Retrospectiva 2012

28
Dec
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Falta pouco menos de uma semana para o final do ano. Um ano que foi realmente fantástico para escalada brasileira e também para a escalada mundial. E como a escalada não aparece na retrospectiva da Globo, resolvi montar a retrospectiva da escalada no ano de 2012, com tudo que foi destaque aqui no Brasil e lá fora.

O ano aqui no Brasil começou em alta, com Felipe Camargo inaugurando um novo grau de dificuldade no país com a cadena do projeto Premonição 11b em fevereiro. Não demorou muito para que a segunda cadena da via saísse também. Ainda em abril Eduardo Barão fez a primeira repetição da Premonição, confirmando o grau de sugerido por Felipe e consolidando o primeiro 11b brasileiro.

Além da cadena da Premonição, Felipe ainda continuou tendo um grande ano aqui no Brasil em 2012. Ele ainda fez a primeira ascensão de dois outros fortes projetos nacionais: a Comando Vermelho 11a, na Serra do Cipó; e a extensão da Coquetel de Energia 11a no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro ainda viu a primeira ascensão de outro 11a, mas dessa vez com Fábio Muniz, que fez a primeira ascensão do link entre as vias Massa Crítica e Guerra dos Mundos. 

Enquanto aqui no Brasil a barreira do 11b era quebrada, lá fora a busca era pelo primeiro 12c e o primeiro 11c à vista. Alguém arriscaria chutar quem seria o protagonista nessas duas buscas? Obviamente que o alienígena mutante fenômeno Adam Ondra. O grande ano de Adam começou na verdade em junho, quando depois de fazer a primeira ascensão de um 12a, o mundo ficou sabendo pela internet que ele iria tentar algo inimaginável: escalar a via Biographie 12a em FLASH! Em outubro o monstro fez a cadena do seu mega-projeto em Flatanger na Noruega. Batizado de The Change, a linha ganhou o inédito grau de 12c, tornando-se a candidata a via mais difícil do mundo! Mas o ano ainda não estava terminado para Adam, que em sua primeira viagem pelos Estados Unidos, destruiu as vias de Red River Gorge. Logo de cara o tcheco fez a cadena em flash da via Southern Smoke Direct, cotada inicialmente em 12a, mas que foi prontamente decotada por Adam. Outras duas vias decotadas foram as já clássicas Pure Imagination e Golden Ticket, que foram ambas escaladas à vista e caíram de 11c para 11b.

Mas enquanto Adam consolidava sua supremacia nas vias, duas pequenas ferinhas vinham seguindo seus passos e destruindo seus recordes. A primeira foi Brooke Raboutou, que em julho, com apenas 11 anos escalou a  via Welcome to Tijuana, seu primeiro 11a, batendo o recorde de idade de Ondra para uma via dessa graduação. Em outubro foi a vez de outra baixinha derrubar de novo o recorde. Ashima Shiraishi, em uma trip perfeita por Red River Gorge, encadenou seu primeiro 11b, se tornando a pessoa mais jovem a escalar tal graduação, e também uma das poucas mulheres a conseguir tal feito.

Saindo das vias para os boulders, aqui no Brasil, com certeza não se pode deixar de destacar o incrível ano do brasiliense Rafael Passos. Apesar de o blog nunca ter reportado nenhuma de suas cadenas durante o ano, essa retrospectiva resolveu se retratar e fazer nota das mais de 150 primeiras ascensões realizadas por Rafael Passos durante 2012, a grande maioria em Cocalzinho. Nessa lista estão inclusos 2 V13, dos boulders Conquistador e Roda Gigante, cinco V12, nove V11 e dezessete V10! Com certeza não existe ninguém no Brasil com esse retrospecto nos boulders!

Mas durante o ano vários outros escaladores conseguiram cadenas fortes de boulders no Brasil. Felipe Camargo deixou sua marca fazendo a primeira ascensão dos boulders Segundo Sol V13 e  Sal Bento V10 em São Bento do Sapucaí. O escalador niteroiense Caio Gomes foi outro que teve um grande ano em 2012, com várias repetições de boulders fortes entre eles o Paralelepípedo, Gelo Baiano e Zen, todos V11, e também a primeira ascensão do Burro V10 na pracinha de Itacoatiara. Outro escalador que apareceu bastante no blog com fortes cadenas foi o jovem Yan Kalapothakis de 16 anos, que engordou sua lista de V10 esse ano com as cadenas dos boulders Guerreiro, Deep Inside Extension e Mont Blanc. Mas sem dúvida nenhuma o grande destaque do boulder em 2012 foi a cadena inédita do primeiro V10 feminino brasileiro conseguida pela escaladora paranaense Carin Marchiorato com o boulder Melhor Deixe, Com Certeza no Anhangava, mostrando pra mulherada brazuca que boulder de dois dígitos é possível!

Já lá fora o grande destaque dos pequenos blocos foi a japinha Ashima Shiraishi, que logo no começo do ano conseguiu um feito monstruoso ao encadenar o boulder Crown of Aragorn V13, tornando-se a pessoa mais jovem do mundo a escalar um boulder nessa graduação e uma das pouquíssimas mulheres a conseguirem encadenar esse grau. Muitos disseram que foi algo isolado, e que dificilmente ela repetiria o feito. Quem disse isso engoliu mosca mais tarde quando a baixinha, em viagem pela África do Sul, colocou no bolso mais um V13, e mostrou que ela escala sim muito forte! Mas mesmo com Ashima roubando a cena, o mundo da escalada ainda pode ver outro destaque, que foi a primeira cadena feminina de um V14, conseguida pela escaladora japonesa Tomoko Ogawa, que repetiu o boulder Catharsis aberto por Dai Koyamada em Shiobara. O mais impressionante? A japa só tinha 2 V12 e nenhum V13 na lista de cadenas.

