é o atleta com a condição física que mais traz dificuldades para a escalada. Ainda assim ele conseguiu alcançar uma agarra mais alta que muitos outros escaladores e se colocar na classificação geral a frente do escalador francês Philipe Ribiere, que é patrocinado pela Petzl.

Fazendo um balanço da transmissão do Campeonato Mundial de hoje, comparado com o do ano passado em Arco, esse está devendo. A transmissão estava confusa, difícil de saber a ordem dos escaladores, com nomes de atletas sendo trocados e a atualização das colocações bem atrasada. Utilizar a ferramenta de “stream” ao vivo do Youtube foi uma melhoria, mas ainda estou querendo ver um pouco mais de câmeras diferentes e gráficos melhores como vimos no Campeonato Mundial ano passado e estamos vendo na Copa do Mundo. É esperar pelas semifinais pra ver como fica.

Amanhã teremos as disputas da Dificuldade Masculina (agora sim com Adam Ondra), a do Boulder feminino, com a participação de Thais Makino, e mais uma vez o Raphael Nishimura, na segunda via qualificatória. A transmissão começa às 4h da manhã, horário de Brasília, iniciando pela Dificuldade Masculina e depois o Boulder Feminino. Fiquem atentos no site ifsc.tv para acompanhar ao vivo, e caso não possam assistir, fiquem ligados na fanpage do Desce daí, doido! no Facebook, com a cobertura do que vai estar rolando em Paris.

Resultados – Dia 1

Dificuldade Feminino – Semifinal

1. Helene Janicot (FRA)

1. Angela Eiter (AUT)

1. Jain Kim (COR)

1. Momoka Oda (JAP)

1. Charlotte Durif (FRA)

1. Johanna Ernst (AUT)

1. Dinara Fakhritdinova (RUS)

8. Seuran Han (COR)

9. Magdalena Röck (AUT)

10. Christine Schranz (AUT)

11. Evgenia Malamid (RUS)

12. Mathilde Brumagne (BEL)

13. Maja Vidmar (ESL)

14. Yuka Kobayashi (JAP)

15. Anak Verhoeven (BEL)

16. Jenny Lavarda (ITA)

17. Matilda Soderlund (SUE)

18. Cecile Avezou (FRA)

19. Barbara Bacher (AUT)

19. Julia Chanourdie (FRA)

19. Nikki Van Bergen (HOL)

22. Katharina Posch (AUT)

23. Andrea Brigitta Szkely (HUN)

24. Olga Shalagina (UCR)

24. Rebekka Stotz (SUI)

26. Petra Klinger (SUI)

 

Boulder Masculino – Semifinal

1. Guillaume Glarion Mondet (FRA)

1. Dmitrii Sharafutdinov (RUS)

3. Sean McColl (CAN)

3. Rei Sugimoto (JAP)

5. Kilian Fischhuber (AUT)

5. Cedric Lachat (SUI)

7. Rustam Gelmanov (RUS)

7. Stefano Ghisolfi (ITA)

7. Tsukuru Hori (JAP)

7. Thomas Tauporn (ALE)

11. Arman Ter-Minasyan  (RUS)

12. Jeremy Bonder (FRA)

13. Klemen Becan (ESL)

13. Jan Hojer (ALE)

15. Edward Feehaly (ING)

15. Jihwan Park (COR)

17. Marco Antonio Jubes Angarita (ESP)

17. Yury Novitskiy (RUS)

19. Mauricio Huerta (MEX)

19. Victor Koslov (RUS)

19. Roland Rugens (LAT)

 

Atualizado às 17 horas do dia 12/09/2012

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3ª Etapa Campeonato Brasileiro de Boulder – Belo Horizonte

31
Aug
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O visual é incrível! Chegar na Praça do Papa em Belo Horizonte e descortinar toda a cidade lá de cima já é mais do que suficiente para visitar o local. Mas no final de semana passado, competindo com a panorâmica da cidade estavam os slackliners e boulderistas que participavam do Campeonato Brasileiro de Slackline e da última etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder. Os dois eventos encheram a praça do Papa e deram um verdadeiro espetáculo para aqueles que visitaram o local no sábado e no domingo, mesmo enfrentando o sol de arder (devido a baixa umidade relativa do ar) durante o dia, e o frio de rachar durante a noite.

Visual do muro na Praça do Papa com BH ao fundo. (Foto de Marcelo André)

Minha participação no Festival Amador

No sábado rolou os festivais, tanto das categorias amadoras quanto das categorias IFSC (Juvenil e Master). O primeiro festival foi o das categorias amadoras, do qual participei. A expectativa era melhorar a pontuação em relação à primeira etapa que participei no Rio de Janeiro, voltar ao pódium (quem sabe abocanhar um primeiro lugar) e tentar terminar a temporada com o primeiro lugar geral no Ranking. Mais uma vez o Belê fez um grande trabalho nos boulders do festival, dessa vez (assim como em SBS) fazendo uso de vários módulos, que deram uma temperada nos problemas. Existiam 4 faixas de pontuação no festival: os amarelos (que valiam até 2000 pontos), os vermelhos (valendo até 5000 pontos), os verdes (valendo até 9000 pontos) e os pretos (que chegavam até 30000 pontos). As faixas de pontuação se assemelhavam às do Rio, e logo percebi que o foco ia ser mandar todos os vermelhos, o mais rápido possível, e daí partir para pegar alguns verdes e aumentar a pontuação.

Na cadena de um dos boulders vermelhos (Foto de Renan Schelb)

Dei um primeiro pega em um dos boulders amarelos para sentir a dificuldade e aquecer um pouco, mas assim como no Rio vi que ficar nos amarelos ia ser perda de tempo, e decidi entrar logo em um vermelho. O primeiro que entrei estava entre os mais difíceis entre os vermelhos, e entrei já tendo visto alguém dando um pega nele. O boulder tinha alguns movimentos longos que precisavam ser dinâmicos. O primeiro saia de um módulo, segurando em um reglete de direita, e abria o crucifixo pra catar um  batente meio abaulado de esquerda. Fui fazer o movimento meio estático e acabei não alcançando a agarra, e na volta para recuperar o equilíbrio toquei uma agarra fora do boulder. Queimei a primeira tentativa num erro bobo.  Mas tudo bem, era apenas o primeiro, ainda poderia eliminar esse da pontuação se mandasse os outros 5 boulders vermelhos de flash. Dei mais uns dois pegas nesse boulder e cai com o pé escorregando em uma agarra. Relaxei e fui para os outros vermelhos. Todos os próximos foram saindo de flash, com bastante facilidade, o que foi me animando. Tinha mandado quatro quando resolvi voltar para o que havia me derrubado, e mandei nesse pega.

Com o sistema de pontuação automatizada via iPads e atualizado em tempo real, pude conferir minha pontuação e minha colocação atual. Estava com pouco mais de 18 mil pontos e em terceiro lugar, minha pontuação mínima garantida com 5 boulders vermelhos. Resolvi tirar meia hora de descanso e voltar para entrar nos boulders verdes e somar o máximo de pontos possível. Saí dali, comi alguma coisa, bebi uma água, falei com a galera e fui dar mais uma conferida na pontuação. Tinha caído para o quinto lugar. Estava na hora de voltar.

