Domingão com caras novas na rocha

5
Jun
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Esse final de semana, depois de exato um mês desde que toquei na rocha no Rio de Janeiro, conseguiu finalmente voltar ao habitat natural. O destino desse domingo foi a já conhecida Pedra do Garrote na Caucaia, que oferece boas opções para os iniciantes, e agora também tem algumas vias mais fortes, com proposta até de 8a.

Depois de uma noite de sábado com filme de escalada, churrasco e uma quantidade razoável de bebida, ainda houve 8 bravos que toparam ir na rocha no domingo. Acabaram indo eu, Damito, Alex, Jorginho (que estava em Fortaleza no fim de semana), e a primeira safra de novos monstrinhos que tem treinado no muro: Karel, Davi, Bruno e Leandro. Desses, apenas o Bruno ainda não tinha ido na rocha, e era a segunda vez do Davi escalando fora do muro.

O primeiro bonde chegou mais cedo, com eu, Damito, Jorginho, Leandro e Bruno. Chegamos por lá e encontramos já gente na pedra, o Sérgio com a namorada Janaína, e o figura do Júnior Maia. Estávamos prontos pra escalar, mas São Pedro parecia não querer colaborar. O tempo fechava e abria. Chovia um pouco e parava. Até que uma hora resolveu firmar e o sol apareceu com força.

Começados os trabalhos, e armei o primeiro “top rope” num quarto grau para que o Bruno finalmente pudesse estrear na rocha. E para a primeira vez, ele foi muito bem, assim como já tinha ido bem no muro. Leandro teve de se contentar em ficar só olhando e tirando foto, já que está com uma lesão no ombro e por ordens médicas ficou de fora. O Davi, mesmo com apenas 4 meses treinando no muro já está mandando muito bem. Quarto grau pro cara já é moleza. De “top” ele mandou até o 5sup da Trilhas sem rumos, uma via completamente vertical e bem técnica. Ele ainda encarou dar uns pegas num 7a que espancou todo mundo por lá. O Karel, que já escalava antes de entrar na Fábrica, também foi muito bem, entrando guiando em sexto e fazendo as outras vias de “top” com facilidade.

Davi, novo garoto propaganda da Petzl (Foto: Leandro Livramento)

Bruno no final da primeira via na rocha, com formiga e tudo (Foto: Ricardo Damito)

Karel guiando a Bala Perdida 6/6sup (Foto: Ricardo Damito)

Eu acabei nem escalando muito, tanto na quantidade quanto na qualidade. Levei um verdadeiro espanco do 7a da Vala Louca sem conseguir ler a sequência direito. Acabei terminando a via com algumas quedas no segundo pega, depois de algumas várias agarras quebrarem, mas acho que já sai na próxima vez. Mas só ter ido por lá e ter presenciado a Fábrica de Monstrinhos finalmente dando frutos,  trazendo novas pessoas pro esporte e recebendo a galera que já escalava e não queria ficar parado, já valeu a pena.

Galera reunida no final do dia. (Foto: Ricardo Damito)

A Fábrica já tem hoje quase 20 frequentadores assíduos, desde a galera mais “velha” e experiente que construiu o muro, até os novatos no esporte, incluindo aí dois garotos de 15 anos. Agora é manter o ritmo, e quem sabe não chegamos no EENE com uma delegação própria da Fábrica? Talvez ainda seja cedo, mas acho que uma verdadeira fase de renovação na escalada cearense está se iniciando, e um futuro próspero nos espera.

 

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Dia D Escalada

11
Apr
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Pela segunda vez seguida a galera daqui do estado resolveu retransmitir a vibe que a galera da 4Climb tem injetado na cena nacional de escalada. Vai rolar aqui no estado mais uma edição do Dia D Escalada, uma espécie de dia nacional de mobilização da escalada. E o que a gente faz nesse dia? Escala, óbvio!

Como eu não vou estar aqui durante o dia D, acabei não tomando a frente de organizar, mas uma galera nova acabou comprando a idéia e o Dia D vai acontecer dessa vez na Pedra do Garrote, na Caucaia, a cerca de 30km de Fortaleza, lugar ideal pra levar quem está dando os primeiros passos na escalada ou que nunca teve contato com a rocha.

Mas como não podia deixar de ser, o Desce daí, doido! não podia ficar de fora, e aproveitando a parceria com a 4Climb está apoiando o evento e vai fornecer magnésio 4Climb para ser sorteado entre os presentes no Dia D!  Compareçam, chamem os amigos, tirem fotos, façam vídeos. Espalhem essa vibe!

