Resenha: Autana

3
Oct
sem betas
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Uma montanha proibida e sagrada no meio da amazônia venezuelana, Leo Holding e Sean Leary na expedição e Alaister Lee registrando tudo isso. A julgar pela mistura e pelo ótimo resultado do filme anterior de Alaister Lee, The Asgard Project, poderia se dizer que mais um grande filme de escalada estava chegando. Mas não é bem assim. Autana não alcança o mesmo resultado de The Asgard Project, nem mesmo em seus melhores momentos.

O novo filme do diretor Alaister Lee começa com o trio da expedição, Leo Houlding, Sean Leary e Jason Pickles conversando em  uma praia do caribe venezuelano sobre as dificuldades que irão enfrentar para chegar até Autana. De cara já soa estranho eles estarem tendo uma conversa dessas naquele ambiente, e de forma tão descontraída. Mas o que incomoda mesmo é a sensação de cena completamente dirigida. Não se sente uma gota de espontaneidade, indicando que na verdade eles já sabiam tudo que iam fazer, estavam ali apenas explicando pra câmera. Daí o filme parte pra mostrar a jornada do trio até a montanha sagrada de Autana, atravessando rios, evitando os contrabandistas e a polícia, e tendo que participar de rituais xamânicos para conseguir a permissão de escalar a montanha, gerando uma sequência completamente dispensável de “livre interpretação visual” das viagens de Leo Houlding após tomar o famoso chá de Ayahuasca.

Desde essa primeira parte já começa a incomodar a falta de tensão no filme. Diferente de  Asgard Project, onde a todo instante se temia pela continuidade da expedição, aqui mais parece que eles estão num passeio, apesar de estarem indo para uma montanha isolada no meio da selva. Nem mesmo a lesão nos pés adquirida por Leo Houlding, serve para acrescentar alguma dose de preocupação, tanto que ela é completamente esquecida no decorrer do filme e em nada  interfere na escalada.

As cenas de escalada são sim muito boas. A parede é linda, e as imagens capturadas pela câmera de Alaister Lee continuam fantásticas. As cavernas gigantes que existem no meio da parede são algo realmente incrível e apresentadas com toda a grandiosidade que elas merecem. Mas fora isso, mais uma vez vemos uma escalada sem emoções, sem contratempos, sem perrenques, tudo que se esperaria de uma escalada dessa natureza. O filme termina e você fica com a impressão de que foi tudo muito fácil para eles, tudo saiu como planejado. E talvez tenha sido. Talvez a idéia de ir até Autana tenha sido de se meter em um grande perrengue que acabou não se concretizando, gerando um filme morno, e que não vai ficar na lista dos melhores filmes de escalada já feitos.

Autana está disponível em download HD através do site da Posing Productions e custa o equivalente a salgados R$ 44,00. Adquira a seu próprio risco.

 

Postado por admin em : filmes, Resenhas