4º Festival de boulder de São Thomé das Letras

29
jul
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Mês de julho tá chegando no final, e pra fechar o mês do boulder no Brasil vai rolar mais um festival, mais uma vez em Minas (ô terrinha boa pra escalar sô!), dessa vez em São Thomé das Letras. O evento, mais uma vez apoiado pela 4Climb, e realizado pela Primitivus, acontece de hoje até o domingo, com muita escalada, brindes, campeonato de Trickline, palestras e workshops! Com certeza vai ser mais um grande festival (que mais uma vez eu não vou). Mas fica a dica pra galera que é de Minas, ou que mora perto de Minas, ou vai tá por Minas fazendo alguma outra coisa e ficar com os dedos coçando! Informações e inscrições pelo site da Primitivus!

Postado por Neudson em : Evento

Felipe Camargo encadena dois 10b no Sítio do Rod

29
jul
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Felipe Camargo, de volta ao Brasil depois de 3 meses na Europa, está por esses dias em Minas, onde participou do Festival da Pedra Rachada semana passada, e aproveitando o embalo resolveu também dar uma conferida nas duas primeiras vias de 10º grau do Sítio do Rod.

Acompanhado de Tomaz “Droza”, Felipinho fez trabalho rápido dos 2 projetos, Poder Paralelo e Heterosapiens, sugerindo o grau de 10b para as duas, mas deixando em aberto a possibilidade da Poder Paralelo ser um 10c! É o Sítio do Rod ficando casca! Parabéns, Felipe!

Fonte: Abrigo Lapinha

Postado por Neudson em : Sem categoria

Campeonato Mundial de Escalada e Arco Rock Masters

27
jul
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No último final de semana chegou ao final o 11º Campeonato Mundial de Escalada em Arco. Foram 10 dias de competições com mais de 130 atletas de vários países, competindo nas 3 modalidades da escalada esportiva de competição: Dificuldade (Lead), Boulder e Velocidade (Speed). Tivemos também a entrega dos já tradicionais Arco Rock Legends, prêmios que são oferecidos aos melhores escaladores do ano, tanto na rocha, quanto nas competições. Tivemos pela primeira vez na história um Campeonato Mundial de Paraescalada, mostrando que o nosso esporte também pode incluir os portadores de deficiências. E pra fechar tudo com chave de ouro, tivemos o tradicional duelo, que só acontece nas competições em Arco!

Durante esses 10 dias de competições deu pra sentir que a IFSC realmente quer investir pesado para colocar a escalada nos  jogos olímpicos de 2020. As competições foram muito bem organizadas  e muito bem transmitidas, com exceção das qualificatórias, que em geral tiveram uma transmissão bastante confusa pela internet. Mas nas semifinais e finais, que tiveram transmissão da TV italiana, o campeonato foi um espetáculo: câmeras de vários ângulos,  com uso até mesmo de gruas para acompanhar os escaladores na dificuldade,  replays dos melhores momentos e ótimos gráficos para mostrar os resultados e manter o espectador informado do desenrolar da competição. Realmente um nível de transmissão digno de olímpiadas. Mas vamos aos resultados e alguns comentários sobre as provas de dificuldade e o duelo.

A primeira modalidade a conhecer seus campeões foi o boulder, ainda no primeiro final de semana. O russo Dmitry Sharafutidnov foi quase perfeito, e ficou com o título, deixando o segundo lugar com Adam Ondra e o terceiro com o compatriota Rustam Gelmanov. O feminino teve a austríaca Anna Stöhr levando mais uma vez o título, deixando a americana Sasha DiGiulian em segundo e a alemã Juliane Wurm em terceiro. Mais detalhes da disputa do boulder aqui!

Durante a semana tivemos a entrega dos prêmios do Arco Rock Legends, o Salewa Rock Award, para o escalador(a) que mais se destacou na rocha durante o ano passado, e o La Sportiva Competition Award, para o escalador(a) que mais se destacou nas competições no ano que passou. Para o Salewa Rock Award foram indicados os escaladores Adam Ondra, Enzo Oddo, Chris Sharma, Gabriele Moroni e Sasha DiGiulian, o prêmio ficando pela terceira vez com o fenômeno tcheco Adam Ondra! Pelo La Sportiva Competition Award competiam o espanhol Ramon Julian, a coreana Jain Kim e também Adam Ondra. Mas dessa vez o prêmio ficou com o impressionante Ramon Julian!

A segunda modalidade a conhecer os seus campeões foi a velocidade! O título masculino ficou, pela terceira vez, com o chinês Qixin Zong, que cravou o cronômetro em 6.26s e marcou um novo recorde mundial. O segundo lugar ficou com o russo Stanislav Kokorin e o terceiro ficou com Danylo Boldyrev. No feminino o título foi para a russa Maria Krasavina, ficando em segundo a sua compatriota Anna Tsyganova e em terceiro a escaladora do Cazaquistão Tamara Kuznetsova. Na velocidade em equipe, que contava com times mistos, o time vencedor foi o Russia 2, formado pelos escaladores Sergey Sinitsyn, Ksenia Aleksseva, Evgeni Vaitcekhovskii. O time um da Ucrânia ficou em segundo, seguidos pelo time um da Rússia em terceiro.