 

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Boulders de um domingo à tarde

23
Aug
um beta
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Era domingão, os planos eram ficar em casa e quem sabe dar um pulo na Fábrica de Monstrinhos de tarde pra ir adiantando algo das obras. Mas acabou que não ia ter nada pra fazer na Fábrica e ai resolvi dar o toque no Sávio pra gente dar um pulo no Garrote, espécie de campo-escola que fica na Caucaia, a cerca de 20 km de Fortaleza. A ideia era fazer apenas um bate e volta rapidão à tarde. Demos o toque no Alex também e ficou fechado o bonde. Mochila pronta com todos os equipos, olhei pro Crash Pad e pensei: Porque não?! Levei o crash pra qualquer coisa dar uns pegas em alguns blocos que vi na trilha até a pedra.

Chegamos lá por volta das 2 da tarde e subimos a trilha acelerado, avistando logo o primeiro bloco. Parei pra mostrar pro Sávio e o Alex a linha que eu tinha visualizado nele. Alex pilhou logo pra entrar no boulder, o Sávio entrou na vibe, e os planos de escalar com corda foram pro espaço.

O primeiro bloco, modesto pra quem já escalou nos blocos de Ubatuba, tinha essa aresta meio abaulada que parecia bem interessante. A ideia da linha era sair bem do começo mesmo, ainda sentado, e seguir a aresta até o “bico” do bloco e fazer a virada lá. Jogamos o crash no chão e começamos os pegas. Logo de cara deu pra sacar que o boulder ia precisar de muito posicionamento, não tinha onde segurar na aresta, era só grudar a mão mesmo, jogar o corpo pro lado e esperar ficar. Pouco a pouco fomos progredindo um pouco mais nela, cada um tentando um novo beta. O primeiro a chegar perto foi o Alex, mas na hora de se posicionar pra entrar nos movimentos finais ele foi praticamente ejetado do boulder, tamanha pressão que ele tava fazendo. E com isso o projeto já ganhou nome: Eject! Ainda tentamos mais um pouco e eu cheguei mais perto ainda de encadenar. Fiz a aresta inteira, mas não consegui achar posição e agarras pra subir mais e fazer a virada.

Sávio e eu analisando a linha do projeto Eject

Resolvemos deixar o Ejetct um pouco de lado e procurar mais blocos. Indo pra direita do bloco do Eject, passando uma cerda, encontramos outro bloco. Esse mais altinho, mais vertical, mas com base horrível. Mas ainda assim resolvemos encarar. Alex visualizou uma linha, que saia em duas agarras boas, e ia fazer meio que uma travessia pra esquerda. Mas as agarras depois da saída eram pequenas e machuquentas e praticamente não tinha agarra de pé. Mudamos pra outra linha, mais pra esquerda do bloco, que tinha agarras e pés melhores. Tentei uma vez pra ver qual era, e quando cheguei lá em cima não vi como continuar. Olhei pra baixo, pra base duvidosa e resolvi não tentar subir mais. Depois de mais alguns pegas e um beta do Alex, entrei de novo. Dessa vez achei uma agarra muito boa, e toquei pra cima, com uma viradinha meio tensa, sem ter muito onde segurar. Primeiro boulder do Garrote. Sávio foi em seguida e também mandou. Acho que esse deve ficar na casa do V0.

Saímos de lá e fomos atrás de outro bloco, agora pra esquerda do bloco do Eject. E encontramos um interessante, próximo a uma árvore morta. A linha mais óbvia o Sávio tentou logo, e mandou sem muitos problemas, abrindo o que talvez seja outro V0. Também fui entrar nele, e num movimento desastrado bati o cotovelo com força na pedra, batizando o boulder: Dor de cotovelo! Mas voltei nele e mandei também, assim como o Alex.

Nesse bloco ainda achamos outra linha, que seria de poucos movs, mas bem interessante. O problema saia com as duas mão em um batente meio escorrido, que só pra ficar nele já era fazendo força, e dali tinha que ir catar uma agarra bem pra direita, pra depois cruzar numa agarra melhor e fazer a virada. Tentamos sair com os pés embaixo, mas o que tinha de pé ficava horrível pra sair. O jeito foi sair somente com o pé esquerdo, e fazer o flag com a perna direita, o que deixou a saída do boulder muito bonita. O que não era bonito era o formigueiro que ficava bem embaixo do crash, e fazia com que cada tentativa fosse bem rápida. Foi por causa disso, de duas belas ferroadas que o Sávio levou e da explosão que o boulder precisava, que ele ganhou o nome de Formiga Atômica.