Conferindo a pontuação em tempo real.

Já havia dado uma olhada nos verdes antes e resolvi entrar no primeiro da direita, um boulder com regletes pequenos. Tentei a primeira vez e fui até bem, quase dominando a antepenúltima agarra. Dei mais dois pegas sem sucesso e os dedos começaram a reclamar. Resolvi mudar e fui dar um pega no primeiro da esquerda. O boulder parecia ser mais de técnica e equilíbrio do que necessariamente força. Entrei no boulder sólido, e com o incentivo dos amigos do lado de fora, mandei o problema na primeira tentativa, voltando para o terceiro lugar.

Agora era a hora de apertar tudo e tentar mandar mais um verde pra tentar chegar no segundo e garantir de vez o terceiro, já que o quarto colocado estava muito próximo. Entrei em um outro problema acompanhando a vibe da galera de BH que foi pra Rocklands recentemente, entre eles o meu amigo Eric Dorneles, que competia na categoria Adulto A. Dei um primeiro pega esquisito e mal consegui sair, mas logo identifiquei o erro na leitura e o segundo pega já foi bem melhor. Ficamos ali durante algum tempo tentando o problema mas todos caiam exatamente na mesma agarra, duas antes do fim. Resolvi mudar de estilo e parti para um outro que tinha movimentos longos e usava uma travada de calcanhar para ficar na agarra final. Pareceu factível. No primeiro pega consegui dominar o módulo, mas não consegui avançar para as agarras acima dele. Dei mais alguns pegas e caia exatamente no mesmo lugar. O tempo estava acabando, sentia meus braços cansados, e decidi dar apenas mais um pega. Entrei bem, e pela primeira vez catei as agarras acima do módulo e cai me preparando para ir na penúltima agarra. A motivação voltou e resolvi tentar de novo. Entrei faltando 3 minutos para o fim e consegui dar um pega melhor ainda, mas não o suficiente pra mandar o boulder.

Mesmo sem mandar mais um verde, consegui terminar em terceiro colocado, com uma pontuação melhor do que a etapa do Rio de Janeiro, fechando o total de 23500 pontos, mas apenas 200 pontos na frente do quarto. Com a terceira colocação nessa etapa, acabei terminando a temporada com o primeiro lugar geral no ranking da categoria Amador Adulto B, com 92 pontos. Agora posso dizer que sou campeão brasileiro de boulder?

O pódium da categoria Adulto B Masculino (Foto: Adrena)

Festival Master e finais

Mais tarde rolou o festival das categorias IFSC (Juvenil A e B, Júnior e Master). Os boulders para essas categorias continuavam os mesmos do festival amador, a diferença é que agora os competidores iam centrar esforços nos boulders mais difíceis, os pretos, que não foram escalados por praticamente ninguém no festival amador. Para se ter uma idéia da diferença, para ficar no pódium nas categorias amadoras, os boulders base da pontuação eram os vermelhos, com os verdes sendo aqueles de pontuação mais alta ser encadenada para ficar nos primeiros lugares. Já no festival master, os boulders base de pontuação eram os verdes, e os pretos os que iam fazer a diferença na hora da classificação.

Com a ausência de fortes nomes no master masculino como César Grosso, Pedro Nicolosso, Beto Ferragut e Rafinha Takahace, havia ai mais chances de novos nomes aparecerem nessa final. E a disputa foi acirrada, principalmente nas últimas colocações que passavam para a final. Caio Gomes, escalador de Niterói, ficou fora da sua primeira final na temporada por muito pouco, terminando o festival com a 7ª colocação. Rafael Ávila, o Fanfa, que havia chegado na final no Rio, não conseguiu repetir o resultado e ficou de fora. Juan Ouriques, que conseguiu final na etapa passada em São Bento do Sapucaí também ficou de fora. Felipinho (SP), Pedro Raphael (DF) e Jean Ouriques (MG) mantiveram os bons resultados e chegaram mais uma vez na final. Completando os 6 primeiros ficaram Rafael Passos (DF), Tomaz Ferreira (Droza) e Ruy de Castro, ambos escaladores mineiros, fazendo bonito em casa!

No feminino também tivemos mais uma vez as figurinhas carimbadas chegando na final: Thais Makino (SP), Luana Riscado (RJ) e Anna Shaw (SP). A escaladora paranaense Camila Macedo repetiu o bom resultado da etapa passada e chegou mais uma vez na final, acompanhada das escaladoras mineiras Maira Vilas Boas e Patrícia Antunes (que entrou no lugar de Francine Borges, que não pode participar da final e cedeu a vaga). A escaladora Flora Kesselring, que havia estado na final nas duas últimas etapas, acabou ficando de fora dessa.

Nesse festival, outra figura de destaque foi o escalador mineiro Yan Kalapothakis, que disputando na categoria Juvenil A, passeou nos boulders do festival e ficaria bem colocado até mesmo entre os da categoria Master Masculino (ficaria na 14ª posição). Com mais essa vitória, Yanzinho mostrou domínio total na categoria Juvenil, ganhando as 3 etapas, ficando com o título brasileiro e carimbando de vez o passaporte pra categoria Master ano que vem.

Yanzinho em um dos boulders mais fortes do festival. (Foto: 4Climb)

No domingo rolaram as finais das categorias Master Masculino e Feminino. Como em São Bento, as finais foram no modelo IFSC: quatro boulders, com os escaladores escalando cada um na sua vez , tendo 5 minutos para encadenar cada boulder e com a pontuação sendo contada pelos Tops e agarras bônus.

A primeira final foi a feminina, e começou parecendo que ia ser um passeio da Thais Makino, com somente ela fazendo top no primeiro boulder. Mas a partir daí ela começou a ser seguida de perto por Luana Riscado, que foi mandando cada um dos outros boulders à vista e manteve a disputa do primeiro lugar entre as duas. No último boulder, depois de ter mandado o problema à vista, Luana caiu de mau jeito e torceu o tornozelo, sendo retirada no colo para a plateia, para de lá acompanhar o desempenho de Thais Makino. Thais não encaixou bem no boulder e caiu na primeira tentativa, deixando todos apreensivos e abrindo a possibilidade de um empate caso ela não encadenasse o problema. Mas ela mostrou porque garantiu o título brasileiro ainda na segunda etapa, e encadenou o boulder, ficando com o primeiro lugar e Luana Riscado com o segundo. Em terceiro veio a mineira Maira Vilas Boas com 2 tops, deixando Anna Shaw em quarto, Patrícia Antunes em quinto e Camila Macedo na sexta posição.

Luana Riscado no boulder 2 da final feminina.