Melhores momentos da final de velocidade

Chegamos então na modalidade que é considerada a principal da competição, vide o destaque que ela recebe e tendo o campeonato culminando com a decisão dos seus campeões: a dificuldade. As eliminatórias aconteceram na quinta-feira, e tiveram a participação dos brasileiros Cesar Grosso (Cesinha) e André Berezoski (Belê), para os homens, e Janine Cardoso e Thais Makino para as mulheres.

As qualificatórias aconteciam em dois grupos, escalando duas vias, e apenas os 26 primeiros passavam para a fase semifinal. Janine Cardoso e Thais Makino, apesar de escalarem bem, não obtiveram um bom resultado e ficaram de fora das semifinais, o mesmo acontecendo com Cesinha e Belê. Mas Cesinha merece um destaque, já que obteve, apesar de ficar de fora, uma boa colocação geral, ficando com o 37º lugar entre os 130 escaladores que competiram no masculino. Cesinha entrou na segunda via ainda com chances de passar, e foi bonito vê-lo escalar, lado a lado com Belê, buscando a classificação. Mas alguns pequenos erros, como demorar demais para clipar uma costura e ter dificuldades de desenroscar a perna da corda em outro instante, podem ter tirado a força que ele precisava para fazer o top, que estava muito perto.

Com isso progredimos para as semifinais, 26 escaladores e escaladoras, disputando apenas 8 vagas na grande final! E nessa fase, alguns favoritismos se confirmaram, como a presença de Adam Ondra, Ramon Julia, Jakob Schubert, Jain Kin, Angela Eiter e Johanna Ernst na final, assim como algumas surpresas. Caso da dupla russa de homônimos: Evgeny Zazulin e Ovchinnikov entre os homens e a austríaca Magdalena Röck se classificando em segundo para as finais. Ao final o time completo de finalistas ficou assim: Ramon Julian (ESP), Jakob Schubert (AUT), Adam Ondra (CZE), Hyubin Min (KOR), Magnus Midtböe (NOR), Manuel Romain (FRA), Evgeny Zazulin (RUS), Evgeny Ovchinnikov (RUS), entre os homens; e Jain Kim (KOR), Magdalena Röck (AUT), Johanna Ernst (AUT), Angela Eiter (AUT), Katharina Posch (AUT), Mina Markovic (SLO), Christine Schranz (AUT), Sasha DiGiulian (EUA), entre as mulheres.

Para as finais a IFSC mudou as regras. Agora cada escalador escala apenas uma via, e o desempate é feito pelo resultado da semi, e caso necessário, da qualificatória. Havendo empate em todas as fases, ai sim acontece uma super final.

Na final feminina, nenhuma das competidoras conseguiu o top, o que foi uma pena, e o título ficou com a única escaladora que conseguiu transpor o que era claramente o crux da via, já quase no final. Essa escaladora foi Angela Eiter, que diferente das demais escaladoras, não tentou um movimento dinâmico e buscou uma solução estática para o lance, passando e progredindo mais um pouco, mas caindo antes do top. Tudo que ela precisou fazer foi sentar no “canto do líder” e ver suas adversárias cairem, uma atrás das outras, no mesmo lance. O segundo lugar ficou com a coreana Jain Kim e o terceiro com a também austríaca Magdalena Röck.

Angela Eiter na via final

A final masculina foi um espetáculo! Cada escalador que entreva ia um pouco mais longe na via, o que só aumentava a expectativa pelo top, que só começou a ficar mais próximo com o 5º escalador a entrar, Magnus Midtboe. Depois dele vieram os 3 principais candidatos ao título: Adam Ondra, Jakob Schubert e Ramon Julian. Com um detalhe, Ramon Julian e Jakob Schubert estavam empatados em tudo, e o mesmo resultado na final significaria o desempate na super final! Seria emocionante!

Mas o primeiro a querer estragar essa grande final foi Adam Ondra. Mostrando uma grande técnica e experiência, apesar da pouca idade, Ondra soube usar muito bem os descansos que a via proporcionava e foi passando todos os lances que haviam derrubado os escaladores antes dele até chegar no último movimento. Tudo parecia indicar que ele faria o top, mas na tentativa de dominar a última agarra Ondra caiu, apenas tocando a agarra do top!

Logo depois veio Jakob Schubert, que escalou com Adam Ondra assistindo no “canto do líder”. O também jovem escalador austríaco progrediu muito bem, mostrando segurança em todos os movs, e alcançou o mesmo ponto que Ondra e também não fez o top. Os dois ficaram com a mesma pontuação, mas o desempenho melhor de Schubert nas fases anteriores o deixava em primeiro, para desespero de Ondra, que agora teria que se contentar com a prata, pelo menos, porque ainda faltava o grande favorito, Ramon Julian.

Ramonet, com chamam os espanhóis, entrou para escalar precisando do top para levar o título sem precisar do desempate da super final, e com uma escalada absolutamente perfeita, o espanhol de apenas 1,59m fez o top na via final e sagrou-se o grande campeão de dificuldade em Arco! Uma final realmente emocionante de se assistir!

Ramon Julian fazendo o top do título

Mas ainda faltava a cereja do bolo em Arco, a competição do duelo, que une técnica e velocidade numa só prova. Os 16 primeiros colocados na dificuldade se enfrentam aos pares, lado a lado, em duas vias idênticas, escalando guiando, e quem chegar primeiro no topo avança. Vale lembrar que as vias são as mesmas, tanto para os homens, quanto para as mulheres. É com certeza o modelo de competição que acho o mais emocionante de todos, e que deveria figurar no quadro de modalidades da IFSC.