Saindo da rocha para a resina, 2012 também foi um ano marcante nas competições, principalmente aqui no Brasil. Começamos o ano bem com a realização do primeiro campeonato brasileiro de boulder realizado em praça pública! Foram 3 incríveis etapas no Rio de Janeiro, São Bento do Sapucaí e Belo Horizonte. Atletas de todo o Brasil, uma energia fantástica e um show de organização e escalada, que mostraram que é possível se organizar um grande campeonato aqui no país. No final das três etapas Felipe Camargo foi o grande campeão entre os homens, e Thais Makino ficou com o primeiro lugar entre as mulheres. Ainda tivemos no final do ano a etapa única do Campeonato Brasileiro de Dificuldade, que terminou com Cesar Grosso e Janine Cardoso nos primeiros lugares.

Nas paredes internacionais, tivemos uma temporada de copas do mundo bastante disputadas. No boulder, o casal 20 da escalada mundial por pouco não levam mais uma vez a melhor, mas apenas Anna Stöhr conseguiu repetir o feito de 2012 e ficar com o título. No masculino quem ficou com primeiro lugar foi o russo Rustam Gelmanov. Na dificuldade também vimos repetição no título feminino e novo campeão no masculino. O japonês Sachi Ama ficou com o título entre os homens, enquanto a eslovena Mina Markovic repetiu o desempenho de 2011, levando o caneco.

O ano de 2012 também foi de Campeonato Mundial de Escalada, que aconteceu em Paris e foi um evento fantástico, organizado com vistas a impressionar o COI e reforçar a candidatura da escalada esportiva para os jogos de 2020. As disputas, vias e transmissão do campeonato foram incríveis. No boulder o russo Dmitri Sharafutdinov levou mais uma vez o título, enquanto a francesa Melanie Sandoz conseguia uma vitória inédita. Na dificuldade o austríaco Jakob Schubert levou a melhor, juntamente com a sua compatriota Angela Eiter.

Mas sem dúvida alguma, o grande destaque das competições em 2012 ficou por conta da inédita medalha de prata conseguida pelo escalador paulista Raphael Nishimura durante o Campeonato Mundial Paraclimbing em Paris. Disputando pela primeira vez uma competição internacional, Raphael surpreendeu e conseguiu buscar o segundo lugar, conquistando não só uma medalha, mas todos os presentes em Paris com a sua simpatia, determinação e força de vontade.

Contudo, nem só de notícias boas foi a escalada mundial. Acidentes e a morte de grandes nomes da escalada mundial e brasileira também fizeram parte desse ano. Logo no começo do ano, durante a I Semana Brasileira de Montanhismo, a comunidade escaladora brasileira recebeu com pesar a notícia do falecimento do escalador Paulo Macaco, grande nome da escalada nacional nos anos 80. Ainda esse ano o mundo também perdeu outro ícone da escalada mundial. Dessa vez foi o francês Patrick Edlinger quem subiu mais alto que qualquer montanha e foi encontrar com Gullich no andar de cima.

Dois acidentes marcaram o ano de 2012. O primeiro, apesar de não ter sido tecnicamente durante uma escalada, envolvia essa atividade, e levou mais cedo o jovem Felipe Melo, de 17 anos. Mais para o final do ano um acidente fatal no Pão de Açúcar levou a vida do escalador Bruno Silva, e reacendeu o debate sobre os cabos de aço do CEPI.

Esse foi o ano de 2012 registrado pelo Desce daí, doido! E 2013 promete ainda muito mais! Mais cadenas, mais competições, lá fora e quem sabe aqui no Brasil também. Mas o que com certeza aguardamos com mais expectativa para o ano que vai nascer é a inclusão da escalada nos jogos olímpicos de 2020, que vai ser decidido pelo COI em setembro. Enquanto 2013 não chega, o Desce daí, doido! aproveita pra desejar a todos os leitores um ótimo final de ano e as melhores energias para o ano que começa!

 

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Semana Gringa: 16/12/2012 a 21/12/2012

21
Dec
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Eu estava aqui pensando em um outro modo de começar o post da Semana Gringa, mas não tem jeito. Hoje é sexta-feira (e o mundo não acabou), e sexta é dia dos destaques do “craimb” internacional. E nessa semana os destaques ficaram com o pivete Mirko Caballero de 11 anos, mandando mais um 10c, Joe Kinder escalando forte na Espanha, assim como o italiano Jacopo Larcher. Nos boulders os destaques foram Dave Graham, Jimmy Webb, Zach Lerner, Guillaume Glairon-Mondet e Ned Fihally, repetindo boulders clássicos nos Estados Unidos e Europa.