Anna Shaw no último boulder da final

A final masculina foi recheada de momentos de levantar o público. Os boulders abertos pela equipe de routesetters chefiada pelo Belê garantiram um belo espetáculo, com movimentos dinâmicos e lances bastante criativos. Mais uma vez Felipinho passeou nos boulders, mandando 3 dos 4 problemas propostos, todos à vista. Ele foi o único a mandar o primeiro boulder e já abriu vantagem. No segundo, quem levantou a galera foi o Pedro Raphael, que foi o primeiro a resolver o problema, dominando a agarra final de cabeça para baixo. Felipinho também encadenou esse boulder e manteve a dianteira. No terceiro boulder foi a vez de Tomaz Ferreira, o Droza, levantar o público. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, e com o tempo já chegando no fim, ele entrou para um último pega. O relógio zerou e ele tinha apenas mais essa tentativa. E com o apoio da galera ele conseguiu a cadena, e fez seu único top na final. Rafinha Passos também encadenou esse boulder, à vista, e com isso garantiu a terceira colocação. Pedro Raphael e Felipinho também fizeram top e se mantiveram na briga pela título. O último boulder foi extremamente difícil, cheio de módulos e agarras pequenas, e esse não deu nem para o Felipinho. Ao final Felipe ficou novamente em primeiro, Pedro Raphael de novo em segundo, com Rafael Passos em terceiro. Droza ficou com a quarta colocação, seguido de Jean Ouriques em quinto e Ruy de Castro em sexto.

Pedro Raphael voando no primeiro boulder da final masculina.

Felipe Camargo fazendo o domínio da última agarra no boulder 2

Com os resultados dessa última etapa, Felipinho e Thais confirmaram o primeiro lugar geral no campeonato e se sagraram os primeiros campeões brasileiros de boulder, levando pra casa, cada um, uma passagem de ida e volta para Paris e representar o Brasil no Campeonato Mundial de Escalada. Thais já confirmou presença na competição. Felipe vai ficar de fora, mas pretende representar o Brasil em uma das etapas da Copa do Mundo de Dificuldade.

O Campeonato Brasileiro de Boulder com certeza foi um grande sucesso. A organização e a estrutura  foram realmente de primeira, e o Pedro Leite e a Lili Espíndola da Adrena estão de parabéns pelo grande evento, fruto de bastante esforço e dedicação. Que o ano que vem possamos mais uma vez ter um circuito brasileiro de boulder, quem sabe fazendo parada em mais cidades, com mais apoio e dando mais uma vez um show de escalada para um público cada vez maior.

 

Podium Master feminino (Foto: 4Climb)

Podium Master masculino (Foto: 4Climb)

 

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Campeonato Brasileiro e Copa do Mundo de Boulder

23
Aug
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Esse final de semana vai ser cheio pra quem gosta de competições de boulder. Durante o sábado e o domingo vai estar acontecendo duas importantes competições: a etapa final do Campeonato Brasileiro de Boulder e a última etapa da Copa do Mundo de Boulder.

O Campeonato Brasileiro de Boulder, primeiro circuito de boulder a ser disputado no Brasil, chega na sua última etapa, em Belo Horizonte, com seus vencedores já definidos. Felipe Camargo e Thais Makino já garantiram o título com as vitórias nas duas primeiras etapas no Rio de Janeiro e em São Bento do Sapucaí, deixando a disputa aberta somente pelos dois outros lugares no pódium. Mas não é só a colocação da categoria Master que a última etapa vai definir. Também vamos ter a definição dos campeões nas categorias Juvenis, Infantil, Amadoras e Paraclimbing, assim como a composição do  primeiro ranking brasileiro de boulder. A novidade dessa etapa vai ser a disputa do Campeonato Brasileiro de Slackline, simultaneamente às disputas do boulder. Ambas competições vão acontecer na Praça do Papa, um dos cartões postais da capital mineira, e prometem dar mais um espetáculo ao ar livre.

Mais uma vez o Desce daí, doido! vai estar presente numa etapa do brasileiro, cobrindo a competição, e com esse que vos escreve participando da disputa na categoria Amador, querendo abocanhar o primeiro lugar no ranking brasileiro. A ansiedade está grande para mais essa etapa. A disputa em SBS já trouxe várias novidades em relação à primeira etapa onde estive presente, no Rio, e dessa se espera ainda mais. Um dos destaques dessa competição vai estar com certeza nos novos módulos que serão adicionados no muro, oferecendo mais opções ao routesetter Belê, e que não vai deixar nada a dever ao outro campeonato que vai acontecer ao mesmo tempo, mas lá em Munique: a etapa final da Copa do Mundo de Boulder.

Depois de cinco etapas disputadas na China, Eslovênia, Áustria e Estados Unidos, a Copa do Mundo de Boulder chega na etapa final. Na disputa feminina, o primeiro lugar já está garantido. A austríaca Anna Stöhr já confirmou o primeiro lugar na etapa passada em Vail, onde conseguiu sua segunda vitória na temporada e não pode mais ser ultrapassada por nenhuma das concorrentes (já que a classificação final só leva em conta os 5 melhores resultados). A grande favorita para o segundo lugar, a britânica Shauna Coxsey, infelizmente quebrou a perna escalando e vai ficar de fora dessa última etapa, deixando o caminho um pouco livre para a japonesa Akyo Noguchi, que vai ter que terminar pelo menos em terceiro se quiser ficar com o segundo lugar na classificação final. A eslovena Mina Markovic ainda tem chances matemáticas de ficar com o segundo. Para isso ela tem que obrigatoriamente ganhar essa etapa e torcer para a Akyo não passar da terceira colocação.

Entre os homens a disputa do título ainda está completamente aberta. Kilian Fischhuber e Rustam Gelmanov estão empatados em primeiro, com 345 pontos cada, o que vai deixar a disputa bem interessante. Quem ficar na frente, leva o título da Copa do Mundo. Esse seria o primeiro do russo, enquanto para Kilian seria o sexto título de Copa do Mundo. Jakob Schubert não tem mais chances matemáticas de brigar pelo título, nem por um eventual segundo lugar. A disputa dele vai ser com o francês Guillaume Glairon-Mondet, pela terceira colocação.

Então pra quem curte competições, o final de semana tem essas duas ótimas opções. Pra quem vai estar em BH, é completamente imperdível o Campeonato Brasileiro, que acontece a partir das 13h do sábado, e tem as finais no domingo de tarde. Pra quem não estiver na capital mineira vai poder acompanhar o que vai estar rolando nas finais de domingo através dos comentários ao vivo pela fanpage do Desce daí, doido no Facebook.

Já a Copa do Mundo você pode acompanhar ao vivo pela internet, pelo site www.ifsc.tv, com as eliminatórias acontecendo no sábado e as semifinais e finais no domingo.

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Campeonato Brasileiro de Boulder – Segunda Etapa

12
Jun
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Aconteceu nesse feriado, na cidade paulista de São Bento do Sapucaí a segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder, competição organizada pela loja mineira de equipamentos de escalada, Adrena, com o apoio da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME). A primeira etapa aconteceu no final de abril, na cidade do Rio de Janeiro, durante a I Semana Brasileira de Montanhismo.

Nessa segunda etapa o trabalho da organização, até onde chegaram as notícias, foi quase impecável. Tão bom que até São Pedro resolveu dar uma forcinha e deu um tempo na chuva para o campeonato acontecer com céu claro e frio. Condições ideais!