Saídinha do Formiga Atômica V3

Iniciamos as tentativas, e experimentamos  algumas alternativas pra chegar na outra agarra, sem muito sucesso. Até que o Alex descobriu o beta, que era bem direto: dinâmico com a direita, tapa na agarra e ficar! Simples assim. Ele foi lá e mandou o boulder! Movimento realmente bem forte e bonito! E ai foi minha vez de tentar. Tentei uma, tentei duas, tentei 3 vezes e nada de conseguir ficar na agarra. Os dedos estavam queimando e já querendo abrir, mas eu tinha que tentar mais uma vez. Foquei no movimento e bati certinho na agarra, grudando com os 3 dedos abertos nela. Fechei o reglete, posicionei o pé direito e cruzei pro agarrão. Boulder mandado, e discutindo com o Alex, achamos que a brincadeira ficou com cara de V3.

Alex e eu travando na agarra depois do dinâmico

E foi o fim da pequena sessão de boulder no Garrote. Saldo de 3 boulders abertos e um projeto, que deve ficar também na casa do V3. Próxima vez por lá é procurar mais alguns blocos e ver o que dá pra tirar ainda ali. Mas o certo é que a empolgação ficou, e já ficamos meio que combinados de ir atrás de um verdadeiro campo de boulder no Ceará, e eu já tenho um pico em potencial: Serra da Meruoca em Sobral. Mas essa vai ser uma outra história!

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Apresentando a escalada para (futuros) novos praticantes

4
Jul
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Esse domingo eu tirei para levar uns amigos, que nunca tinham escalado em rocha na vida, para conhecer a escalada. O local escolhido foi a Pedra do Garrote, em Caucaia, por ter uma quantidade legal de vias bem acessíveis, ideal pra quem tá iniciando.

Tinha combinado com o Paulo Joca, que já é iniciado no esporte mas tem ido pouco à pedra, e ele fechou a ida com o Feijó Júnior, que tinha ido apenas 2 vezes na rocha anteriormente. Da minha parte, levei 4 pessoas: o André, que já escalava antes e estava parado; Lucas e o pai dele, seu Messias; e o Paulo Ricardo. Todos os 3 nunca tinham escalado antes.

Saímos de Fortaleza por volta das 9 da manhã, chegando no estacionamento por volta das 10, dando início à subida da trilha, que é bem inclinada e puxada pra quem não tá acostumado. E dos novatos, o Lucas foi quem acabou sofrendo mais, já que estava levando peso extra na mochila, e acabou sentindo um pequeno mal estar na subida. Mas nada demais, em pouco tempo tava recuperado e chegamos na base da pedra. Lá já estavam esperando o Paulo Joca e o Feijó, acompanhado da namorada Jéssica, que ficou só de espectadora e fotógrafa.

Demos início ao trabalho de montar os “topropes” pra o pessoal sofrer se divertir um pouco. Montei o top primeiro na Sem querer querendo um quarto grau curtinho. Daí o pessoal foi entrando em sequencia: Paulo Ricardo, Lucas, André, Feijó e seu Messias. (acho que foi isso)

O Paulo Ricardo me surpreendeu e foi bem, muito bem, chegando no final da via sem muitas dificuldades. Lucas sentiu mais dificuldade, talvez por estar com as mãos furadas de espinhos, presentinho que ele ganhou da trilha, e não chegou  no fim da via. André também não teve dificuldades pra chegar no fim, assim como o Feijó, que já tinha ido bem nas outras vezes e repetiu a dose nesse quarto grau. Seu Messias é que deu um show, mesmo não chegando no final da via. No alto dos seus 50 anos, mostrou persistência e determinação de garoto, só parando mesmo quando não tinha mais braço.

Com todo mundo satisfeito, montei outro top na via do lado, Pagando Promessa um 4sup, com uma passadinha um pouco mais exigente pra vencer uma barriguinha. A ordem mudou um pouco, e o desempenho também. Nessa o único a chegar no final foi o Feijó, que levou um tempo pra decifrar o lance mas conseguiu passar sem muitos problemas. O restante acabou ficando no crux, mas não sem tentar bastante e ficar com os braços bombados. Seu Messias abdicou de entrar nessa.