Começando pelos de menor idade, essa semana o jovem americano Mirko Caballero, de apenas 11 anos, encadenou seu quarto 10c (8b+ fr; 5.14a us) com a via Ubermensch, na Califórnia. A via em questão teve sua primeira ascensão feita por Chris Sharma, quando ele tinha ainda 13 anos, e recebeu poucas repetições ao longo dos anos. A via segue por uma aresta negativa com pequenos regletes e pinças grandes e exige muita tensão corporal e leitura de via. Mirko anotou em seu perfil no site 8a.nu que a via é “curta e boulderística. Inicialmente um 10b encadenado por Chris Sharma, mas várias agarras do conglomerado quebraram e hoje é um 10c duro”.

Mirko na Ubermensch

Seguindo nas vias, mas agora partindo para os mais “grandinhos”. Na Espanha o americano Joe Kinder encadenou seu primeiro grande projeto da temporada de inverno. Ele encadenou a via Seleccio Natural, em Santa Linya, um 11c (9a fr; 5.14d us) em uma parede negativa de 45º com praticamente nenhum descanso. No dia seguinte Kinder também encadenou o 11b (8c+ fr; 5.14c us) da via Novena Puerta, na mesma parede da via anterior. Enquanto isso em Siurana o italiano Jacopo Larcher encadenava seu segundo 11c, com a via Jungle Speed, uma “anã” boulderística comparada com as extensas vias do pico espanhol. O primeiro 11c de Larcher veio no mês passado em Red River Gorge, com a via Southern Smoke Direct. 

Saindo das vias e indo agora para os boulders. Na terra do Tio Sam a ação ficou por conta de Dave Graham, Jimmy Webb e Zach Lerner. Dave encadenou o V14 (8B+ font) do boulder Mind to Motion no Colorado, boulder este aberto por Daniel Woods no mesmo bloco de outro V14 aberto por Dave, Memory is Parallax, que recebeu mais uma repetição a cargo de Zach Lerner. Ainda nos Estados Unidos, mas no estado de Massachusetts, o também americano Jimmy Webb conseguiu a fantástica cadena em flash do V13 aberto por Dave Graham, Roses and Blue Jays. Essa foi a primeira cadena em flash desse boulder e também o primeiro V13 flash de Jimmy Webb, que agora entra no seleto grupo de escaladores a mandar essa graduação em flash.

Indo para os blocos gelados do inverno europeu, o britânico Ned Feehaly enfrentou a neve de Cresciano para conseguir a cadena do clássico boulder The Dagger V14. Feehaly, mais conhecido pelas suas cadenas no “grit stone” britânico, também tem se mostrado um grande boulderista, sendo o V14 o grau mais alto já encadenado por ele até o momento. Saindo da gélida Suiça para a não mais fria França, o astro francês dos “blocs” Guillaume Glairon-Mondet conseguiu a repetição do boulder Supertanker V14 no clássico pico de Fontainebleau. Guillaume escreveu em seu blog que vem deste outubro tentando encadenar um boulder de resistência em Font, e finalmente conseguiu a cadena depois de esquentar no V11 do boulder Atrésie, enquanto esperava uma agarra chave secar, molhada por conta de uma toalha (isso mesmo, uma toalha) deixada lá antes da chuvas. O dono da toalha ainda não apareceu (suposição do Desce daí, doido!). Confira abaixo o vídeo sem cortes da cadena de Guillaume (Gui-gui para os íntimos).

Essa Semana Gringa fica por aqui. Para as matérias fontes originais, siga os links abaixo:

Mirko Caballero Sends Rarely Repeated Ubermensch (5.14a)

Spanish 5.14d’s for Kinder and Larcher

Jimmy Webb encadena 8B al flash con ‘Roses and blue jays’

 

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Resenha: Brasil Vertical

20
Dec
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No começo da semana o escalador Felipe Camargo lançou o seu curta Brasil Vertical, que registrou algumas das suas cadenas durante o ano de 2012. O filme teve uma boa recepção pela comunidade escaladora, tanto daqui quanto de fora, e em poucos dias já ultrapassou a marca de 10mil visualizações no Youtube. Aproveitando esse sucesso todo, resolvi escrever uma pequena resenha sobre o que achei do filme.

Antes de tudo, vale ressaltar que essa resenha vai levar em conta que o filme é uma produção amadora, com poucos recursos, tendo centrada apenas em uma pessoa (o próprio Felipe) as tarefas de diretor, câmera, editor, designer e ainda por cima “marketeiro”, e mais importante ainda, que é a primeira experiência de Felipe Camargo com produção de vídeos. Dito isso, vamos ao que importa.

Felipe Camargo na Comando Vermelho 11a

Brasil Vertical (ok, o nome não saiu tão original quanto o planejado né, Felipe?) começa com Felipe falando sobre a sua oportunidade única de ter podido escalar fora com alguns dos melhores escaladores do mundo, e da sua motivação para fazer o vídeo, que era de mostrar a escalada brasileira (principalmente a escalada de vias difíceis) para os gringos. Depois dessa breve explicação o filme não perde tempo e já nos leva direto para São Bento do Sapucaí, onde vemos Felipe fazer a primeira ascensão de dois fortes boulders, Sal Bento V10 e Segundo Sol V13. Já dá pra ficar “psyched” só com a pressão que você vê ele fazer durante a cadena do Segundo Sol.