O muro dessa segunda etapa foi o mesmo da etapa no Rio de Janeiro, mas que dessa vez ganhou o “upgrade” de vários módulos, que tanto deixaram os boulders mais interessantes, como devem ter facilitado sobremaneira o trabalho do routesetter André Berezoski (Belê). Pra quem estava acompanhando a competição em praça pública, a grande novidade foi o sistema automatizado de pontuação, computado via iPad pelos juízes e atualizado em tempo real no telão. Coisa de primeiro mundo!

Novidade no sistema de pontuação (Foto: Adrena)

Como na etapa anterior as categorias foram divididas em amador (Adulto A, Adulto B, Sênior e Sub-13), Juvenil (A e B) e Máster (IFSC), além da Paraclimbing. Nas categorias amadoras houve mais uma vez uma grande participação de atletas, com destaque para a garotada do sub-13 que compareceu em maior número dessa vez. As categorias juvenis terminaram com a vitória de Yan Kalapothakis no Juvenil A, bem a frente dos demais na sua categoria; Vítor Miyazaki no Juvenil B, e Izabela Rezende no Juvenil A feminino. Na categoria Paraclimbing, o escalador paulista Raphael Nishimura escalou sozinho novamente, mas escalou muito bem os boulders propostos, já esquentando as turbinas para participar do Mundial na França, em setembro.

Galerinha do sub-13 representando em SBS (Foto: Adrena)

Na categoria principal, a Máster, mais uma vez os paulistas Felipe Camargo e Thais Makino mostraram superioridade e ficaram com o título de mais uma etapa, praticamente garantindo a vitória do circuito nesse ano. Dessa vez as finais foram disputadas no modelo oficial da IFSC, com os atletas escalando à vista, cada um na sua vez.

Com a ausência de Cesar Grosso no masculino, o escalador Pedro Raphael de Brasília abocanhou o segundo lugar, com o mineiro Jean Ouriques ficando em terceiro. No feminino, o segundo e terceiro lugar da etapa passada se inverteram e Luana Riscado de Niterói ficou com segundo posto no podium, com Camila Macedo Anna Shaw vindo logo em seguida.

Felipe Camargo em um dos boulders da final (Foto: Adrena)

Podium feminino (Foto: Adrena)

Podium Masculino (Foto: Adrena)

Em Agosto o Campeonato Brasileiro de Boulder chega ao fim, com a última etapa do ano em Belo Horizonte, ainda sem data e local final definido, mas que promete manter o nível da competição e organização dessa segunda etapa, mostrando que competições de escalada no Brasil podem sim funcionar e dar muita visibilidade pro esporte.

Resultados

Master Masculino

1- Felipe Camargo

2- Pedro Raphael

3- Jean Ouriques

4- Alexandre Rajagopalan

5- Pedro Nicoloso

6- Juan Ouriques

Master Feminino

1- Thais Makino

2- Luana Riscado

3- Camila Matiazi Macedo

4- Anna Shaw

5- Camila Porto

6- Flora Kresselring Zugaib

Juvenil A Feminino

1- Izabela Rezende

Juvenil A Masculino

1- Yan Kalapothakis

2- Pedro Henrique

3- Guilherme Arjona

4- Vítor Machado de Paula

Juvenil B Masculino

1- Vítor Miyazaki

Para os resultados completos, acesse o site do campeonato!

(A terceira colocada na categoria IFSC Feminino foi a escaladora Camila Macedo, e não a escaladora Anna Shaw, como havia sido anteriormente veiculado. Corrigido em 06/08/2012)

 

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Vídeo da Semana XXX

11
May
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O vídeo dessa sexta não podia ser outro. Um evento que foi marco da escalada nacional, e um campeonato que com certeza vai iniciar uma nova era do esporte aqui no Brasil! O pessoal da Foca no Climb fez um ótimo trabalho em captar os melhores momentos da categoria principal  da primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder, no Rio de Janeiro! Pra quem não teve a oportunidade de estar lá (eu estava) fica ai o vídeo mostrando como foi IRADO!!

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Campeonato Brasileiro de Boulder – Primeira Etapa

4
May
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No final de semana passado rolou no Rio de Janeiro a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder, organizado pela Adrena com o apoio da CBME. Como não devia deixar de ser, fui lá conferir a competição e também entrei pra participar. No total foram mais de 100 atletas inscritos nas mais diversas categorias, o que garantiu um espetáculo bonito pra quem passou pela praça General Tibúrcio na Urca. O muro montado pela Adrena estava fantástico, com seus 4,5 metros de parede com a base muito bem protegida por colchões. Negócio tava gringo!

O muro do campeonato brasileiro, a galera aguardando e o Pão de Açucar ao fundo.

No sábado rolaram as categorias amadoras, da qual participei. Eram cerca de 40 atletas no masculino e feminino, divididos em 5 categorias: Adulto A, Adulto B, Sênior, Infantil e a Paraclimbing. Eu participei na Adulto B, juntamente com mais 6 escaladores.

Cheguei pra competir ainda com receio de me machucar novamente, então não estava com grandes pretensões de conseguir qualquer resultado importante. Minha ideia era de escalar sem pressa, testando os boulders que não piorassem a lesão. Mas meio que por milagre, no dia da competição eu não senti absolutamente nada, e escalei quase como se estivesse 100%. Os problemas estavam divididos em 4 categorias: brancos (valendo até 1.000 pontos), os amarelos (valendo até 5.000), os azuis (até 10.000) e os pretos (até 20.000 pontos).

De início resolvi aquecer em alguns brancos, que estavam aparentemente na faixa do V1/V2. Fiz o primeiro com facilidade e ia aquecer em mais um ou dois, mas com a minha torcida do lado de fora gritando pra eu “escalar de verdade”, acabei pilhando e entrando em seguida em um dos amarelos. O primeiro tinha uma passagem de pinças pequenas bem nojenta, mas que consegui dominar logo na primeira tentativa, caindo na próxima agarra por não ter visto uma agarra de pé. Tentei mais uma vez esse e mandei. Me senti bem, e resolvi realmente ficar nos amarelos. O próximo também mandei de segunda, mas já com o gostinho amargo de não ter mandado em flash. O mesmo acontecendo com o terceiro, mais uma vez por negligenciar uma agarra de pé. Já tinha 3 amarelos no bolso, somando perto dos 10.000 pontos.

Entrei para tentar o amarelo que parecia ser o mais difícil, na parede que tinha uma dominada (mas que pediam pra não dominar). Entrei umas 4 vezes nele, caindo sempre no mesmo lugar. A essa altura já tinha tentado 5 dos 6 amarelos e mandado 3. Resolvi entrar no último que me restava com a intensão de mandar de flash. Fui bem confiante e sólido nos movs e saiu meu único boulder amarelo flash. Com 4 boulders amarelos anotados, ainda faltava algo de pontuação maior pra fechar as 5 maiores pontuações. Eu queria tirar aquele branco dali. As opções eram o amarelo mais difícil, que eu já tinha tentado demais, um outro amarelo que terminava num bote imenso, e um azul, que parecia ser o mais mandável de todos, principalmente depois do beta encontrado pela galera de fazer um “figure four” no agarrão. Resolvi tentar a sorte no azul.