No início das disputas as mulheres tiveram dificuldades com um lance mais esticado na metade da via, e várias caíram ali, inclusive a campeã Angela Eiter. Esse lance deu margem para uma cena engraçada, na disputa entre Sasha DiGiulian e Alexandra Eyer (se não me engano), em que Sasha DiGiulian chega no lance primeiro, percebe a dificuldade, e aguarda a adversária tentar na frente! A adversária, tenta e cai, e ela tenta em seguida e consegue passar o lance. No final, o ouro no duelo feminino ficou com a russa Yana Chereshneva, vencendo Johanna Ernst na disputa final. Sasha DiGiulian bateu Mina Markovic na disputa do terceiro lugar e ficou com o bronze. Na disputa masculina o ouro ficou com Adam Ondra (que aparentemente não queria deixar Arco de mãos abanando) que bateu o alemão Thomas Tauporn na final. O bronze ficou com Jakob Schubert que venceu o francês Manuel Romain na disputa pelo terceiro lugar!

Final feminina do Duelo

Final masculina do Duelo

Nos resultados finais da competição Adam Ondra ficou com o primeiro lugar combinado entre os homens, enquanto entre as mulheres o título combinado foi para a americana Sasha DiGiulian. O título por países ficou com a Rússia!

Para conferir os resultados completos de todas as modalidades, acesse o site da IFSC!

Postado por Neudson em : Boulder, Escalada Esportiva, Evento, competições, notícias

Resenha – Respira

23
jul
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Respira é um filme apaixonante. Apaixonante porque consegue capturar de forma bastante honesta o estilo de vida da escalada, as motivações de quem escala, e o qual o significado da escalada para um escalador. Contando com um elenco de escaladores locais, que escalam vias mais próximas da realidade brasileira (a via mais forte do filme é um 10b), o filme nos leva por uma viagem através da cena da escalada mexicana, apresentando alguns dos locais mais frequentados de escalada do país e deixando claro o imenso potencial mexicano para a escalada.

Buscando um enfoque de alguém de fora desse universo, o filme tenta capturar a essência da escalada, e consegue esse feito ao usar os depoimentos dos escaladores locais para amarrar toda a história. Todos os depoimentos são extremamente apaixonados, e é impossível qualquer escalador não encontrar eco em pelo menos um desses depoimentos. Neles encontramos a busca da superação, o gosto pelo risco que nos faz sentir vivos, o esporte como ponto de equilíbrio dentro da vida cotidiana, a importância de acreditar que se pode conseguir algo, as semelhanças com a própria vida (que me fez lembrar do meu texto “A escalada e a vida“) e aquilo que, na minha opinião, faz de uma pessoa um verdadeiro escalador: “Começa como um hobby, depois vira um esporte, e então fica sério e se converte num estilo de vida (…) você vive para escalar, trabalha para escalar, dorme para escalar, come para escalar, toda sua vida gira em torno da escalada“.

Aparecendo como um ponta no filme, está o escalador norte-americano Alex Honnold. Mas ao contrário do que possa parecer, Honnold não aparece no filme para roubar a cena. Claro que ele aparece escalando uma via muito bonita e mostrando por que é considerando um dos melhores escaladores do mundo na atualidade. Mas os realizadores usaram habilmente o segmento com Honnold para fazer um ótimo contraponto com a escaladora que veio em seguida: um escalador “internacional” que teve grandes oportunidades (oportunidade oferecidas pela cena da escalada norte-americana)  para alcançar o nível que alcançou, e a realidade de um país como o México, que segue seu caminho de evolução na escalada a passos mais lentos, mas fazendo bom proveito do potencial do país. E claro, não dá pra não deixar de traçar um paralelo entre a realidade mexicana e a brasileira.

Respira pode não ter as cenas de escalada mais impressionantemente filmadas que você já viu, nem as vias mais fodas que o mundo pode oferecer, mas é a verdade contida no filme que realmente vale a pouco mais de uma hora na frente da TV (no meu caso monitor) assistindo a produção. E o filme, ao adotar o nome Respira, vem ao encontro da conclusão de Alex Honnold durante o filme, de que é escalada não é um estilo de vida. Escalada é vida! E quem está vivo, obviamente, respira!

Ah, vale lembrar que o filme se encontra disponível para download gratuito no site da produtora, Evoluno! Portanto não perca essa oportunidade de ter esse filme na sua coleção!

ps: o filme inclui uma cena pós-créditos com Alex Honnold, discutindo aspectos mais “metafísicos” da escalada.

Postado por Neudson em : Resenhas

7º Festival de Boulder da Pedra Rachada

19
jul
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Parece que o mês de Julho está realmente se firmando como mês do boulder no Brasil. Já aconteceu no começo do mês o tradicional Ubatuboulder, no pontão da praia da fortaleza em Ubatuba, e esse final de semana acontece o Festival de Boulder da Pedra Rachada, em Sabará, distante apenas 30km de Belo Horizonte. O local já é nacionalmente conhecido pelos amantes do boulder e já tem mais de 150 problemas abertos, do V0 ao V12, alguns abertos por gente como Felipe Camargo, Jon Cardwell e Rafael Passos.