Deixando São Bento, Felipe entra pra falar um pouco da Serra do Cipó, de longe um dos melhores picos de escalada esportiva do Brasil. Aqui acompanhamos mais 3 FAs, das vias Hooligans 10c, Premonição 11b (a via mais difícil do Brasil na atualidade) e Comando Vermelho 11a; ganhando ainda o extra da via Poder Paralelo no Sítio do Rod, em Lagoa Santa. Aqui o claro destaque fica na cadena da Comando Vermelho, que percebe-se ter sido a que teve um maior material filmado, permitindo à Felipe chegar num ótimo resultado na edição, explorando as tentativas mal sucedidas, e os vários ângulos e closes da cadena, construindo assim muito bem a dificuldade da via.

De Minas vamos para o Rio de Janeiro, onde Felipe conta um pouco a história da Coquetel de Energia, via que foi por muito tempo a mais difícil do Brasil, e mais uma vez vemos um bom trabalho de filmagem e edição. Os ângulos foram muito bem escolhidos e os closes nos movimentos são precisos, chegando a causar aquela sensação esquisita quando ele aperta o reglete e se ouve (não sei se o som é disso mesmo, mas dá pra sentir) os dedos estralando. No final Felipe ainda inclui a tomada “real” da cadena, que por ter sido feita à noite não permitiu ser aproveitada para o filme.

No final das contas Brasil Vertical é um bom filme. O estilo escolhido, chamado pejorativamente de “climb porn”, caiu como uma luva para intenção de Felipe que era mostrar um pouco da escalada brasileira para os gringos e motivar os escaladores nacionais a escalar mais forte. As pausas na “ação” com os comentários ajudaram a quebrar o ritmo das cenas seguidas de escalada, renovando o interesse no que vem a seguir. Isso fica claro no final da sequência de Minas, onde mais uma via ali começaria a ficar maçante. Por ser o primeiro filme de Felipe nota-se que ele experimenta bastante na edição, nem sempre acertando, testando alguns recursos de correção de cor, como o “cut out” no final da Hooligans, e um recurso meio “picture-in-picture” para mostrar um “close”, que acabou não funcionando tão bem quanto um corte limpo teria funcionado. As imagens de arquivo poderiam ter sido melhor utilizadas, principalmente se tivesse usado o vídeo original da Coquetel de Energia e não a tela do Youtube, mas acabaram cumprindo o seu papel. No geral o filme foi bem filmado, com boas escolhas de ângulos e bom trabalho de câmera, feito em grande parte por amigos, e a edição de Felipe ficou muito boa, levando-se em consideração ser esse o seu primeiro trabalho. Obviamente nota-se alguns altos e baixos na parte técnica, tanto no vídeo quanto no áudio, mas que eram esperados devido aos poucos recursos do filme. Talvez a parte que ficou mais aquém do “conjunto geral da obra” foi o design gráfico dos títulos, que poderiam ter usado uma tipografia mais interessante e ter mantido um padrão  nos tamanhos e efeitos, e terem sido melhor posicionados na tela. Mas como o Felipe não é designer, eu relevo, mas deixando a dica para chamar um designer pra ajudar na próxima (tamo aí, Felipe!).

Para uma primeira produção o resultado ficou bem acima da média, e creio que com mais experiência Felipe Camargo pode acabar ficando muito bom nessa “brincadeira”, seguindo o exemplo do escalador Paul Robinson, que além de escalar muito, tem se mostrado muito bom na produção de vídeos.

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Bate-papo com Felipe Camargo sobre o filme Brasil Vertical

17
Dec
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Hoje o escalador Felipe Camargo liberou seu curta, Brasil Vertical (o vídeo você confere abaixo), resultado de quase um ano de filmagens das cadenas de algumas das linhas mais difíceis do Brasil. Aproveitando o ensejo, eu bati um papo demorado com ele pelo Facebook  (demorado porque a internet dele não ajudou) sobre o filme e os projetos para o próximo ano.

Desce daí, doido: Hoje você está lançando o seu curta, Brasil Vertical. Diz aí como surgiu a ideia de produzir esse vídeo.

Felipe Camargo: A ideia surgiu vendo os vídeos do pessoal de fora, principalmente do Paul Robinson que me motivou bastante! E junto a isso a vontade de escalar mais pelo Brasil esse ano. Sempre estava viajando e nunca ficava no Brasil no inverno, a melhor época pra escalar aqui. Entao tinha muita via dificil e muito projeto que ouvia muito e não conseguia tentar nunca. Ai acabei juntando as duas coisas, a vontade de aprender a mexer com vídeo e a de ficar e explorar mais as escaladas daqui e resolvi fazer o video.

DD: Tu citou ai o Paul Robinson, e ele é um dos caras lá de fora que meio que tá liderando essa tendência dos escaladores profissionais de filmarem e editarem o próprio material. Mas pra ti, quando foi mesmo que tu parou e pensou: “Poh, eu posso fazer isso. Posso fazer meus próprios videos”?

FC: Cara não sei! Hahaha! Resolvi tentar, não sei ainda se posso ou não. Vou saber se a galera gostar! Se não passa pra outro fazer esse trabalho! Hahaha! Brincadeira. Mas resolvi tentar aprender, é uma área muito legal de trabalhar!

DD: O fato de ter participado do Reach, do Nathan Bancroft, junto com o Jon Cardwell, de alguma forma te influenciou nessa empreitada?

FC: Não influenciou muito não. Com o Nathan eu não tive que me preocupar com nada, só escalar. Ele é muito profissional e muito bom nas filmagens, fazia tudo acontecer natural, não precisava ficar repetindo os movimentos muitas vezes nem nada, e eu não fazia ideia de nada de edição. Só agora mesmo que resolvi ir atrás e aprender um pouco. Mas com certeza o nivel do meu video vai ficar bem longe do nível do Nathan! Hahaha!