O mais difícil dos boulders amarelos. Cai sempre nesse lance...

O único que saiu de flash...

Logo na primeira tentativa acertei o  bote no agarrão, e fiz bem o “figure four”, chegando na penúltima agarra. Só faltava o bote pra agarra final. Primeira tentativa e chão. Mas ter chegado tão perto de mandar e a ótima pontuação do boulder, me fizeram continuar tentando. Tentei mais umas 4 ou 5 vezes, todas indo no chão na hora do bote. Uma das vezes cai até de cara, beijando os colchões e atestando a qualidade da proteção (aprovado galera!). Não senti nada! O fiscal do boulder ao lado já tava de saco cheio de me ver caindo ali do lado dele o tempo inteiro. Fui pra mais uma tentativa e dessa fez fiz diferente. Mudei a pegada da agarra lá em cima e consegui esticar e fazer o mov estático. Azulzinho no bolso, mais 6000 pontos pra cartela. Com esse eu já estava satisfeito com a minha pontuação, mais ainda assim resolvi tentar o amarelo do bote. Deu umas 4, 5 pegas nele e apesar de achar que poderia mandar, resolvi deixar pra lá e ficar com o que tinha conseguido: 18.200 pontos, achando que isso podia me dar até o primeiro lugar na minha categoria.

Durante a minha participação no amador, observei bastante a galera escalando, e era bonito só de assistir. O Raphael Nishimura, único participante da categoria Paraclimbing, deu um show a parte. Fez todos os boulders que o Belê tinha preparado pra ele e em seguida partiu para os brancos e foi mandando. Sempre com a torcida da galera. Ver também a pequena Julia, aluna do Centro de Escalada Jacarepaguá, escalando era muito inspirador. Ela mandou muito bem nos boulders que entrou, com uma movimentação de fazer inveja a muito escalador mais velho. Acabou levando um susto no final, quando caiu do final do boulder de costas nos colchões, mas não foi nada demais. Outra figurinha que me chamou a atenção, foi o participante mais jovem, que tinha 7 anos de idade. Um garotinho lorinho, que chegou acompanhado da mãe. Depois do primeiro boulder dele, que ele não conseguiu mandar, ele sentou e frustrado, começou a chorar. Tirou as sapatilhas e não quis mais participar. Fiquei com dó dele, e quase chego pra conversar com ele e dar uma força, mas não fiz isso. Acho que só faltou isso pra ele, um escalador falar pra ele que cair era normal, que todo mundo cai.

Uma hora depois do final do festival, saiu o resultado, e quase como esperado, fiquei em segundo, 1200 pontos atrás do primeiro colocado da Adulto B. Em terceiro ficou o Léo (Paulista) Medeiros, que mora no Rio Grande do Norte, o que deixou o podium da Adulto B quase todo do nordeste. O Adulto B feminino teve a escaladora Debora Hashiguchi em primeiro e Anaceli Vieira em segundo, as duas vindo do Rio Grande do Norte. No geral, contabilizando todas as categorias, eu teria terminado em 12º lugar. Nada mal dentro de um total de 32 escaladores competindo. Mas sai de lá com a certeza que dava pra ter ido melhor, e vou tentar isso em uma próxima etapa, provavelmente a etapa em Belo Horizonte.

O pódium da categoria Amador Adulto B (Foto de Debora Hashiguchi)

Pódium Feminino do Amador Adulto B

No domingo foi a vez dos profissionais  nas categorias master. Não dá nem pra contabilizar a quantidade de gente forte participando, vou citar apenas os favoritos. No masculino, os óbvios favoritos eram  Felipe Camargo e Cesar Grosso, Jean Ouriques bem próximo dos dois. No feminino os dois maiores nomes eram Thais Makino e Anna Shaw, com a Thais como grande favorita. Felipinho estava saindo de uma lesão no dedo, mas ainda assim não encontrou muita dificuldade pra passar pra final, algo que foi menos difícil ainda para Cesar Grosso. Depois de mandar apenas 5 boulders, todos na maior pontuação, ele deu por terminada a sua participação no festival e foi aguardar o resultado e descansar para a final. Uma das grandes atrações da competição foi o jovem Rafael Takahace, de 16 anos, que não ficou atrás dos melhores e acabou garantindo passagem para as finais. Depois de 4 horas de festival, os finalistas foram os seguintes:  Cesar Grosso, Felipe Camargo, Jean Ouriques, Beto Ferragut, Rafael Takahace, Pedro Rafael, Pedro Nicolosso e Marcelo Balesteros  no masculino;  Thais Makino, Anna Shaw, Luana Riscado, Bianca Castro, Flor Kessling e Tatiana Caloi no feminino.

Felipe Camargo durante o festival.

Rafinha Takahace mandando bem e garantindo a vaga na final

Cesar Grosso perto de finalizar mais um boulder

Thais Makino passeando nos boulders

Luana Riscado perto do top durante o festival.

As finais foram emocionantes, principalmente o feminino. Eram quatro boulders, 30 minutos para tentar todos em sequência. Depois de ir tentar o próximo boulder, não podia mais voltar para o anterior. No feminino Thais Makino deu um show. Encadenou todos os boulders da final, com destaque para o último, com um bote de lado muito bonito. Quase no fim Anna Shaw também quase manda esse boulder, depois de muitos pedidos da torcida para mais uma tentativa. Luana Riscado fechou a participação na final com um top, garantindo o terceiro lugar.

No masculino Belê pegou pesado, e todos os boulders estavam extremamente difíceis. Tanto que uma agarra bônus virava automaticamente vantagem e muitos passavam pro próximo boulder logo depois de dominar uma agarra bônus. O primeiro boulder não viu nenhum top. Muito menos o segundo, que viu poucos avançarem mais de duas agarras. Felipinho foi o primeiro a tentar o terceiro boulder, que parecia bem a sua cara: bidedos e monodedos. Ele entrou muito bem, e logo na primeira tentativa tocou a agarra final. Foi o suficiente pra todos virem tentar o boulder também. Cesinha e Jean Ouriques também foram muito bem nesse boulder, quase fazendo top. Felipinho voltou para a segunda tentativa e depois de dominar a agarra final com uma das mãos, caiu quando tocou com a segunda. Apreensão geral pra saber se ele tinha feito ou não o top, que acabou sendo validado pelos fiscais, para o azar de Cesinha, que até ali estava sendo o campeão pelo resultado do festival. Todos correram para o último boulder quando Beto Ferragut foi bem na primeira tentativa, mesmo com a costela trincada. Mas o tempo estava curto, e ninguém conseguiu encadenar, ficando assim a vitória da primeira etapa com Felipe Camargo, sob protestos (justos) de Cesar Grosso.