Esse ano a 4Climb, que está fazendo um grande trabalho de divulgação e promoção da escalada no Brasil, está organizando o evento e preparou o terreno pra escaladores de todo o Brasil poderem participar sem problemas. Um sítio foi alugado para poder receber os escaladores que estejam indo para o pico pela primeira vez, ou que ainda não tenham lugar pra ficar. Isso sem contar com a programação do evento, que vai contar com Night Climb com os boulders iluminados, brindes e muita festa!

Infelizmente dessa vez eu não vou estar presente, como estive em Ubatuba, mas quem sabe ano que vem não me programo melhor pra aproveitar bem esse mês do boulder no Brasil! Pra quem não conhece o lugar fica ai o ótimo vídeo produzido pela Granito Filmes de Pedra, apresentando o lugar, com Felipe Alvares “Kbeça” servindo de cicerone!

Postado por Neudson em : Boulder, Dicas, Evento

The Swiss Account em download HD gratuito

18
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Há um tempo atrás Jon Glassberg e Carlo Traversi lançaram alguns vídeos na internet sobre sua trip de boulder pelo fantástico granito suiço, passando por lugares já lendários como Magic Wood, Cresciano e Chironico. Mas não contentes em apenas lançar web-episódios (muito bem filmados e editados por sinal) eles resolveram sair na frente de muita gente, e compilaram todo o material (não assisti ainda pra saber se contém cenas inéditas) e criaram o que pode ser o primeiro longa de escalada a ser disponibilizado de forma completamente gratuita!

Isso mesmo, o filme completo está disponível para ser assistido online, ou baixado em formato HD para você assistir na sua TV, caso queira. O filme conta com convidados ilustres, como Alex Puccio, Paul Robinson, Dai Koyamada e Adam Ondra! O filme você pode conferir ai embaixo, ou então baixar aqui! Se tava sem ter o que assistir pra ficar com as mãos suando, agora já tem!

Postado por Neudson em : Dicas, Videos, filmes

Campeonato Mundial de Escalada – modalilade Boulder

18
jul
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Esse final de semana aconteceram as finais da modalidade Boulder do 11º Campeonato Mundial de Escalada, que acontece na cidade italiana de Arco.

As competições tiveram início na sexta-feira, com as qualificatórias  femininas e prosseguiu no sábado com as qualificatórias masculinas. Cada categoria tinha perto de 100 escaladores inscritos, que se revezaram em duas baterias de qualificatórias, encarando 4 boulders. No final, apenas os 20 primeiros colocados seguiriam para as semis. Os problemas das qualificatórias foram todos bastante técnicos, de equilíbrio, e acabou deixando muita gente forte, mas mais “dinâmica” de fora. Grandes nomes como Nalle Hukkaitaval, Alexey Rubstov e Guillaume Glarion Mondet ficaram de fora. O Brasil esteve representando no masculino, pelos escaladores Cesar Grosso, André Berezoski e Pedro Nicoloso. Nenhum dos 3 conseguiu avançar para a semi, mas Cesar Grosso passou muito perto ficando em 14º na sua qualificatória e 35º no geral, deixando para trás nomes como Carlo Traversi e Chris Webb Parsons. Isso, segundo informações de amigos, sem estar treinando para Boulder. André Berezoski teve desempenho parecido, mas uma agarra bônus a menos o fez cair um pouco mais na classificação. Pedro Nicoloso não conseguiu fazer nenhum top e acabou ficando bem atrás.

Entre as mulheres a coisa foi bastante parecida, boulders técnicos e de bastante equilíbrio, o que acabou sobrando para Alex Puccio, que tem um estilo bastante dinâmico. Fora ela, todas as outras favoritas se classificaram para a semi. O Brasil contou com a participação de Janine Cardoso e Thais Makino. Thais Makino começou bem, fazendo top logo no primeiro problema, mas acabou não conseguindo repetir o feito, e assim como Janine Cardoso, ficou bem atrás na qualificação.

No domingo aconteceram as semifinais e as finais, e aqui tenho que dizer, a organização do Campeonato Mundial deu um verdadeiro show de transmissão. Desde a semifinal já se notava a diferença. Câmeras de vários ângulos, captando os melhores momentos de  cada escalador, mostrando a platéia repleta de espectadores. Teve espaço até mesmo para replays. Ficou a impressão de estar assistindo realmente uma competição olímpica. Muito bom!

Mas vamos ao que interessa, resultados! As semifinais foram mais dinâmicas, e nela vimos cair 14 escaladores em cada categoria, para apenas 6 prosseguirem para a grande final. Entre as mulheres as finalistas foram Anna Störh, Akiyo Noguchi, Juliane Wurm, Sasha DiGiulian, e duas surpresas ruassas, Olga Bibik e Yana Chereshneva. Monstrando grande superioridade frente as concorrentes, Anna Störh encadenou todos os 4 boulders propostos e ficou com o título mundial de boulder! A americana Sasha DiGiulian lutou muito em todos os boulders, mas conseguiu apenas dois tops e ficou com a segunda colocação, seguida da alemã Juliane Wurm.