Todo mundo morto, chegou a hora do Paulo Joca escalar, já que ele só tinha feito seg e tava se poupando pra entrar na Bala Perdida 6sup. Desmontei os 2 tops, e subi pra equipar a via pro Paulo. Fui seguindo sem problemas até chegar no lance do crux, quando uma nuvem de maribondo subiu ao meu redor. Não tinha visto que havia 3 casas na parte de baixo do diedrinho, onde se faz a oposição pra chegar na quinta chapa. A única solução foi bater asa e voar! Esperei os bichinhos se acalmarem e subi na corda até o ponto onde estava antes. Com receio de ir pro lado dos bichos de novo, acabei tocando pela linha das chapas, coisa que ninguém que escala a via faz. Achei um beta e passei sem grandes dificuldades. O negócio agora era: como o Paulo ia fazer a via? Eu não quis encarar os marimbas mais uma vez, encaro uma vaca grande, mas maribondo não é comigo. Desci e o Paulo resolveu subir e espantar os bichinhos com fogo. Resolvido o contratempo, o Paulo entrou na via, ficando no crux, e descendo bombado.

Só que ai surgiu outro pequeno problema. A corda tava na quarta chapa, e o Feijó também queria tentar a via. Mas ele ainda não sabe guiar, então não poderia ir além dali, mesmo que quisesse. E lá fui eu de novo. Fiz a via pelo diedro da direita, agora sem maribondos, e montei o top. Mais uma vez o Feijó mandou muito bem. Não passou o crux, mas mostrou que sabe pensar na via e encontrou soluções diferentes para alguns lances. Esse vai mandar bem com mais treino!

Hora do Paulo tentar de novo. Mais uma luta com o crux. Mesmo com os braços bombados ele ainda conseguiu vencer o lance, mas chegou na quinta chapa completamente pedrado e não conseguiu costurar. Resultado: vaaaaca!! Completamente esgotado, não deu pra ele desequipar a via. E lá fui eu de novo, terceira entrada na Bala Perdida. Mas não pense que eu tô reclamando não, adorei ter entrado tanto na via. Achei que ia escalar praticamente nada, e acabei escalando mais que todo mundo!

O que importa foi que no final todo mundo estava satisfeito. Todo mundo curtiu o dia, e ficou com vontade de voltar outra vez. O Feijó e o André eu creio que vão realmente continuar a dar as caras pela pedra, principalmente o Feijó, que tá muito empolgado. Já os novos escaladores, só o tempo vai dizer. Mas uma coisa é certa, quando o bichinho da escalada te pega, não tem mais volta! E eu espero que esse bichinho tenha aparecido por lá ontem e picado algum deles!

Postado por Neudson em : Relato

Primeira ascensão da War Pigs 7b

3
Nov
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Finalmente saiu! Esse domingo eu voltei na pedra do Garrote, acompanhado do Daniel, para juntos tentarmos a cadena da War Pigs, a única via do local que ainda não tinha ascensão. Eu tinha ido lá no domingo passado e dado um pega nela junto com o Luquinhas, mas acabei não entrando de novo.  Dessa vez o objetivo era somente a War Pigs!

Saimos de Fortaleza por volta das 10h30 da manhã, com um calor tão grande que desanimava. A vontade era de estar na praia. Mas mesmo assim mantivemos o objetivo. Chegamos por lá perto de 11h30 e não tinha ninguém. Subimos a trilha devagar, ajudados pelas nuvens que encobriam o sol a maior parte do tempo e do vento forte que refrescava um pouco. A via estava completamente na sombra e com o vento, o cenário da cadena estava formado.

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Postado por Neudson em : Pessoal, Relato

Escalando na pedra do Garrote

25
Oct
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Há um tempo atrás, foi descoberto um novo pico de escalada bem próximo de Fortaleza, a pedra do Garrote em Caucaia,  a apenas 30km. Quem estava desenvolvendo o local era uma outra galera, com quem já fazia um tempo que eu não escalava. De uns tempos pra cá o local se firmou com o campo-escola local, com várias vias abaixo do sétimo, e a galera que estava começando vai muito lá.

Eu não tinha tanto interesse em conhecer justamente por isso. Estou com a cabeça focada em escalar sétimos, e lá não tinha muito atrativo pra mim. Mas recentemente uma nova linha foi aberta, e foi cotada na casa do 7a/b, bem na faixa que eu estou trabalhando. Aproveitei que ninguém ia pra Redenção e combinei com o Marcos, um dos que desenvolveu o lugar, pra ir lá no domingo, ver qual era a dessa via e conhecer o lugar. Fui levando comigo o Nathan (19 anos, irmão de um dos meus melhores amigos), que está começando, então ia ser perfeito pra ele, e também foram a Janina e uma amiga dela, Adinéia, que também está começando. Guiando a gente pro lugar, o Marcos e o Luquinhas( filho dele de 13 anos).

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Postado por Neudson em : Relato