Felipe Camargo quase dominando a agarra final. (Foto: Caio Pimentel)

Final masculina - Master

Beto Ferragut no último boulder da final (Foto: Caio Pimentel)

Pódium do Master Masculino

Pódium Master Feminino (Foto: 4Climb)

O resultado final de todas as categorias ficou assim.

Master Masculino

1. Felipe Camargo

2. Cesar Grosso

3. Jean Ouriques

Master Feminino

1. Thais Makino

2. Anna Shaw

3. Luana Riscado

Juvenil A

1. Yan Kalapothakis

2. Lucas Groenner

Juvenil B

1. Vitor Fujita

Adulto A Masculino

1. Tiago Rodrigues

2. Rafael Rebello

3. Lucas Sá

Adulto B Masculino

1. Guilherme Ferraz

2. Neudson Aquino

3. Léo Medeiros

Adulto A Feminino

1. Daniela Grassi e Glauce Ibraim

3. Alessandra Dias

Adulto B Feminino

1. Debora Hashiguchi

2. Anaceli Vieira

3. Graziela de Oliveira

Sênior

1. Brady Robinson

2. André  (Godoffe) Monteiro

3. Goro Shiraiwa

Paraclimbing

1. Raphael Nishimura

Infantil (sub-13)

1. Julia Dias

Fazendo agora uma reflexão sobre o campeonato, o saldo foi bastante positivo. O muro ficou de uma qualidade incrível e as vias criadas pelo Belê também. Gostei do modelo festival e realmente fica bem interessante, e mais dinâmico, mas ainda gostaria de ver finais no estilo IFSC, um boulder e um atleta de cada vez, em todas as categorias, quando o número de atletas permitisse. Senti falta de alguma premiação na competição, além da medalha. No amador qualquer coisa já seria válida. Na minha opinião motiva mais os atletas a participarem. Quem duvida que uma das motivações do master são as passagens para Paris? Eu não. Achei que a categoria infantil deveria ter boulders próprios, assim como a Paraclimbing, para evitar a frustração de alguns jovens atletas, como o garotinho que citei ali em cima. Em termos de divulgação senti a falta da cobertura de algum veículo de imprensa. Não me lembro de ter visto nem uma rede de televisão fazendo matérias durante a competição (se houve, me corrijam). E pra fechar, faltou uma festa! Campeonato de escalada combina com festa de encerramento. No mais tudo foi bem, e a competição tende a crescer e ficar cada vez melhor! Parabéns a todos os envolvidos, principalmente ao Pedro Leite da Adrena, que assumiu a frente de tudo e fez o negócio acontecer.

Em junho tem a segunda etapa em São Bento do Sapucaí, e a temporada do Brasileiro fecha em Agosto, com a terceira etapa em Belo Horizonte, que quero muito estar presente.

 

 

Postado por admin em : competições, Evento, notícias, Relato

Campeonato Mundial de Escalada e Arco Rock Masters

27
Jul
um beta
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No último final de semana chegou ao final o 11º Campeonato Mundial de Escalada em Arco. Foram 10 dias de competições com mais de 130 atletas de vários países, competindo nas 3 modalidades da escalada esportiva de competição: Dificuldade (Lead), Boulder e Velocidade (Speed). Tivemos também a entrega dos já tradicionais Arco Rock Legends, prêmios que são oferecidos aos melhores escaladores do ano, tanto na rocha, quanto nas competições. Tivemos pela primeira vez na história um Campeonato Mundial de Paraescalada, mostrando que o nosso esporte também pode incluir os portadores de deficiências. E pra fechar tudo com chave de ouro, tivemos o tradicional duelo, que só acontece nas competições em Arco!

Durante esses 10 dias de competições deu pra sentir que a IFSC realmente quer investir pesado para colocar a escalada nos  jogos olímpicos de 2020. As competições foram muito bem organizadas  e muito bem transmitidas, com exceção das qualificatórias, que em geral tiveram uma transmissão bastante confusa pela internet. Mas nas semifinais e finais, que tiveram transmissão da TV italiana, o campeonato foi um espetáculo: câmeras de vários ângulos,  com uso até mesmo de gruas para acompanhar os escaladores na dificuldade,  replays dos melhores momentos e ótimos gráficos para mostrar os resultados e manter o espectador informado do desenrolar da competição. Realmente um nível de transmissão digno de olímpiadas. Mas vamos aos resultados e alguns comentários sobre as provas de dificuldade e o duelo.

A primeira modalidade a conhecer seus campeões foi o boulder, ainda no primeiro final de semana. O russo Dmitry Sharafutidnov foi quase perfeito, e ficou com o título, deixando o segundo lugar com Adam Ondra e o terceiro com o compatriota Rustam Gelmanov. O feminino teve a austríaca Anna Stöhr levando mais uma vez o título, deixando a americana Sasha DiGiulian em segundo e a alemã Juliane Wurm em terceiro. Mais detalhes da disputa do boulder aqui!

Durante a semana tivemos a entrega dos prêmios do Arco Rock Legends, o Salewa Rock Award, para o escalador(a) que mais se destacou na rocha durante o ano passado, e o La Sportiva Competition Award, para o escalador(a) que mais se destacou nas competições no ano que passou. Para o Salewa Rock Award foram indicados os escaladores Adam Ondra, Enzo Oddo, Chris Sharma, Gabriele Moroni e Sasha DiGiulian, o prêmio ficando pela terceira vez com o fenômeno tcheco Adam Ondra! Pelo La Sportiva Competition Award competiam o espanhol Ramon Julian, a coreana Jain Kim e também Adam Ondra. Mas dessa vez o prêmio ficou com o impressionante Ramon Julian!

A segunda modalidade a conhecer os seus campeões foi a velocidade! O título masculino ficou, pela terceira vez, com o chinês Qixin Zong, que cravou o cronômetro em 6.26s e marcou um novo recorde mundial. O segundo lugar ficou com o russo Stanislav Kokorin e o terceiro ficou com Danylo Boldyrev. No feminino o título foi para a russa Maria Krasavina, ficando em segundo a sua compatriota Anna Tsyganova e em terceiro a escaladora do Cazaquistão Tamara Kuznetsova. Na velocidade em equipe, que contava com times mistos, o time vencedor foi o Russia 2, formado pelos escaladores Sergey Sinitsyn, Ksenia Aleksseva, Evgeni Vaitcekhovskii. O time um da Ucrânia ficou em segundo, seguidos pelo time um da Rússia em terceiro.

Melhores momentos da final de velocidade

Chegamos então na modalidade que é considerada a principal da competição, vide o destaque que ela recebe e tendo o campeonato culminando com a decisão dos seus campeões: a dificuldade. As eliminatórias aconteceram na quinta-feira, e tiveram a participação dos brasileiros Cesar Grosso (Cesinha) e André Berezoski (Belê), para os homens, e Janine Cardoso e Thais Makino para as mulheres.