Mas foi entre os homens que o grande espetáculo se completou. Depois de uma semifinal bem disputada, passaram para a decisão Dmitry Sharafutidnov, Kilian Fischhuber, Adam Ondra, Cedric Lachat, Rustam Gelmanov e a surpresa Thomas Tauporn. O primeiro problema parecia bem dinâmico, mas segundo os comentários de Alex Johnson, os routesetters tinham pensado uma solução mais estática. Mas Cedric Lachat resolveu ficar com o dinâmico e completou o boulder com um movimento acrobático e muito bonito. O alemão Thomas Tauporn veio em seguida mas não conseguiu o top. Foi então a vez de Adam Ondra, que depois de uma primeira tentativa bem dinâmica, resolveu o problema da forma que os routesetters previram, bem estático, com os pés indo na frente. Muito bonito de se ver. Kilian Fischhuber descobriu o movimento da saída já praticamente no final, e se viu com problemas na hora de se reposicionar e dominar a agarra final. Acabou caindo com o cronômetro já zerado e sem tempo pra mais nada. Dmitry Sharafutidnov entrou no problema parecendo hesitante, abortando tentativas, mas sem voltar os pés ao chão. Depois de alguns instantes o russo descobriu o que fazer e fez. Mandou o primeiro problema de primeira, e assumiu a primeira colocação.

Os próximo problema viu Ondra e Sharafutidnov derrotá-lo em apenas uma tentativa, e viu Kilian Fischhuber ter bastante problemas e apesar de conseguir o top, deixar a impressão de que aquele não era o seu dia. No terceiro problema, bem técnico, Ondra mostrou toda sua técnica e fez top na primeira tentativa. Sharafutidnov acabou errando a primeira tentativa e deixou assim Adam Ondra mais perto dele na classificação. Rustam Gelmanov também conseguiu o top e continuou firma na briga.

O último problema foi espetacular. Lachat e Tauporn não conseguiram encaixar os primeiros movimentos e saíram sem o top. E ai veio Adam Ondra. O problema parecia bem difícil, e fazer top já seria uma grande vantagem. Ondra tentou 3 vezes até encaixar o movimento principal do boulder e fazer o top, isso com bastante braço para ainda pedir o aplauso da platéia antes de dominar a última agarra. Veio Rustam Gelmanov, e fez o boulder com duas tentativas, mas a soma total de suas tentativas nos boulders anteriores o mantiveram atrás de Ondra. Agora só faltava Sharafutidnov. Se ele fizesse top em até 4 tentativas, o título era dele. Mas mostrando estar numa forma invejável e completando uma apresentação quase impecável, Sharafutidnov encadenou o problema na primeira tentativa e ficou com o título mundial de boulder!

O Campeonato Mundial de Escalada continua essa semana, com as competições de Paraescalada, e no final de semana com a disputa das modalidades dificuldade e velocidade. Os atletas brasileiros vão estar de volta, e a espera é que o resultado na modalidade dificuldade.

Para os resultados completos e os horários das competições acesse o site do evento. E para acompanhar as transmissões em stream ao vivo, acesse o site da  IFSC.tv.

Postado por Neudson em : Boulder, competições, notícias

O grande espetáculo da escalada começa em Arco!

14
jul
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Começa amanhã o maior espetáculo que o mundo da escalada já viu: o 11º Campeonato Mundial de Escalada, que terá lugar na cidade italiana de Arco. Serão 10 dias de competições, com mais de 200 atletas, disputando o primeiro lugar nas modalidades de Boulder, Dificuldade e Velocidade, além do já tradicional Duelo do Arco Rock Masters, o novo Team Speed, e a grande novidade: o 1º Campeonato Mundial de Paraescalada; mostrando que o nosso esporte pode envolver realmente a todos!

A IFSC quer realmente realizar algo para ficar na memória, principalmente dos representantes do COI, que com certeza estarão presentes. Esse ano o evento terá uma cerimônia de abertura especial, com um espetáculo de dança, luzes e música representado a escalada, e o grande final desse espetáculo contará com a presença de duas lendas: Lynn Hill e François Legrand. Ainda teremos uma noite especial, onde será feita uma volta no tempo, pelos 25 anos dos Arco Rock Masters, com a presença de Lynn Hill, François Legrand, Yuji Hirayama e Luisa Iovane. Nessa mesma noite será feita a entrega do já tradicional Arco Rock Legends que premia os melhores escaladores do ano com o La Sportiva Competition Award, para o escalador(a) que mais se destacou nas competições durante o ano, e o Salewa Rock Award, para o escalador(a) que mais se destacou na rocha durante o ano. Na disputa por esse prêmios esse ano estão Chris Sharma, Adam Ondra, Enzo Oddo, Sasha DiGiulian e Gabriele Moroni ( Salewa Rock Award), e Ramon Julian, Jain Kim e Adam Ondra (La Sportiva Competition Award).

Mas o espetáculo não estaria completo se os melhores atletas do mundo lá não estivessem, e esse ano a disputa vai ser acirrada. No Boulder, Kilian Fischhuber vai buscar o único título que ainda lhe falta, mas pela frente terá um Adam Ondra motivado, que chega em Arco para disputar todas as modalidades do evento: Boulder, Dificuldade e Velocidade; algo que vai ser tentado também pelo suiço Cedric Lachat. Mas na disputa masculina pelo título do Boulder ainda estão nomes como Dmitry Sharafutdinov, segundo na Copa do Mundo, o francês Guillaume Glairon Mondet e Alexey Rubtsov. Entre as mulheres a disputa terá nomes como Anna Störh, atual lider da Copa do Mundo, Akiyo Noguchi, a coreana Jain Kim, que vai testar suas forças também no boulder essa vez, sem contar com as americanas Sasha DiGiulian, Alex Puccio e Alex Johnson.