DD: Obviamente que tu não fez tudo sozinho, afinal de contas alguém tinha que escalar. Mas como foi o processo, quem te ajudou nas filmagens?

FC: Como o video foi feito bem “low budget” contei com a ajuda de amigos, ninguem profissional não, só com uma boa noção de trabalhar com câmera e com vontade de ajudar! (Obrigado a todos mais uma vez ) e também fiz muitas imagens com tripé, imaginando a cena e deixando a camera fixa!

DD: Mas a parte da edição ficou por tua conta mesmo, né?

FC: Sim. Meu irmão me ajudou com alguns detalhes, mas a grande parte foi por minha conta. Tinha um ano todo pra aprender e ir fuçando. Na parte de edição mesmo, música/escalada estou bem satisfeito! Na parte gráfica ainda da pra aprender a usar After Effects e melhorar muita coisa.

DD: Tenho aqui uma pergunta do editor e escalador Caio Gomes: É cada vez mais frequente o aparecimento de “produtoras de escalada” com escaladores diretores, editores e roteristas. Você, que desempenhou esses três cargos em seu curta – diga-se de passagem, muito bem -, pensa em realizar mais trabalhos como esse dando início à uma própria produtora ou buscará ajuda de uma já estabelecida no mercado?

FC: Cara ainda não sei. Definitivamente me motiva isso de trabalhar com vídeos, mas ainda tenho um longo caminho de aprendizado pra querer trabalhar com isso de verdade! Mas acredito que nos escaladores que mexemos um pouco com isso, devíamos nos unir e pegar trabalhos juntos! E acho que assim vamos evoluir muito.

DD: No total…quanto tempo levou pra filmar e editar o video?

FC: Comecei as filmagens em março e só lancei agora dia 17 de dezembro. Entre encadenar vias, filmar e editar é um longo processo.

DD: Das vias que estão no filme, qual tu considera a que ficou melhor?

FC: Uma das que eu mais gostei foi a Poder Paralelo, pela estética da via, a linha é perfeita! Mas uma das mais bem filmadas foram o Coquetel de Energia que o Bie filmou pra mim. E uma das imagens que mais gostei foi essa de longe da Premonição que e a capa do video, que o Pedrinho (Pedro Leite) quem filmou.

DD: E qual a que deu mais trabalho pra registrar?

FC: Acho que o Coquetel também, pela via ser tão abrasiva e ter que ficar repetindo os movimentos foi duro! Hahaha!

DD: Tu já tinha comentado que o filme ia seguir um estilo de mais escalada e menos conversa, o que a galera acostumou chamar de “Climb Porn”, as vezes até de forma pejorativa. O que te fez escolher por esse estilo?

FC: Porque acho que principalmente por ser um video de via e não boulder, poderia facilmente ficar tedioso. E acho que sendo uma edição rápida, com cortes rápidos e dinâmicos e pouca fala consegueria evitar isso. Mas também porque gosto mais de ver videos de ação, com música boa, que te motiva pra ir escalar e treinar! Sem mto bla bla bla…a não ser que seja uma super história muito interessante.

DD: Agora sobre o nome. Esse eu sei que deu trabalho…

FC: Hahaha! Ô se deu!

DD: Depois de definido rolou um pequeno problema com direitos…como foi que tu contornou isso?

FC: Acabei fazendo na afobação e nao pensei direito sobre o nome. Queria algo simples e direto, e que tanto brasileiro como os gringos entendessem. Mas existe a marca Brasil Vertical, do Bito e da Karina. Mas conversamos e ficou tudo acertado.

DD: O filme acabou sendo meio que uma retrospectiva do teu ano de 2012 na rocha. Qual é a avaliação de 2012? Ficou faltando alguma coisa…algum projeto?

FC: Cara, a gente sempre acha que poderia ter feito mais né? Fiquei satisfeito com a quantidade de vias sim. Mas o Brasil é muito grande e tem muita coisa ainda. Passa Vinte e Corupá são dois lugares que gostaria que entrassem no vídeo e ficaram de fora. Fica pro proximo! hehehe

DD: E o ano que vem? Quais os planos? Algum projeto especial?

FC: Hehehe, várias ideias! Mas nada em concreto ainda. Vamos ver o que acontece.

DD: E o Nordeste? Faz tempo que você diz que vem e nada? Em 2013 vai aparecer por aqui mesmo ou é só conversa? rs

FC: Hhahaha! Em 2013 certeza!!! Tô louco pra conhecer esses negativos dai!

DD: Valeu ai Felipe pelo bate-papo! Espero que o filme espalhe ai pra todo canto e alcance o seu objetivo!

FC: Tomara! Valeu a ajuda ai, em todo o processo!

Confira abaixo, na íntegra, o curta Brasil Vertical, com Felipe Camargo! Recomendo colocar em 720p e em tela cheia!

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Vídeo da Semana 47 – Camaleão V9

16
Dec
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A produção de vídeos nacionais tem crescido bastante. A galera da Pedra Viva tem mandado muito bem divulgando os boulders de Cocalzinho. Mas o vídeo dessa semana não vai pra galera da Pedra Viva, vai pro pessoal do Let’snessa, que apareceu recentemente na cena da escalada brasileira divulgando a escalada em Minas (e ainda precisa?). E essa semana o vídeo mais curtido da fanpage do Desce daí, doido! no Facebook foi o vídeo deles com o escalador Luca Portilho mandando o V9 do boulder Camaleão em Ouro Preto! Vale a pena conferir!