As qualificatórias aconteciam em dois grupos, escalando duas vias, e apenas os 26 primeiros passavam para a fase semifinal. Janine Cardoso e Thais Makino, apesar de escalarem bem, não obtiveram um bom resultado e ficaram de fora das semifinais, o mesmo acontecendo com Cesinha e Belê. Mas Cesinha merece um destaque, já que obteve, apesar de ficar de fora, uma boa colocação geral, ficando com o 37º lugar entre os 130 escaladores que competiram no masculino. Cesinha entrou na segunda via ainda com chances de passar, e foi bonito vê-lo escalar, lado a lado com Belê, buscando a classificação. Mas alguns pequenos erros, como demorar demais para clipar uma costura e ter dificuldades de desenroscar a perna da corda em outro instante, podem ter tirado a força que ele precisava para fazer o top, que estava muito perto.

Com isso progredimos para as semifinais, 26 escaladores e escaladoras, disputando apenas 8 vagas na grande final! E nessa fase, alguns favoritismos se confirmaram, como a presença de Adam Ondra, Ramon Julia, Jakob Schubert, Jain Kin, Angela Eiter e Johanna Ernst na final, assim como algumas surpresas. Caso da dupla russa de homônimos: Evgeny Zazulin e Ovchinnikov entre os homens e a austríaca Magdalena Röck se classificando em segundo para as finais. Ao final o time completo de finalistas ficou assim: Ramon Julian (ESP), Jakob Schubert (AUT), Adam Ondra (CZE), Hyubin Min (KOR), Magnus Midtböe (NOR), Manuel Romain (FRA), Evgeny Zazulin (RUS), Evgeny Ovchinnikov (RUS), entre os homens; e Jain Kim (KOR), Magdalena Röck (AUT), Johanna Ernst (AUT), Angela Eiter (AUT), Katharina Posch (AUT), Mina Markovic (SLO), Christine Schranz (AUT), Sasha DiGiulian (EUA), entre as mulheres.

Para as finais a IFSC mudou as regras. Agora cada escalador escala apenas uma via, e o desempate é feito pelo resultado da semi, e caso necessário, da qualificatória. Havendo empate em todas as fases, ai sim acontece uma super final.

Na final feminina, nenhuma das competidoras conseguiu o top, o que foi uma pena, e o título ficou com a única escaladora que conseguiu transpor o que era claramente o crux da via, já quase no final. Essa escaladora foi Angela Eiter, que diferente das demais escaladoras, não tentou um movimento dinâmico e buscou uma solução estática para o lance, passando e progredindo mais um pouco, mas caindo antes do top. Tudo que ela precisou fazer foi sentar no “canto do líder” e ver suas adversárias cairem, uma atrás das outras, no mesmo lance. O segundo lugar ficou com a coreana Jain Kim e o terceiro com a também austríaca Magdalena Röck.

Angela Eiter na via final

A final masculina foi um espetáculo! Cada escalador que entreva ia um pouco mais longe na via, o que só aumentava a expectativa pelo top, que só começou a ficar mais próximo com o 5º escalador a entrar, Magnus Midtboe. Depois dele vieram os 3 principais candidatos ao título: Adam Ondra, Jakob Schubert e Ramon Julian. Com um detalhe, Ramon Julian e Jakob Schubert estavam empatados em tudo, e o mesmo resultado na final significaria o desempate na super final! Seria emocionante!

Mas o primeiro a querer estragar essa grande final foi Adam Ondra. Mostrando uma grande técnica e experiência, apesar da pouca idade, Ondra soube usar muito bem os descansos que a via proporcionava e foi passando todos os lances que haviam derrubado os escaladores antes dele até chegar no último movimento. Tudo parecia indicar que ele faria o top, mas na tentativa de dominar a última agarra Ondra caiu, apenas tocando a agarra do top!

Logo depois veio Jakob Schubert, que escalou com Adam Ondra assistindo no “canto do líder”. O também jovem escalador austríaco progrediu muito bem, mostrando segurança em todos os movs, e alcançou o mesmo ponto que Ondra e também não fez o top. Os dois ficaram com a mesma pontuação, mas o desempenho melhor de Schubert nas fases anteriores o deixava em primeiro, para desespero de Ondra, que agora teria que se contentar com a prata, pelo menos, porque ainda faltava o grande favorito, Ramon Julian.

Ramonet, com chamam os espanhóis, entrou para escalar precisando do top para levar o título sem precisar do desempate da super final, e com uma escalada absolutamente perfeita, o espanhol de apenas 1,59m fez o top na via final e sagrou-se o grande campeão de dificuldade em Arco! Uma final realmente emocionante de se assistir!

Ramon Julian fazendo o top do título

Mas ainda faltava a cereja do bolo em Arco, a competição do duelo, que une técnica e velocidade numa só prova. Os 16 primeiros colocados na dificuldade se enfrentam aos pares, lado a lado, em duas vias idênticas, escalando guiando, e quem chegar primeiro no topo avança. Vale lembrar que as vias são as mesmas, tanto para os homens, quanto para as mulheres. É com certeza o modelo de competição que acho o mais emocionante de todos, e que deveria figurar no quadro de modalidades da IFSC.

No início das disputas as mulheres tiveram dificuldades com um lance mais esticado na metade da via, e várias caíram ali, inclusive a campeã Angela Eiter. Esse lance deu margem para uma cena engraçada, na disputa entre Sasha DiGiulian e Alexandra Eyer (se não me engano), em que Sasha DiGiulian chega no lance primeiro, percebe a dificuldade, e aguarda a adversária tentar na frente! A adversária, tenta e cai, e ela tenta em seguida e consegue passar o lance. No final, o ouro no duelo feminino ficou com a russa Yana Chereshneva, vencendo Johanna Ernst na disputa final. Sasha DiGiulian bateu Mina Markovic na disputa do terceiro lugar e ficou com o bronze. Na disputa masculina o ouro ficou com Adam Ondra (que aparentemente não queria deixar Arco de mãos abanando) que bateu o alemão Thomas Tauporn na final. O bronze ficou com Jakob Schubert que venceu o francês Manuel Romain na disputa pelo terceiro lugar!

Final feminina do Duelo

Final masculina do Duelo

Nos resultados finais da competição Adam Ondra ficou com o primeiro lugar combinado entre os homens, enquanto entre as mulheres o título combinado foi para a americana Sasha DiGiulian. O título por países ficou com a Rússia!

Para conferir os resultados completos de todas as modalidades, acesse o site da IFSC!

Postado por Neudson em : Boulder, competições, Escalada Esportiva, Evento, notícias

Campeonato Mundial de Escalada – modalilade Boulder

18
Jul
3 betas
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Esse final de semana aconteceram as finais da modalidade Boulder do 11º Campeonato Mundial de Escalada, que acontece na cidade italiana de Arco.