Na dificuldade Ramon Julian vem como o grande favorito, tendo ganho 5 Arco Rock Masters e sendo até agora imbatível na cidade italiana. Adam Ondra vem focado, já tendo deixado claro que seu objetivo maior é ganhar essa competição. Mas também teremos outros grandes competidores, que com certeza estão na briga, como Jakob Schubert, Sean McColl e Magnus Midtboe. Entre as mulheres a coreana Jain Kim vai disputar com a austríaca Angela Eiter, e com os fortes times da frança e eslovênia, com nomes como Charlotte Duriff, Alizèe Dufraisse, Mina Markovic, Maja Vidmar e Natalija Gros.

O Brasil também estará presente, representado pelos escaladores Cesar Grosso, Thais Makino, André Berezoski, Janine Cardoso e Pedro Nicoloso.

O evento desse ano será transmitido pela rede de TV italiana RAI, com cobertura ao vivo pelos canais RAI Sport 1 e RAI Sport 2. E claro que teremos a transmissão completa do evento ao vivo pelo site IFSC.tv!

Fique ligado, o Campeonato Mundial de Escalada tem início amanhã, com as classificatórias masculinas do boulder, e segue até o dia 24 de julho! Para o programa completo do evento e os horários das competições acesse o site do Arco 2011!

Postado por Neudson em : Eventos

Ubatuboulder, uma trip quase perfeita!

12
jul
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Parece coisa de maluco, sair daqui de Fortaleza, viajar sei lá quantos mil quilômetros, pra passar praticamente só um dia escalando. Mas foi só porque foi pouco tempo que essa trip não foi perfeita, porque por todo o resto, não sei como poderia ser melhor: um pico fantástico, com um visual incrível, uma galera irada, e todos numa energia fenomenal! Foi realmente muito bom! Mas pra vocês entenderem eu tenho que contar, vai ficar longo, mas tenham paciência.

Ubatuba foi minha primeira trip de boulder. Nunca antes na vida desse escalador uma trip tinha sido dedicada apenas à essa atividades que alguns preferem fazer num dia de descanso. Mas a escolha pra começar essa história foi Ubatuba e foi acertada.

Saimos de Fortaleza, eu e Daniel Mamede, na sexta meio dia. Enfrentamos três horas e meia de voo até São Paulo, pra de lá pegar mais uma hora e meia de estrada, de ônibus, até São José dos Campos, onde fizemos uma pequena visita ao muro do Purga, pra pegar algumas idéias para a nova Fábrica de Monstrinhos. Dormimos por lá, na casa do André Braga, primo do Daniel, e seguimos com ele no dia seguinte para Ubatuba! Dos 3, só eu ainda não conhecia o tão falado pontão da praia da fortaleza!

Chegamos por volta das 9:30 da manhã e seguimos direto pros boulders! Não tinhamos tempo a perder! Dez horas já estávamos dando início aos trabalhos, entrando na primeira brincadeira do dia: Ferro de Passar V3. De cara  já achei esse V3 mais forte do que o único que eu tinha escalado até hoje, o Charlie Brown no Grajaú. Mas trabalhei um pouco, achei o beta, e encadenei. Daniel também mandou o boulder um pouco depois.

Saímos dali e fomos entrar no Dorotéia, que dizia o André, era outro V3. Trabalhamos um pouco os lances e o Daniel mandou sem muito esforço. Eu mandei em seguida. Mas depois acabamos descobrindo que o Dorotéia, segundo o croqui, era um V5, mas que não terminava por onde a gente terminou, tinha mais alguns movimentos antes de fazer a virada. No final das contas eu nem sei o que foi que eu mandei, mas ficou com cara de V3 também.

Nesse meio tempo já tava escalando com a gente o Bruno, amigo do André, e se juntou o Ian Munoz, que tava por ali sozinho e a gente chamou pra dar uns pegas no Pro Abaulado V2. Esse foi mais dentro das expectativas. Errei na tentativa em flash, mas na segunda saiu a cadena. Daniel também mandou com bastante facilidade.

Saímos de lá e fomos tentar um dos grandes clássicos de Ubatuba: Van der Walls, outro V3. André mostrou como era o problema, mandando fácil, logo de primeira. E ai começaram as tentativas. Várias! Mas sem muito progresso. Até que nos deram o beta de travar com o joelho em uma das agarras, ai o negócio começou a ficar mais perto. Mas ainda assim, dominar o reglete mais em cima tava difícil. Parecia estar faltando o posicionamento correto. Já estava no que eu considerava meu último pega no boulder e cai mais uma vez, mas nessa tentativa deu o estalo do que eu devia fazer pra dominar a agarra. Resolvi dar mais uma chance e fui pra mais uma tentativa. Saiu tudo perfeito! Mordi o reglete e abri mais a perna direita pra ficar na agarra quase de oposição. Era o que precisava. Cruzei pra agarra melhor mais em cima e ai eu já sabia que tinha mandado, foi só manter a calma e fazer a virada. Clássico de Ubatuba no bolso, pra voltar pra casa satisfeito. Ótima a sensação de virar um boulder que você já tentou bastante e já ia desistir.