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Dead Point Magazine libera acervo de vídeos gratuitamente

11
Dec
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Há mais de 2 anos a revista online de escalada Dead Point Magazine fez uma grande parceria entre produtores de vídeos americanos para criar em seu site uma área com conteúdo exclusivo batizada de The Stash. Para acessar você tinha que se cadastrar no site e assinar a revista, ganhando acesso a centenas de vídeos exclusivos e de alta qualidade.

Mas parece que finalmente os idealizadores do The Stash se deram conta que não dá pra lutar contra a maré. Com a grande quantidade de vídeos de grande qualidade disponibilizados gratuitamente na internet, às vezes produzidos pelos próprios escaladores, uma assinatura mensal para assistir vídeos com certeza não deveria estar atraindo mais gente.

Assim a DPM resolveu liberar o acesso ao seu acervo de vídeo do The Stash, incluindo ai o recente vídeo com as cadenas das vias Southern Smoke e Lucifer pela jovem Ashima Shiraishi. Para acessar basta acessar o site e se cadastrar. São mais de 200 vídeos de ótima qualidade, produzidos pela nata dos “filmmakers” americanos e com vários astros da escalada mundial. Vale a pena!

 

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Femerj divulga comunicado oficial sobre o acidente no Pão de Açúcar

7
Dec
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Após o acidente ocorrido no Rio de Janeiro esse final de semana, mais especificamente no Pão de Açúcar, resolvi não tecer comentários, nem teorias sobre o que podia ter acontecido. Fiz isso em respeito à família do escalador que infelizmente veio a falecer. Mas hoje a Femerj (Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro) divulgou um comunicado oficial sobre o acidente, com as informações e fatos que foram levantados até agora, e pedindo para que os escaladores evitem o cabo de aço do CEPI até que a mesma seja liberada pela polícia. Confira a íntegra do comunicado abaixo.

A Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) vem pelo presente apresentar algumas informações relacionadas ao acidente fatal que ocorreu no dia 2 de dezembro de 2012, na via denominada CEPI, situada na face oeste do morro do Pão de Açúcar, que vitimou o escalador Bruno Mendes da Silva.

A Via CEPI foi conquistada em 1952, quando as vias eram predominantemente equipadas com cabo de aço: as “vias ferrata”. As aberturas de vias ferratas eram comum até década de 60, quando os equipamentos disponíveis limitavam a escalada livre às fendas mais largas e chaminés. Desta forma, as vias em cabo de aço eram a opção para os paredões rochosos. Com o desenvolvimento dos equipamentos e da técnica de escalada em livre sobre a rocha, as conquistas em cabo de aço vão sendo abandonadas e as vias ferratas começaram a ser substituídas já na década de 60. A via CEPI segue um trajeto de cerca de 220m de extensão, tendo sido a terceira via conquistada que dá acesso ao cume do Pão de Açúcar, e acumula a maior quantidade de acidentes em vias de escalada deste morro. O primeiro acidente foi registrado ainda em 1952, com dois óbitos.

A menor exigência técnica de uma via ferrata acaba atraindo outro perfil de frequentadores para a via CEPI, propiciando a ascensão de pessoas muitas vezes sem experiência e/ou equipamento adequado que se aventuravam por essa via, aproveitando-se da falsa sensação de segurança que o cabo proporciona, essa situação acabou levando a ocorrência de acidentes fatais. Esta situação motivou, no final da década de 90, a substituição dos primeiros sete metros do cabo de aço por um artificial fixo, obrigando, assim, o uso de equipamento de segurança e conhecimento técnico por aqueles que subissem por esta via. Essa ação fez com que os acidentes diminuíssem drasticamente, não havendo registro de acidentes fatais até o último domingo.

Assim como qualquer via de escalada, o CEPI (“via ferrata”) também exige uma manutenção constante – manutenção esta realizada pela comunidade de escaladores, assim como em outras partes do mundo. A última manutenção do CEPI que se tem registro foi em 2011 e, previamente, em 2009, quando foi trocado o segmento de cabo de aço dos últimos trechos, incluindo o trecho horizontal do último esticão.

Com o intuito de entender o que aconteceu e poder prevenir próximos acidentes similares, a FEMERJ está analisando os fatos ocorridos, e as melhores informações disponíveis até o momento são relatadas abaixo.

O acidente que culminou com o falecimento do escalador Bruno Mendes da Silva ocorreu entre as 13:00 e 14:00hs do dia 2 de dezembro de 2012. Bruno havia escalado com Andrea Pereira a via dos Italianos, também na face oeste do Pão de Açúcar, e continuado pelo cabo de aço da via CEPI com a intenção de chegar ao cume da montanha. Pelo que foi relatado por conhecidos dos escaladores, ambos possuíam treinamento em escalada e conhecimento de seus procedimentos básicos de segurança. Quando faltavam menos de 50 metros para o final da escalada, o cabo de aço que Bruno estava escalando sofreu uma ruptura, e ele caiu todo o comprimento da corda, cerca de 70 metros (comprimento ainda não confirmado).