As competições tiveram início na sexta-feira, com as qualificatórias  femininas e prosseguiu no sábado com as qualificatórias masculinas. Cada categoria tinha perto de 100 escaladores inscritos, que se revezaram em duas baterias de qualificatórias, encarando 4 boulders. No final, apenas os 20 primeiros colocados seguiriam para as semis. Os problemas das qualificatórias foram todos bastante técnicos, de equilíbrio, e acabou deixando muita gente forte, mas mais “dinâmica” de fora. Grandes nomes como Nalle Hukkaitaval, Alexey Rubstov e Guillaume Glarion Mondet ficaram de fora. O Brasil esteve representando no masculino, pelos escaladores Cesar Grosso, André Berezoski e Pedro Nicoloso. Nenhum dos 3 conseguiu avançar para a semi, mas Cesar Grosso passou muito perto ficando em 14º na sua qualificatória e 35º no geral, deixando para trás nomes como Carlo Traversi e Chris Webb Parsons. Isso, segundo informações de amigos, sem estar treinando para Boulder. André Berezoski teve desempenho parecido, mas uma agarra bônus a menos o fez cair um pouco mais na classificação. Pedro Nicoloso não conseguiu fazer nenhum top e acabou ficando bem atrás.

Entre as mulheres a coisa foi bastante parecida, boulders técnicos e de bastante equilíbrio, o que acabou sobrando para Alex Puccio, que tem um estilo bastante dinâmico. Fora ela, todas as outras favoritas se classificaram para a semi. O Brasil contou com a participação de Janine Cardoso e Thais Makino. Thais Makino começou bem, fazendo top logo no primeiro problema, mas acabou não conseguindo repetir o feito, e assim como Janine Cardoso, ficou bem atrás na qualificação.

No domingo aconteceram as semifinais e as finais, e aqui tenho que dizer, a organização do Campeonato Mundial deu um verdadeiro show de transmissão. Desde a semifinal já se notava a diferença. Câmeras de vários ângulos, captando os melhores momentos de  cada escalador, mostrando a platéia repleta de espectadores. Teve espaço até mesmo para replays. Ficou a impressão de estar assistindo realmente uma competição olímpica. Muito bom!

Mas vamos ao que interessa, resultados! As semifinais foram mais dinâmicas, e nela vimos cair 14 escaladores em cada categoria, para apenas 6 prosseguirem para a grande final. Entre as mulheres as finalistas foram Anna Störh, Akiyo Noguchi, Juliane Wurm, Sasha DiGiulian, e duas surpresas ruassas, Olga Bibik e Yana Chereshneva. Monstrando grande superioridade frente as concorrentes, Anna Störh encadenou todos os 4 boulders propostos e ficou com o título mundial de boulder! A americana Sasha DiGiulian lutou muito em todos os boulders, mas conseguiu apenas dois tops e ficou com a segunda colocação, seguida da alemã Juliane Wurm.

Mas foi entre os homens que o grande espetáculo se completou. Depois de uma semifinal bem disputada, passaram para a decisão Dmitry Sharafutidnov, Kilian Fischhuber, Adam Ondra, Cedric Lachat, Rustam Gelmanov e a surpresa Thomas Tauporn. O primeiro problema parecia bem dinâmico, mas segundo os comentários de Alex Johnson, os routesetters tinham pensado uma solução mais estática. Mas Cedric Lachat resolveu ficar com o dinâmico e completou o boulder com um movimento acrobático e muito bonito. O alemão Thomas Tauporn veio em seguida mas não conseguiu o top. Foi então a vez de Adam Ondra, que depois de uma primeira tentativa bem dinâmica, resolveu o problema da forma que os routesetters previram, bem estático, com os pés indo na frente. Muito bonito de se ver. Kilian Fischhuber descobriu o movimento da saída já praticamente no final, e se viu com problemas na hora de se reposicionar e dominar a agarra final. Acabou caindo com o cronômetro já zerado e sem tempo pra mais nada. Dmitry Sharafutidnov entrou no problema parecendo hesitante, abortando tentativas, mas sem voltar os pés ao chão. Depois de alguns instantes o russo descobriu o que fazer e fez. Mandou o primeiro problema de primeira, e assumiu a primeira colocação.

Os próximo problema viu Ondra e Sharafutidnov derrotá-lo em apenas uma tentativa, e viu Kilian Fischhuber ter bastante problemas e apesar de conseguir o top, deixar a impressão de que aquele não era o seu dia. No terceiro problema, bem técnico, Ondra mostrou toda sua técnica e fez top na primeira tentativa. Sharafutidnov acabou errando a primeira tentativa e deixou assim Adam Ondra mais perto dele na classificação. Rustam Gelmanov também conseguiu o top e continuou firma na briga.

O último problema foi espetacular. Lachat e Tauporn não conseguiram encaixar os primeiros movimentos e saíram sem o top. E ai veio Adam Ondra. O problema parecia bem difícil, e fazer top já seria uma grande vantagem. Ondra tentou 3 vezes até encaixar o movimento principal do boulder e fazer o top, isso com bastante braço para ainda pedir o aplauso da platéia antes de dominar a última agarra. Veio Rustam Gelmanov, e fez o boulder com duas tentativas, mas a soma total de suas tentativas nos boulders anteriores o mantiveram atrás de Ondra. Agora só faltava Sharafutidnov. Se ele fizesse top em até 4 tentativas, o título era dele. Mas mostrando estar numa forma invejável e completando uma apresentação quase impecável, Sharafutidnov encadenou o problema na primeira tentativa e ficou com o título mundial de boulder!

O Campeonato Mundial de Escalada continua essa semana, com as competições de Paraescalada, e no final de semana com a disputa das modalidades dificuldade e velocidade. Os atletas brasileiros vão estar de volta, e a espera é que o resultado na modalidade dificuldade.

Para os resultados completos e os horários das competições acesse o site do evento. E para acompanhar as transmissões em stream ao vivo, acesse o site da  IFSC.tv.

Postado por Neudson em : Boulder, competições, notícias

Resultado do Campeonato Brasileiro 2010

30
Nov
um beta
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Aconteceu nessa sábado, na academia Rokaz em Belo Horizonte, a etapa única do Campeonato Brasileiro de Escalada Esportiva de 2010. Foram 105 atletas disputando o título em 3 categorias: iniciante, amador e master, tanto masculino quanto feminino. O título masculino da categoria master ficou com o carioca Eric Teles, já o feminino ficou com a paulista Thais Makino. Para um relato mais completo sobre o campeonato, acesse o blog da Academia Rokaz.

Os 5 primeiros em cada categoria ficaram assim:

Iniciante Feminino

1- Glauce Ibraim
2- Luiza Fenatti
3- Patrícia Souza
4- Isabela Barros
5- Mary Lages

Iniciante Masculino

1- Arthur Pereira de Mattos Neto
2- Alexandre Bittar
3- Bernardo Bedran
4- Felipe Vieira
5- Rubens Vinícius

Amador Feminino

1- Laura Volponi
2- Claudia Henriques
3- Renata Vergara
4- Bianca Seridan
5- Juliane Scarpelli

Amador Masculino

1- Matheus Farage
2- Pablo Almeida
3- Yan Kalapothakis
4- Lucas Groenner
5- Henrique Gramicelli

Master Feminino

1- Thais Makino
2- Janine Cardoso
3- Luana Riscado
4- Ana Luisa Makino
5 – Patrícia Antunes

Master Masculino

1- Eric Teles
2- Jean Ouriques
3- Juan Ouriques
4- Felipe Castro
5 – Daniel Hadadd

Postado por Neudson em : competições, Evento, notícias