No meio dessas nossas tentativas pelos boulders do pontão eu fiquei de olho na galera que ia chegando, já que fomos os primeiros a chegar por lá de manhã. A galera da 4Climb chegou um pouco depois. O Felipe Alvares “Kbeça”, que a gente já tinha encontrado na frente da casa onde iríamos ficar, e o Daniel Mendes “Tiodan” que chegou depois.

Mas eu estava mesmo era a espera do Caio Gomes, que já tinha se tornado amigo pela internet e que agora ia ter a oportunidade de conhecer pessoalmente. E por volta do meio dia, aparece aquele carioca meio com cara de marrento, óculos escuros, fone de ouvido, completamente na dele. Mas foi só chegar e cumprimentar pra confirmar que o cara é realmente gente fina demais. Até parecia um velho amigo que tava reencontrando e não vendo ali pela primeira vez. Junto com ele o caçula da família Buscapedra, Pedro Gomes, da mesma vibe do irmão.

Outra galera que eu já conhecia pela internet foi chegando depois também, como o Gibara e o Linha. Conheci também o  jovem talento da escalada brasileira, Rafael Takahace, e o pai, Mauro,  que demonstra o apoio incondicional que tem pela paixão do filho de 15 anos, acompanhando nas trips e registrando tudo. Muito bonito de se ver!

Apareceu também gente que eu já tinha conhecido em outras trips pelo Brasil, como o Carlos, que eu conheci na primeira vez que fui no Cipó, e o Eric, que eu conheci da segunda trip no Cipó. Muito legal rever essa galera!

E claro que essa galera chegou pra escalar também, e encadenar. E eu fiquei por ali assistindo, vendo os monstros escalar. No meio disso presenciei a cadena dupla do Cracolândia V12, pelo Beto de Campinas e o Esteban do Rio. Justo o boulder que o Caio Gomes estava tentando e que parecia engasgado. Vendo a cadena dos 2, ele entrou duas vezes tentando encadenar e não conseguiu. Dava pra ver que aquilo tava mexendo com a cabeça dele, e apesar de estar ali tentando passar a vibe, nessa hora eu nem sabia o que dizer. Mas ele se aprontou pra uma terceira entrada, depois de repassar o beta que ele já sabia que era o certo pra ele. Foi lá, e com determinação e a vibe da galera embaixo, saiu a cadena tão esperada. Segundo V12 do Caio! E como eu tinha falado pra ele antes, eu ia tá lá pra presenciar. Fiquei com fama de pé quente! Um grande momento do Ubatuboulder!

Por volta das 15hs o André teve que ir embora, e eu e o Daniel acompanhamos para tirar as mochilas do carro e deixar na casa alugada pelo pessoal da 4Climb. Aproveitamos pra descansar um pouquinho a pele, que já tava reclamando um pouco. A combinação rocha abrasiva e pele fina por falta de treino e escalada não foi das melhores! Fomos comer alguma coisa e voltamos para o pontão pra uma nova rodada de tentativas em novos boulders!

Vimos o Carlos entrando em outro V3, Curta Metragem, que pareceu interessante e resolvemos tentar também. Junto também estava a Roberta, escaladora de Belo Horizonte, se não me engano. Dos 3, ela foi a única que mandou o boulder. Na escalada é assim, sem espaço pra machismos bestas, porque a mulherada escala forte pra caramba por aqueles lados.  Ficamos ali tentando várias vezes, mas pra mim o boulder parecia não estar encaixando direito e deixei de lado.

Vi uma movimentação em frente ao Van der Walls, e resolvi checar. Era o Daniel Tiodan dando um estímulo pras cadenas. Quem encadenasse o Van der Walls, ou o Wanderléia V4, ou o Jantar V4, levava um brinde. Como eu já tinha mandado o Van der Walls, resolvi entrar na brincadeira com o Wanderléia. Me juntei ao Gibara, ao Eric e ao Hugo, de BH, nas tentativas. O crux do boulder era juntar as mãos na aresta, saindo de um crucifixo. Ou seja, segura a porteira! Foi tentado de tudo, calcanhar, toe hook, mas nada tava jeito. Até que o Hugo encaixou o toe hook certinho e conseguiu juntar, mas na hora de soltar o pé o pêndulo era grande demais pra ficar. Enquanto a gente se matava no Wanderléia, o Pedro Gomes brigava com o Jantar, já bastante cansado depois de ter mandado 2 V7.

A noite chegou, os boulders iluminados pelos holofotes e as headlamps, mas a disposição não diminuiu. Galera continuou escalando, embalada pela vibe da música eletrônica. Depois de desistir do Wanderléia, acabei aceitando o desafio do Felipe Alvares e fui tentar um V6: Cérebro! Saída esquisita, com o calcanhar já bem alto e dois regletes nojentos, um deles, segundo o Hugo, carnívoro! E lá fomos nós: Eu, Daniel, Hugo, Eric e Roberta. Negócio era difícil, e com o cansaço, o corpo começou a reclamar. Numa das tentativas a panturrilha pediu penico, e a câimbra veio. Ainda tentei mais uma vez, mas vi que não rolava mais tentar o Cérebro, com aquela puxada de calcanhar logo na saída.