No próprio dia 2 de dezembro, uma equipe da FEMERJ composta por dois guias da Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado do Rio de Janeiro (AGUIPERJ), fez uma inspeção no local e constatou que houve de fato uma ruptura do cabo de aço da via CEPI, no início da última horizontal, a menos de 50 metros do cume. Neste trecho, o cabo é mais fino e estava coberto com uma mangueira plástica, sendo que a última manutenção ali foi realizada em outubro de 2009.

Segundo relato de Andrea Pereira, ela estava em um grampo abaixo do início da horizontal do cabo de aço. Bruno escalou esse trecho, se utilizando do cabo de aço e sem costurar nenhum grampo, nem o direcional na parada, com a segurança montada com um freio ATC. Apesar de um gri-gri ter sido utilizado como método de segurança na via dos Italianos, no CEPI, Bruno havia solicitado Andrea para utilizar o ATC para que agilizasse a segurança. Ao chegar no trecho em horizontal, entre 4 a 6 metros acima de Andrea, o cabo de aço se rompeu e Bruno caiu, em fator dois. Cabe ressaltar que, segundo relatos, Bruno pesava pelo menos 90 kg e a corda utilizada era nova, sendo que era a 2a vez que estava sendo utilizada. O freio – ATC – que estava no baudrier de Andrea se deslocou para baixo, seguindo o trajeto da queda. Com o movimento e o impacto da queda de fator dois, a corda correu no ATC, queimando a mão de Andrea. Bruno, então, caiu o comprimento total da corda.  

No dia 05/12, dois escaladores, sendo um representante da FEMERJ, deram apoio à vistoria de perícia da Polícia Civil no local do acidente, quando foi retirado o trecho do cabo onde houve a ruptura para análise e foi realizada a interdição formal do CEPI, ambos pela própria Polícia. Foi colocado, também pela Polícia, um aviso na base da via sobre a interdição.

A FEMERJ solicita que não se escale a via CEPI até a liberação da mesma pela polícia. Após a liberação, recomendamos que se redobre a atenção para a avaliação do cabo, conforme os alertas existentes desde 2009 sobre o assunto no site oficial da federação (http://femerj.org/noticias/noticias/183-femerj-fixa-placas-de-alerta-na-via-cepi-e-na-face-norte-do-morro-da-urca) e que se utilize procedimentos de escalada em livre para segurança nesta escalada, costurando a corda. Lembramos que cabe a cada escalador avaliar o estado das proteções fixas (chapeletas, grampos, cabos de aço, etc.) ao escalar, bem como realizar treinamentos constantes de segurança.

A FEMERJ continuará acompanhando o desdobramento dos acontecimentos e, como usualmente, se encontra a disposição para qualquer esclarecimento a respeito das práticas do montanhismo. Destacamos que a segurança em escalada é ditada, largamente, pela formação do escalador e sua experiência. Porém, ressalta-se que todos, independente da formação e experiência, estão sujeitos a acidentes, pois a escalada em rocha é uma atividade com riscos inerentes e pode ocasionar lesões, incluindo a morte. Seus participantes devem ter conhecimento dos riscos envolvidos, minimizá-los e, por fim, aceitá-los, sendo responsáveis por suas próprias escolhas, ações, decisões e, consequentemente, sua segurança.

Lembramos que cada escalador e montanhista deve ser responsável por escolher seus próprios desafios e seu nível de comprometimento de acordo com sua experiência e capacidade técnica, tornando-se responsável por sua própria segurança. Esse é um dos princípios mais intrínsecos ao montanhismo e está declarado no documento Princípios e Valores do Montanhismo Brasileiro (CBME, 2012, que pode ser visualizado e baixado de:http://femerj.org/sobre-a-femerj/nosso-posicionamento/principios-e-valores-do-montanhismo-brasileiro.

Concluímos enviando nossas condolências e pesares à família de Bruno Mendes da Silva e se solidarizando com a dor de Andrea Pereira nesse momento tão difícil.

 

DIRETORIA DA FEMERJ

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Semana Gringa – 01/12/2012 a 07/12/2012

7
Dec
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Mais uma semana de cadenas ao redor do mundo. É a temperatura esfriando e os graus subindo na gringa! Essa semana teve japonês campeão do mundo mandando 12a clássico, molecada mandando tudo em Hueco Tanks, repetição de boulder hard na Suiça e muito mais!

O japonês Sachi Ama, atual vencedor da Copa do Mundo de Dificuldade, está na Espanha repetindo sua já tradicional temporada pelos picos catalães pelo terceiro ano seguido e que sempre traz alguma cadena forte. Em 2010 Sachi Ama encadenou a via Papichulo 12a (9a+ fr; 5.15a us) e em 2011 a via Pachamama, também 12a. Esse ano foi a vez da clássica via aberta por Alex Huber, La Rambla, colocando assim mais um 12a na sua lista. Ama precisou de sete pegas na via em cinco dias para encadenar, e disse que achou a via mais forte do que esperava. Depois da cadena da La Rambla, Ama intencionava focar os últimos dias da sua trip na tentativa do seu primeiro 12b, com a via Golpe de Estado, mas como chegamos no final da semana sem notícias de cadena, parece que o 12b vai ter que ficar para 2013.

O "lindão" Sachi Ama depois da cadena da La Rambla 12a

Outro japonês também andou escalando forte na Espanha essa semana, mas em Santa Linya. Yamada Wataru encadenou seu segundo 11c (9a fr; 5.14d us) com a via Fabela pa La Enmienda, linha aberta por Dani Andrada e encadenada pela primeira vez por Edu Marin em 2008. O primeiro 11c de Yamada foi no Japão com a via Karachi, no pico de Bicchu. Ainda em Santa Linya, a norueguesa Hannah Midtboe, irmã de Magnus Midtboe, encadenou seu primeiro 11b (8c+ fr; 5.14c us) com a via La Novena Puerta, sendo também a primeira mulher a encadenar a via. Hannah frequenta bastante Santa Linya, onde no passado inaugurou seu primeiro 11a com a via Fabelita e repetiu o feito com as vias Rollito Sharma Extension e Ingravid Eskerps. 

Ainda no frio do quase inverno europeu, mais especificamente em Chironico na Suiça, o finlandês Nalle Hukkataival conseguiu mais uma grande cadena. Ele repetiu o boulder From Dirt Grow the Flowers V15, encadenando a versão original aberta por Dave Graham, que tem a saída mais à direita. Para Nalle o boulder era uma pendência que ele tinha desde que Dave fez a primeira ascensão e lhe falou do incrível balcão para dominar o boulder. Para ele, a versão de Dave e a versão mais natural encadenada por Paul Robinson e Adam Ondra, com saída mais à esquerda são dois boulders diferentes.

Ainda pela Europa, o jovem Ruben Finerburg de apenas 15 anos, atual campeão da Copa Europeia Juvenil, encadenou a via Strevolod 11a (8c fr; 5.14b us) no pico esloveno de Misja Pec. Esse é o quarto 11a de Firnenburg, que também já encadenou um 11b com a via Sympathy for the Devil em Frankejura.

Nos Estados Unidos, toda a ação da semana parece ter se concentrado em Hueco Tanks. O escalador local Sam Davis, de 28 anos, fez a primeira repetição do boulder Blood of a Young Wolf V14, aberto por Dave Graham na primavera passada depois de passar ano como projeto. Contudo a outra linha do bloco, mais difícil, ainda permanece sem cadena. Esse foi o segundo V14 de Sam, que também já havia encadenado o boulder Esperanza, também em Hueco, em janeiro. Ainda em Hueco Tanks a garotada do time ABC, de Robyn Erbesfield-Raboutou, fez bonito durante sua mais recente trip pelo clássico pico americano. Os destaques da trip foram as cadenas dos boulders Barefoot on Sacred Ground V12, por Shawn Raboutou de 14 anos, Sunshine V11 por Brooke Raboutou de 11 anos e Margo Hayes de 14, e três V11 para Michael O’Rourke de 18 anos e Stefan Lavender de 16. E claro, pra mostra que não é só a molecada que escala forte, a treinadora Robyn, do alto de seus 49 anos, mandou o boulder Eckstein V10.

Esse foram os destaques dessa semana na gringa! Até a próxima pessoal.

Fontes: Desnível, Desnível, 8a.nu

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Natal solidário em Redenção

4
Dec
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Certas ações merecem ser divulgadas, e essa é uma delas. A Fábrica de Monstrinhos está organizando esse ano um Natal especial para a criançada de Redenção, local onde está localizado o maior pico de escalada esportiva do estado, hoje contando com quase 50 vias.

Até o próximo dia 13, os “monstrinhos” estarão arrecadando brinquedos (novos ou usados em bom estado) e roupas, que serão entregues durante a festa de Natal da escola da comunidade de Oiteiro, onde mais de 100 crianças e adolescentes terão a oportunidade de conhecer um pouco sobre a escalada na cidade e ter também um Natal mais feliz com os presentes que serão entregues.

Essa foi a forma que os escaladores de Fábrica de Monstrinhos acharam de retribuir os mais de 5 anos de excelente receptividade por parte da comunidade local e também de dar um passo a mais na integração da escalada à vida da comunidade. Todos àqueles que residam em Fortaleza e estiverem dispostos a contribuir podem deixar sua doação na Fábrica até o dia 13.

Mas nesse sábado (08/12) a Fábrica vai realizar a sua confraternização de Natal, com direito a escalada no muro, exibição de filme de escalada, comes e bebes, e vai aproveitar a data para receber o máximo de brinquedos possível. Se você quiser ajudar, compareça, traga um brinquedo, e ajude a fazer um Natal mais feliz para as crianças de Redenção.

Confraternização de Natal Fábrica de Monstrinhos

Escalada, Cine Monstro, comes e bebes.

Local: Fábrica de Monstrinhos (Rua Clarindo de Queiroz 55, Centro)

Data: Sábado 08/12

Hora: A partir das 17hs.

Entrada: Um brinquedo

 

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Vídeo da Semana 46 – Petzl RocTrip Argentina 2012 Epic Moments

2
Dec
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Mais um final de semana chega ao fim. Para alguns foi final de semana de escalar na rocha, para outros não. Mas para manter a motivação em alta na semana que começa o vídeo da semana de hoje traz o primeiro vídeo liberado oficialmente do Petzl RocTrip que rolou na Argentina. O vídeo foi de longe o mais curtido e compartilhado essa semana no Facebook, assumindo o primeiro lugar com facilidade. Para quem foi, vale ver e relembrar a trip. Pra quem não foi, também vale a pena ver e ficar sonhando com as parede de La Buitrera na patagônia argentina!

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