Mas como tava todo mundo escalando ainda, e a vibe tava legal, ignorei um pouco os sinais do corpo e resolvi dar uns pegas no Pézinho V4, já que tinha uma galera tentando. Me resumi a tentar isolar o crux do boulder: um belo de um dinâmico de lado, num lance de teto, pra um agarrão irado! Preciso dizer que era longe? Cai várias vezes e não consegui nem segurar de verdade na agarra. Era o sinal pra tirar as sapatilhas e parar de escalar. Afinal de contas foram quase 10 horas de escalada, praticamente non-stop, num pico de boulder de rocha abrasiva! Uma hora tinha que acabar a pilha e a pele, e não teve superbonder que desse jeito. De tão cansado, acabei perdendo o night climb que rolou até 4:30 da manhã  no pontão, com muita música, vinho e cerveja. Cerveja que eu desisti de esperar por volta da s 21h da noite, achando que o tiozinho do barco tinha dado o xexo na galera.

O domingo ia ser curto. Só tínhamos a manhã se quiséssemos  escalar mais alguma coisa. E voltamos pra lá por volta das 10hs pra acabar com o resto de pele. Os músculos das costas e dos braços já começavam a reclamar, mas ainda dava pra gastar um pouquinho mais. O escolhido foi o Sertão V3. Outro conhecido de trips passadas, o Alex, estava por lá tentando com uma galera, e resolvemos nos juntar a eles. Daniel deu só um pega e mandou o bendito. Ele já tinha mandado em outra trip e disse que era por causa disso, só pra poder continuar dizendo que estava fraco. Eu ainda dei uns 3 pegas no boulder, sem sucesso. Parecia faltar gás pra explodir na agarra final e fazer a virada. Mas como diz o velho ditado repetido à exaustão na trip: “O sofrimento é passageiro, desistir é para sempre”; lá fui eu pra mais uma tentativa, com o mesmo espírito do último pega no Van der Walls. Consegui achar força onde não tinha mais e explodi certinho na agarra. Demorei pra achar posição pra virada, mas consegui e mandei. Mais um V3 pra colocar no 8a.

Ainda tentamos escalar alguma outra coisa mais fácil, mas o tempo já tava curto demais. Deixamos o pontão e fomos almoçar antes de enfrentar as 5 horas de viagem até São Paulo, e de lá mais 3 ate Fortaleza. Fiquei feliz de ainda ter encontrado com o Caio e o Pedro, pra poder me despedir, deixando com eles um presente bem cearense: rapadura! Nos despedimos também da galera da 4Climb, e pegamos o caminho de volta.

Hoje estou aqui, escrevendo esse relato e ainda sentindo dores musculares. Mas em nenhum momento me arrependo de ter ido. Como bem disse o Caio  no blog dele, foi o melhor Ubatuboulder da história e foi meu primeiro. Primeiro de muitos!

ps: Queria terminar esse post completamente pra cima, mas aqui tenho que dizer algo não tão legal, mas pra gente daqui do Ceará. Durante o evento acabou surgindo a pergunta inevitável: e o encontro?! Mais uma vez, como muitos dos outros escaladores do Ceará interpelado nos picos de escalada pelo Brasil, eu tive que responder a única coisa que eu podia: que  não sabia. Queria poder dizer que o encontro vai ser fantástico, que eles tem que aparecer por lá em novembro, mas não vou dizer algo que eu não sei se vai se concretizar. Uma pena! Fica o toque pra organização trabalhar melhor e divulgar como andam os preparativos para o evento.

Postado por Neudson em : Relato

Fábrica de Monstrinhos com novo endereço!

8
jul
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É isso ai galera, demorou, foi  suado, praticamente uma novela, mas agora a Fábrica de Monstrinhos já tem um novo endereço! Depois de um ano funcionando na Academia Cearense de Tênis, termos sido malandramente “expulsos” de lá, ficarmos mais de 3 meses sem lugar pra treinar, procurando um novo espaço, quase desistindo, achamos o local que uniu todos os pré-requisitos: espaço suficiente e aluguel barato!

A nova sala fica na Rua Clarindo de Queiroz, 55, no centro da cidade, por trás da Faculdade Marista. Agora vamos ter um espaço de cerca de 100m² para reconstruir o muro, em contraste com os mínimos 25m² da salinha da ACT. O pé direito é bastante alto, deixando agora a cabeça viajar com um muro com mais altura, negativos mais longos, etc, etc…

Ainda tem bastante coisa pra fazer, a começar por uma reforma na sala, que não está no melhor dos estados. Temos ainda que fechar também o novo projeto, para ai sim começarmos a construir. Toda ajuda vai ser bem vinda nesse momento, portanto quem estiver disposto a arregaçar as mangas, fazer força furando e cortando madeira, se sujando de tinta, fique a vontade para aparecer!

A previsão é que a nova sede da Fábrica de Monstrinhos esteja de volta em agosto, pra mais uma temporada forte de treinos, mas dessa vez sem esquecer dos iniciantes! Quando tivermos novidades, vocês ficam sabendo por aqui!

Postado por Neudson em : Fábrica de Monstrinhos